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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

“O Caso William Morgan”


Caso da antimaçonaria

Movimentos anti maçônicos sempre existiram desde os primórdios da Maçonaria, mesmo durante o período da Maçonaria Operativa.

Um dos maiores, ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1826 e 1840. O "Caso Morgan", a ser descrito ao longo deste trabalho, foi o estopim de um sentimento anti maçônico, muito amplo e que estava em estado latente por muitos anos, provocado em parte por livros anti maçônicos vindos da Europa, (ver Pílula Maçônica nº99 sobre Leo Taxil) denunciando a Sociedade Maçônica, e em grande parte pelos "dogmas" praticados por certas Seitas Protestantes.

Em 1820, nos Estados Unidos, havia aproximadamente 400 Oficinas e em torno de 12.000 membros e estava crescendo. Como resultado desse movimento, iniciado pelo "Caso Morgan", a questão sacode a opinião pública e quase destruiu a Instituição. Em 1830 o número de membros caiu para aproximadamente 2.000.

William Morgan, indivíduo de mau caráter, aventureiro, endividado, jornalista de Batávia, New York, decidiu refazer-se economicamente lançando um pequeno livro anti maçônico, publicado em 1826 com o título "A Maçonaria Apresentada e Explicada" com a intenção de desmascarar a Instituição e ganhar muito dinheiro com a venda do livro.

Torna-se logo um best-seller.

Aparentemente, William Morgan deve ter frequentado Lojas maçônicas, onde adquiriu conhecimento para a redação de seu livro. Entretanto, não foi encontrado seu nome em nenhum registro de Loja. É possível que tenha sido auxiliado por outra pessoa.

O movimento anti maçônico cresceu exponencialmente quando Willian Morgan desapareceu da cidade. Inquéritos foram realizados sem sucesso. Jamais se soube o que aconteceu. Porém, começou a correr a notícia que William Morgan havia sido sequestrado pelos Maçons, levado até as Cataratas do Niágara e depois de ter sido assassinado na fronteira canadense, seu corpo teria sido jogado nelas.

Morgan desapareceu em setembro de 1826 e no mês seguinte, o Reverendo David C. Bernard, pastor da Igreja Batista em N.Y., acompanhado de um membro que havia renunciado da Loja Maçônica, começou uma carreira de 40 anos devotada largamente para a desmoralização da Ordem.

Diversos encontros e convenções foram liderados por ele e, ao mesmo tempo, publicou um livro chamado "Luz na Maçonaria" totalmente anti maçonaria. Todos os maçons foram excomungados e não podiam ser candidatos em cargos públicos.

Obviamente, assunto naturalmente atrativo para leitores e escritores românticos e sensacionalistas, produziu uma circulação avantajada de livros anti maçônicos.

Até um Partido Político anti maçônico foi fundado em New York e a excitação invadiu, gradualmente, os outros estados. A maçonaria é condenada pela Igreja Batista. Os Maçons são, sistematicamente, recusados quando da formação de Juri Criminal e os pastores lhes negam a comunhão. A dissidência na Maçonaria foi enorme. Intrometendo-se a inevitável política, viram-se candidatos se apresentarem às eleições alegando seu anti maçonismo.

A Maçonaria levou anos para se reerguer. Quando da Guerra da Secessão, a Ordem se manteve, numa certa medida, fora do conflito, e exemplos não faltaram de atos de generosidade para com os feridos e os prisioneiros, entre Maçons. Estabelecida a paz, para muitos a reconciliação foi definitiva.

Em 1838, o Partido Anti maçom apresenta um candidato à presidência dos Estados Unidos. Os dois outros candidatos, pelos dois grandes partidos e antigos Grão Mestres, Andrew Jackson e Henry Clay.

Jackson foi eleito pela maioria esmagadora: era a Ordem que se reerguia, depois da debandada quase geral provocada pelo "escândalo Morgan". Retoma, então, enfim, sua caminhada progressiva.

