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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

JESUS ERA PERIPATÉTICO

por Max Gehringer

Numa das empresas em que trabalhei, eu fazia parte de um grupo de
treinadores voluntários.

Éramos coordenados pelo chefe de treinamento, o professor Lima, e
tínhamos até um lema: "Para poder ensinar, antes é preciso aprender"
(copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai).

Um dia, nos reunimos para discutir a melhor forma de ministrar um
curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método
convencional — botar todo mundo numa sala — não iria funcionar, já que
o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um
público daquele tamanho.

Como sempre acontece nessas reuniões, a imaginação voou longe do
objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um
trecho do Sermão da Montanha como tema do evento. E o professor, que
até ali estava meio quieto, respondeu de primeira.

Aliás, pensou alto:

– Jesus era peripatético…

Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato
pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta,
dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o
gerente de RH precisava falar urgentemente com o professor. E lá se
foi ele, deixando a sala à vontade para conspirar.

- Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto —
disse a Laura.

– Eu nem diria de mau gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo — emendou
o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por
um silêncio geral.

– Talvez o professor não queira misturar religião com treinamento —
ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos. — Mas eu até vejo
uma razão para isso…

– Que é isso, Sales? Que razão?

– Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.

– Não diga!

– Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a
religiosidade alheia…

Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e,
quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou.
Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou falando:

– Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e
colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador
teria de repetir a mesma apresentação várias vezes, mas… Por que vocês
estão me olhando desse jeito?

– Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de
peripatético, veja bem…

– Certo! Foi daí que me veio a ideia. Jesus se locomovia para fazer
pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus
discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de
usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem
moral e o deslocamento físico… Mas que cara é essa?…Peripatético quer
dizer "o que ensina caminhando".

E nós ali, encolhidos de vergonha.

Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a
palavra que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples
ida ao dicionário. Isto é, para poder ensinar, antes era preciso
aprender. Finalmente, aprendemos. Duas coisas.

A primeira é: o fato de todos estarem de acordo não transforma o falso
em verdadeiro.
E a segunda é que a sabedoria tende a provocar discórdia, mas a
ignorância é quase sempre unânime.

Artigo escrito por Max Gehringer e publicado na Revista VOCÊ S.A.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Socialismo

SIMPLES E MUITO BEM EXPLICADO

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que nunca
reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe
inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente
funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário
e 'justo'.

O professor então disse:

Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe.. Ao invés de
dinheiro, usaremos suas notas nas provas. Todas as notas seriam concedidas
com base na média da classe, e portanto seriam 'justas'.

Com isso ele quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que
significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que
ninguém receberia um "A"...

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam
"B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se
esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos
- eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham
estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do
trem da alegria das notas.

Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos
preguiçosos.. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".

Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram
a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por
culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas
daquela classe.

A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das
reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer
parte daquela turma.

No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o
resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano...

Para total surpresa???!!!

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque foi
baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça, mediocridade e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria
fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é
grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as
recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a
outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que
punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar,
outra pessoa deve trabalhar sem receber.

O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.

Quando metade da população entende a idéia de que não precisa
trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando
esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para
sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma
nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

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