Quando viajava nestes trilhos
Do Araçuaí à Caravelas
Via praias tão belas
Que me convidavam a ficar
E vendo agitarem-se as areias
Lembrava-me das boas bateias
Das pedras que brotavam da terra
Urgia que tinha de voltar
Do Araçuaí à Caravelas
Via praias tão belas
Que me convidavam a ficar
E vendo agitarem-se as areias
Lembrava-me das boas bateias
Das pedras que brotavam da terra
Urgia que tinha de voltar
Viajava no meio da mata
Botocudos me viam passar
Andava sempre carregada
De tesouros e amores sem par
Levava pedra, levava madeira
Levava amor e pesar
Mas hoje fiquei prisioneira
Nessa gaiola sem ar
Me deram o nome do barulho
Que fazia meu vapor cantar
Saía alegre na carreira
Tendo por destino o mar
Gente amiga e faceira
Peço com muita clemência
Usem a vossa inteligência
Não me deixem enferrujar
Comemorem meu aniversário
Com festa, balão e beleza
Façam-me funcionar, do contrário
Pochichá morrerá de tristeza!
* Poesia premiada com Menção Honrosa no V Prêmio Literário da Academia de Letras de Teófilo Otoni, ano 2020
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