Existem hoje, Potências Maçônicas nos EUA, em todos os Estados, Territórios e Distrito Federal com aproximadamente 1.500.000 membros.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Rota Imperial - Vitória a Ouro Preto

O trânsito de mercadorias foi controlado pela Coroa Portuguesa, que proibiu estradas que ligassem a Capitania do Espírito Santo às Minas Gerais.

Somente com o declínio do Ciclo do Ouro e a chegada da família real, a estrada foi oficialmente aberta, ligando Vitória a Ouro Preto.

O caminho é bem bonito, passa pela Mata Atlântica e foi concluída em 1816, passando por 14 municípios do Espírito Santo e 17 de Minas Gerais.

Não sei se existe passaporte, mas a rota emula o caminho de Dom Pedro II para chegar de Ouro Preto à Santa Leopoldina.


No site tem uma planilha com os marcos da Rota Imperial, mas confesso que nunca os vi, mesmo em Ouro Preto e Mariana.

No mínimo esse rota deve ter umas tantas casas, como várias espalhadas pelo Brasil, que foram construídas para que o Imperador nelas pousasse, mas que nunca foram utilizadas.

Eu mesmo conheço várias. Ou podem ser apenas lendas...

Caminho Religioso da Estrada Real - CRER

Esse Caminho é bem bonito também. E o apelo religioso dele é bem marcante.

O passaporte será feito pela Sacrum Brasilidades, e o Circuito inicia-se na Serra da Piedade, descendo por 1032 km até a Basílica de Aparecida do Norte.

Está em fase de implantação e passa por 37 municípios, 66 pontos,  tendo que carimbar em 57 pontos, já que se incluem povoados e distritos.

O passaporte custa 26 reais e está disponível na Serra da Piedade e na Sacrum Brasilidades, na Av. Amazonas, em Belo Horizonte.


Grande parte dos marcos do CRER estão próximos aos marcos da Estrada Real, já que os trajetos se confundem em grande parte do trecho.

No trecho entre Catas Altas e Ouro Preto vi vários marcos, são menores que o da Estrada Real e tem a indicação do próximo ponto e do anterior, com as distâncias.

Dentro em breve, após a Romaria 500, os marcos e pontos de Carimbo estarão listados no site da Sacrum Brasilidades!

Foto do marco CRER: Oswaldo Buzzo


Mapa Caminho da Fé


Esse Caminho da Fé termina em Aparecida e pode ser iniciado em seus ramais: Mococa, Águas da Prata, São Carlos, Tambaú, Sertãozinho e Aguaí.

Para se obter o Certificado, somente vale o Caminho à pé ou de Bicicleta, e o mesmo deve ser pedido na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida.

Os carimbos estão espalhados pelas pousadas nos ramais, e o último lugar que dá a credencial (passaporte) paa carimbar é em Paraisópolis. 

Depois de lá, é obrigatório o Peregrino fazer o resto do Caminho, que são 135 km.

O Certificado é bem bonito, os carimbos também, mas acho que não vou fazer esse caminho à pé não... Talvez o faça pela curtição, mas de moto, sem direito a Certificado. Paciência.

De qualquer maneira, deve ser um Caminho muito bonito!


Marco Estrada Real - Estrada de Milho Verde - Pico do Itambé


Gostei dessa foto que fiz, na volta da estrada de Milho Verde, distrito do Serro.

Bem ao longe dá para ver o pico do Itambé, com seus 2002 metros, "teto do sertão mineiro", nas coordenadas geográficas de 18¤ 23' S 43¤ 20' W.

Fica na Serra do Espinhaço, entre os municípios de Serro e Santo Antônio do Itambé.

Nas elevações próximas ao pico do Itambé originam-se as bacias dos Rios Jequitinhonha, São Francisco e Rio Doce.

O pico foi referência a muito exploradores desde o século XVI.

Retardatário


 

O Obreiro que chega atrasado ao horário estabelecido pela Loja Simbólica e encontra a porta do Templo fechada vai se condicionar à duas situações que estão ocorrendo no interior da Loja: o Livro da Lei foi aberto, ou não. No final falaremos sobre essas duas situações.

Como no Brasil, na maioria dos Ritos e na maioria das Lojas, não se tem o hábito de colocar Cobridor Externo, o Obreiro retardatário deverá dar a bateria com que se pede ingresso no Templo e que é feita por pancadas.

O Cobridor Interno responde com uma pancada para demonstrar ao retardatário que a Loja está ciente de sua presença. Comunica ao primeiro Vigilante e este comunica o Venerável Mestre.

Caso a Loja seja de Companheiro ou Mestre, o Cobridor Interno, após autorização do VM, deverá sair, verificar se o Irmão pertence ao Quadro e comunicar se ele pode entrar ou não. Se não for Irmão do Quadro, o Cobridor interno deverá "telhar" o retardatário para verificar se ele poderá entrar.

Estando tudo correto e a entrada do retardatário é permitida, voltemos ao início:

O Livro da lei não foi aberto: como a Loja não está aberta, o retardatário poderá entrar, após comunicação do Venerável Mestre, sem formalidades. O Mestre de Cerimônias conduzirá (quem conduz vai na frente) e determinará o local onde o retardatário deverá sentar.

O Livro da lei já foi aberto: como a Loja é considerada aberta pelo Venerável Mestre, a ninguém é permitido entrar sem formalidades. Portanto, o retardatário entrará com formalidades e o Mestre de Cerimônias o conduzirá ao local apropriado.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Balanço Geral - Estrada Real

Bom, esse sábado dia 09/09/2017, fechei o Circuito dos Diamantes.

Só perdi os carimbos de Tapera e São Gonçalo - não encarei as estradas de terra horríveis.

Rodei 742 quilômetros, pelo caminho BH-Lagoa Santa-Santana do Riacho-Morro do Pilar-Conceição do Mato Dentro-Alvorada de Minas-Serro-Milho Verde-Datas-Diamantina-Curvelo-BH.

Somando com os 1170 das primeiras viagens, já rodei 1902 quilômetros, e tenho 23 carimbos.

E vamu qui vamo!

Adorei esse negócio de Estrada Real! Da muita satisfação ir completando os carimbos!

E o que é mais legal é que os posts mais da semana, todos, acabaram se transformando em assuntos da Estrada Real. 


O que vou fazer quando acabar????????😩

Diamantina - Estrada Real - Casa da Glória

Fui batendo os ossos e meu bauleto, e cheguei na famosa Casa da Glória onde tem um museu da UFMG.

O passadiço entre as duas ruas era da época que aqui era um convento, para as monjas passarem de uma casa à outra sem ir na rua.

Fotinha e subi a rua toda e fui para o hotel pagar, abastecer e ir embora.

Quando subi, paguei o hotel e parei no posto ao lado para abastecer, abri o bauleto.

Imaginem o que aconteceu! O licor, de tanto bater a tampa de metal, perdeu a tampa, impregnou tudo de licor, as luvas, esticadores, mapa, boné, tudo!

Perdi o licor e os biscoitos que comprei em Conceição e deixei tudo para limpar em casa...

Que porcaria!

Diamantina - Estrada Real - Catedral

Bom, depois da noite de ontem, saí à caça de onde carimbar o pasaporte!

Parece simples, Diamantina é pequena, mas vai andar com uma moto pesada nesse calçamento desgramado!

Achei onde era prá carimbar e pegar o certificado: no Receptivo Minas Gerais, onde rola a Vesperata, bem na esquina da Catedral!

Mas estava fechado - acabei carimbando no Centro de Atenção ao Turista, ali pertinho. Tinha o museu do Diamante, atrás da Catedral, ou a Casa do JK, lá no ladeirão do São Francisco.

Mas Certificado, só no Receptivo e na Pousada Itambé, bem longe do centro.

Ah, deixa prá lá, pego depois em Ouro Preto! ☹️

O mais engraçado foi eu perguntar uma mulher que estava arrumando um bar onde carimbava o passaporte e ela disse estranhando que dentro do Brasil não precisava carimbar o passaporte para circular... Rachei de rir... 😂

Voltei chacoalhando e subi até o Largo São João e peguei outra rua que me levaria para o famoso passadiço da Glória, sacudindo igual louco no calçamento...

Diamantina - Estrada Real


Bom, já que eu estava em Milho Verde, peguei o asfalto até depois de Datas, para ir embora para Curvelo.

Mas ao chegar no trevo, faltavam 50 quilômetros para Diamantina, para a direita, e 150 quilômetros para Curvelo, para a esquerda, e depois outro tanto para Belo Horizonte.

Já que estou aqui mesmo, vou para Diamantina, pensei. Sem roupas, sem bagagem, sem escova de dente.

- Jodido pero contento, como dizia um amigo meu..

Cheguei em Diamantina, cansado, aquela confusão de ruas de pedras, a cidade cheia, não consegui achar o lugar do carimbo, parei no Palace Hotel e ia ter recepção de casamento, então fui procurar outra pousada.

Cheguei na Pousada do Garimpo, e achei caro demais - mais de 250 contos!

Então voltei para o Largo São João e fiquei no Esplanada - limpinho, honesto, com garagem, numa boa.

Tomei banho, três latinhas de Brahma e quando fui buscar a quarta, fico sabendo que está tendo encontro de moto na praça do Mercado Velho!

O que? Ficar aqui, nada! Desci à pé para a praça do Mercado pela Rua São Francisco, uma eternidade de calçamento, uma descida que já me fazia pensar na volta (de vez em quando eu olhava para trás para ver o quanto teria de voltar) e cheguei no Mercado Velho!

Que louco! Show de Rock, barraquinhas, um monte de gente!

Me senti o pinto no lixo! Comi um espaguete, comprei latinhas e acabei achando irmãos do motoclube Bodes do Asfalto, vindos de Governador Valadares!

Gente boa, GEAM e ZÉ Mauro!  Bebemos e confraternizamos, e começamos a beber as cervejas artesanais que estavam vendendo lá!

Quando foi a minha vez de comprar, cheguei no stand e pá: era da Diamantina, do Glauco, colegão meu de doutorado! E fui eu que falei que fazia cerveja e falei para ele fazer! QUE LOUCO!!!

Falei com a irmã dele, e pá: ele acabou chegando e batemos o maior papo! Depois de algumas cervejas, algumas lembranças, e acabei indo embora lá pela meia-noite, já que tinha de subir o ladeirão do São Francisco de volta para o hotel!

Subi bufando, o fígado quase explodindo, cheguei lá em cima e ainda comi um hamburgão do lado do hotel, depois de matar a latinha. Tava satisfeito demais da conta, sô!

Carimbo, deixa prá amanhã!

LUCREI DEMAIS NESSE PASSEIO!!!!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Milho Verde - Estrada Real

Bom, aqui nasceu Chica da Silva.

Um povoado muito alternativo, me lembrou de Arraial da Ajuda nos anos 80...

Rola umas baladinhas, fogueira, vinho e outros alucinógenos (hehehe).

Galera bonita, vista incrível, fiquei com muita vontade de pousar aqui!

O carimbo se pega na Pousada Morais, linda, muito estilosa, vou ficar lá um dia.

A estradinha foi manha, muito bonita a vista, tem marcos da Estrada Real, chega rapidinho, uns 25 quilômetros.

Dá para ver, bem longe o pico do Itambé, e imaginei que noite massa não deve ser aqui em cima.

Serro - Estrada Real

Já que eu tinha chegado até Alvorada, Serro estava perto.

E realmente chegou muito rápido.

Muito simpático lugar, uma cidadezinha muito legal. Procurei o famoso "Queijo do Serro" e pasmem. Não tinha mais em lugar nenhum!!! hahaha

Peguei o carimbo na Casa do Turista, e a menina me explicou como chegar em Milho Verde - só asfalto.

Então, já estou aqui, vou lá também!!

Uma curiosidade, em Diamantina tem Vesperata, música clássica na Rua da Quitanda, aqui no Serro tem Bolerata. Diz que é muito legal!

A foto clássica tem a Igreja com os degraus...

A Estrada Real tem caminhos lindos mesmo!

Alvorada De Minas - Estrada Real


Pois bem, encarei a MG010 até a entrada de Alvorada de Minas.

Mais atrás vi a placa de Itapanhoacanga, mas de moto resolvi não encarar - para chegar em Tapera tem muita poeira mesmo... Um carimbo que vai ficar para trás...

A MG010 está bem batida, quase não tem poeira, rodei bem pra caramba, muito suave e até bem rápido.

No entroncamento para Alvorada pensei, não pode ficar mal, e entrei. PRA QUÊ? PRA QUE MEU DEUS!

Poeira pura, medo de escorregar e cair de novo, muito tenso, cheguei lá sem cair, mas duro igual um cachorro em canoa.

Peguei o carimbo na Pousada Cardoso, e os filhos da dona começaram a carimbar as paredes com o pictograma da Estrada Real... Um caos só!

A dona reclamou que as pessoas passam por lá e não querem mais ficar. Quem sabe não está na hora de mudar o marketing, ou os produtos?

Agora restavam mais poucos quilômetros de asfalto, uns 18 até o Serro. Que alívio!

Estava um calor bem forte, bem diferente da subida da Serra do Cipó que passei até frio...

Olha na foto como o "você está aqui" que está quase no final!!! Esse marco está na saída para o Serro.

Conceição do Mato Dentro

Cidade um pouco maior, Conceição do Mato Dentro tem suas particularidades. Tem até aeroporto!

Conta-se que a primeira visita à região de Ivituruí (Serro Frio) se deu em 1573 pela bandeira de Fernandes Tourinho, mas foi em 1701 que Ponce de Leon, Gaspar Soares e outros, saíram de Sabará, rumo ao norte, pelo o que é hoje a rota da Estrada Real e em 1702, Ponce de Leon funda o arraial, após encontrarem ouro no Ribeirão Santo Antônio. Conta-se que Ponce de Leon encontrou, no minúsculo córrego Cuiabá, 20 oitavas de ouro em apenas uma bateada.

Parei no Delícias de Minas, onde o dono é nosso irmão, e comprei um licor de batata doce, biscoitos e um doce de leite muito legal. Lá tem o carimbo!

Subi no alto da rua que sai da praça e vi a igreja do Rosário lá no alto, a vista é bem legal. Visitei também o mercado, mas tava tumultuado porque parece que teve uma festa e tava cheio de barraquinhas.

Como ainda era cedo, decidi encarar a MG010 até o Serro.

Me disseram que era terra, e eu não queria mais saber de terra, mas acabei aceitando a ideia de ir até lá. Afinal ainda tava bem no começo do dia.

Então vamu qui vamu!

Alto da Serra do Cipó

Ô lugar lindo meu Deus!

A vista de lá de cima é sensacional mesmo.

As fotos não dão ideia de como é lindo o lugar!

Com certeza essa foto aí foi tirada em uma altitude de mais de 1000 metros. É bem frio, com temperaturas médias de 15-18 graus. O relevo é arenoso e foi formado por rochas do fundo do mar há mais de 1.7000.000.000 de anos!

A vegetação também é típica, com plantas endêmicas, isto é, só aparecem aqui. São campos rupestres, com plantas muito loucas como as velosias gigantes, e cerrado, com árvores retorcidas e esparsas.

Vir aqui é presenciar a natureza de uma forma muito diferente!

Morro do Pilar - Estrada Real

Feriado, sábado 9 de setembro, num tava fazendo nada mesmo, resolvi dar uma motocada.

Aí pensei, vou em Morro do Pilar pegar um carimbo da Estrada Real e depois em Conceição do Mato Dentro.

Depois volto prá casa.

Saí 8 da manhã e fui para a Serra do Cipó. Cheguei até o véu da noiva, onde conheço bem e comecei a subir a serra.

Que vista magnífica! Nunca tinha subido tanto! Só tinha ido até a estátua do Juquinha, mas tava tão cheio de gente que passei direto desa vez.

Ventava bastante e estava bem frio, mas a vista da Serra compensa tudo. É muito interessante como muda a vegetação e o relevo, se tornando bem mais pedregoso.

Cheguei em Morro do Pilar ainda bem cedo, eram 10 da manhã, peguei o carimbo na Pousada Licuri, onde o Sr. André, simpaticíssimo, me ofereceu um café.

Morro do Pilar teve o primeiro alto forno da América do Sul, em 1814, para suprir as necessidades de ferro para a mineração. Quando a primeira leva de 3 toneladas chegou no Serro, foi decretado feriado e foram rezados Te-Deuns durante três dias.

Reza a lenda que o bandeirante Gaspar Soares fundou Morro do Pilar em 1701 após encontrar ouro, que descia das encostas quando chovia. O lugar passou a se chamar Morro de Gaspar Soares, com a fundação da capela de Nossa Senhora do Pilar.

Agora, os Morrenses que me perdoem, mas a igreja tá parecendo um caixote... Que igreja mais despersonalizada!


Ferramentas de Trabalho


Uma pergunta interessante na Maçonaria, caso se queira faze-la sobre as "ferramentas de trabalho", seriaquando essas ferramentas foram introduzidas no Ritual das Lojas Simbólicas?

Nós sabemos que temos diversos Ritos em todo o mundo e os Rituais, apesar de semelhantes tem pequenas diferenças. Vamos tomar por base o "Emulation Ritual".

Para responder essa pergunta temos que considerar o passado histórico do Ritual e da Ordem Maçônica, em geral.

A Maçonaria nos tempos operativos (vide Maçonaria Operativa) pode ser acompanhada na Inglaterra, através dos registros de seis séculos passados, voltando-nos ao Manuscrito Régius de 1390 e ao Manuscrito Cooke de aproximadamente 1420 (vide Poema Regius - Pílula Maçônica nº 81).

Não há nenhuma evidência que os Maçons Operativos aplicavam "lições de moral e ética" baseadas ou relacionadas com seus instrumentos de trabalho.

Apesar de que há diversos registros das ferramentas de trabalho dos Maçons, porém, como ferramentas propriamente ditas, não há nenhum registro de que fossem usadas nos Cerimoniais das Lojas, como Símbolos ou algo semelhante.

Até 1650, as Cerimônias de Admissão (nossa atual Iniciação) parecem ter sido constituídas somente de uma leitura dos "Deveres" e um "Juramento de Fidelidade" à Loja.

Aparentemente, a mais antiga evidencia que nós temos, vem de um manuscrito de 1696 denominado "Registro da Loja de Edinburgh". Contém uma passagem que menciona ferramentas: "... eu juro por Deus, por São João, pelo Esquadro e pelo Compasso, e ...".

De 1730 a 1813 o aparecimento das "ferramentas" nas Instruções Maçônicas, cresceu paulatinamente, com influência da Maçonaria francesa que sempre foi tremendamente esotérica. É importante que se diga, que a moderna divisão das ferramentas de trabalho dentro dos três Graus das Lojas Simbólicas foi puramente arbitraria.

O Simbolismo se tornou proeminente dentro da Maçonaria em tempos comparativamente recentes, e muitos dos Símbolos foram adquiridos em locais externos.

Enquanto a Maçonaria Operativa pode ser traçada dentro de até 600 anos atrás, aproximadamente, o Simbolismo Maçônico está entre 200 a 250 anos somente. Os ensinamentos utilizando as "ferramentas de trabalho" também estão dentro desse período.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

Triangulo mineiro já foi paulista e goiano

                   Depois de ter sido meio espanhol e um tanto capixaba, o Triângulo passou por mais duas situações administrativas antes de ser mineiro: foi paulista e foi goiano.


                   Nos finais do século XVI, os reinos de Portugal e Espanha foram fundidos num só sob o comando do rei Fernando II, espanhol. Com isso, não havia mais razões de existir a linha demarcatória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, os limites marcados anteriormente pelo reino de Portugal para as Capitanias Hereditárias tiveram seus interiores totalmente desrespeitados, mesmo porque os capitães governadores estavam preocupados apenas com o litoral. Como diziam os jesuítas, eles arranhavam a praia como os caranguejos.

                   A capitania de São Vicente, depois capitania de São Paulo, terra dos mais autênticos mamelucos, vivia momentos angustiantes de pobreza, mas valentes e dispostos a permanecer no lugar, os paulistas organizaram bandeiras que saiam a aprisionar índios para escravizá-los e vendê-los. Era o meio de vida dos primeiros bandeirantes.


                   Dessa forma, eles alargaram suas fronteiras interiores. A tal ponto que o Sul do país passou a ser paulista mais o Triângulo, Goiás e Mato Grosso. Tudo paulista.


                   Curiosa a situação das terras de Minas Gerais (que ainda não existia como Capitania) nessa época. O gado nordestino veio subindo pelas margens do São Francisco à cata de vegetação mais fresca e foi arrastando a peonada e as divisas interiores das capitanias da Bahia e de Pernambuco. Então, de Minas, pertencia a São Paulo o Sul e o Triângulo; o Leste mineiro à Bahia e o Oeste a Pernambuco.


                   Foi o período do Triângulo paulista. Que durou até que a exploração do ouro e seu controle exigiram a criação das capitanias das Minas e de Goiás.

                   Primeiro se criou a das Minas e se estabeleceram os limites com São Paulo. Ao Sul foi muito problemático, mas não nos interessa; no Triângulo foi muito fácil porque não havia riqueza nenhuma e pouco preocupou sua demarcação. Mas houve. Ela pegava da foz do rio São Marcos, no Paranaíba, e vinha em linha reta até o rio Grande, no ponto em que ele faz um ângulo quase reto ao tomar o rumo do Sul, ali pelas proximidades do Desemboque.


                   Com a descoberta de ouro em Goiás, com o mesmo objetivo fiscalizador, criou-se a capitania goiana. Como área saída de São Paulo, o Triângulo incorporou as terras que formaram Goiás por ficar no meio do caminho, mantendo a mesma divisa com a capitania mineira.


                   A passagem do Triângulo, de Goiás para Minas, é que foi curiosa.  Os aventureiros do Desemboque procurando safar-se de uma derrama que se planejava para a capitania das Minas convenceram as autoridades goianas de que o Desemboque ficava dentro da área do Triângulo, quando, não ficava. Goiás mandou forças para a região, tomou posse do Desemboque e nomeou suas autoridades. Não satisfeitos com o avanço sobre parte do território mineiro os goianos invadiram Araxá e nomearam suas autoridades. Aqui, entretanto, o carro pegou porque os araxaenses não aceitaram a invasão e peticionaram ao príncipe d. João para que fosse respeitado o limite entre as duas capitanias. A essa altura, Goiás já tinha elevado o Desemboque a sede de comarca com jurisdição sobre toda a mesopotâmia formada pelos rios Grande e Paranaíba.


                   A situação era a seguinte: todo o Triângulo, até proximidades do Desemboque era, desde o início, goiano, passado que foi de São Paulo para Goiás. O Desemboque e Araxá eram mineiros desde a criação da capitania, porém estavam aposseados pela capitania goiana.

                   Os principais de Araxá requereram e foram atendidos. D. João ao determinar que as terras do Araxá e do Desemboque retornassem a Minas referiu-se não à vila do Desemboque e do Araxá, mas à comarca do Desemboque e, nessas condições, ia o Triângulo a reboque para Minas. A ganância goiana deu com os burros n'água e fez a capitania perder a enorme área do Triângulo.


                      Essa, pois, em linhas rápidas, a história do Triângulo paulista, goiano e, finalmente, mineiro.

 

Antônio Pereira da Silva

 

OBS IMPORTANTE: O Julgado do Desemboque, criado em 1766, atingia todo o Triângulo Mineiro mais o Sul de goiás. Dez anos mais tarde, foi criado o Julgado de Santa Cruz, no Sul de Goíás que passou a ter jurisdição sobre esta área. Ficou com o Desemboque apenas o Triângulo. (Freitas, José Ferreira, Sertão da Farinha Podre, ed. Do A., 2002)

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