Other stuff ->

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O termo “Rito de York”


 

Como mencionado na Pílula Maçônica nº 170, vou comentar alguma coisa na tentativa de esclarecer a origem do termo 'Rito de York", adotado e oficializado pelo Grande Oriente do Brasil, juntamente com outros 06 Ritos.

Na verdade, esse termo se aplica ao sistema maçônico dos EUA, onde realmente esse termo faz sentido e onde se tem, realmente, o Rito de York (ver Pílula Maçônica nº 55 – A Loja de York).

No Brasil, usamos o sistema maçônico inglês, que é diferente do sistema norteamericano.

Esse sistema inglês, estabelecido após a união dos "Modernos" com os "Antigos" em 1813, gerando a Grande Loja Unida da Inglaterra, possui diversos RITUAIS, entre eles o famoso "Emulation Ritual", que é o que usamos aqui no Brasil. Tem, também, o Stability, Sussex, etc

E por que usamos o termo "Rito de York" aqui no Brasil?

Para esclarecer isso, vou ocupar duas Pílulas Maçônicas, pois a história é longa e complicada. Vamos iniciar, esclarecendo, de modo genérico, o que é "RITO" e o que é "RITUAL" RITO – é um método, um uso, aprovado por costumes, ou a muito tempo seguido, ou até mesmo uma lei. Na Maçonaria significa um método de conferir a "Luz Maçônica" através de distribuição e distinção de Graus.

RITUAL – na Maçonaria, é o sistema de cerimônias, fórmulas, instruções, para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos. Comparativamente, de modo muito simples, temos como exemplo um casamento. De maneira geral, no mundo todo, casamento é a união de duas pessoas, reconhecida por uma autoridade, religiosa ou não.

No Brasil, as cerimônias, a seqüência, para realização de um casamento, são diferentes do que ocorre na Grécia, por exemplo. O evento "casamento" é o mesmo, porém, o cerimonial é diferente, dependendo do País.

Retornando ao termo "Rito de York", em estudo, sabemos que a Maçonaria praticada na Inglaterra, Irlanda e Escócia, antes de 1717, era chamada "Maçonaria Operativa"..

Nesses países, na Inglaterra principalmente, o sistema maçônico usado, era semelhante ao praticado na cidade de York, muito antigo.

Quando em 1717, em Londres, ocorreu a mudança para "Maçonaria Especulativa" com a união de 04 Lojas, etc (não entrarei em detalhes pois muito já foi escrito sobre isso), os problemas começaram.

Essa "Grande Loja de Londres e Westminster", recém formada, quando percebeu que, após adesão de inúmeras Lojas, a coisa ia dar certo, alterou certos eventos ritualísticos, obviamente na boa intenção. Aliado a isso, um ex-maçom chamado Samuel Prichard, aproximadamente em 1730, lançou um livro denominado "A Maçonaria Dissecada" no qual, a maioria dos segredos maçônicos era revelada.

Para evitar a penetração de profanos nas Lojas, mais alterações foram realizadas.

Essa Grande Loja, após o seu quinto Grão-Mestre, começou a convidar, e com aceitação, membros da Realeza ou da Nobreza para serem os futuros Grão-Mestres.

Isso provocou, talvez sem maldade, uma "elitização", de modo que os irlandeses e escoceses não eram bem recebidos nas Lojas pertencentes a essa Grande Loja.

Com essa elitização, mais as alterações realizadas nas cerimônias ritualísticas, as Lojas, que não aderiram à Grande Loja de Londres e Westminster, normalmente compostas de irlandeses e escoceses, fundaram outra Grande Loja, em 1751, e começaram a chamar, de modo pejorativo, os Maçons da Grande Loja de 1717 de "Modernos" e se auto denominaram de "Antigos", pois praticavam, segundo eles, a antiga e verdadeira Maçonaria, praticada na cidade de York.

Nessa época, em torno de 1756, estava ocorrendo a colonização na América do Norte e os quatro sistemas maçônicos, foram juntos com a colonização: a Maçonaria Irlandesa, a Escocesa, os "Antigos" e os "Modernos".

Com a independência dos EUA, em 1776, predominou nesse novo país a maçonaria dos "Antigos", juntamente com a maçonaria Irlandesa e Escocesa, com decréscimo da maçonaria dos "Modernos". Isso, provavelmente, devido ao fato dos "Modernos" estarem ligados a Realeza e a Nobreza. Então, a Grande Loja dos "Modernos" desaparece do cenário americano e as outras Grandes Lojas: dos "Antigos", Escocesa e Irlandesa se unem mais e, com Rituais baseados no Monitor de Thomas Smith Webb, derivado, principalmente do Ritual da Grande Loja dos "Antigos" fundaram as Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América.

Com isso, começou a ser praticado, lá nos EUA, um Rito Maçônico que realmente pode ser chamado de "Rito de York", diferentemente do que ocorreu na Inglaterra, com a união dos "Antigos" e dos "Modernos", gerando o Sistema Inglês Maçônico (eles não usam o termo "Rito" e sim, o termo "Craft").

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.  

Cavaleiros Hospitalários



 

Os Hospitalários ou Cavaleiros Hospitalários, de São João de Jerusalém, foram originariamente uma Ordem militar-religiosa formada, também, durante as Cruzadas. Seu remanescente existencial atualmente é a

Suprema Ordem Militar de Malta.

O grupo foi formado no 11º século em Jerusalém; seus membros foram irmãos vinculados a um hospital dedicado à São João que cuidava de peregrinos doentes ou necessitados. Em 1113 este grupo recebeu a aprovação papal como ordem regular. Seu primeiro superior (Grão Mestre) foi Gerard de Martignes. Seu sucessor foi Raymond du Puy que reconstituiu a Ordem e começou engajar seus membros em operações militares para o Reino Latino de Jerusalém (ver comentários abaixo).

Após 1187, a Ordem moveu seu quartel general para a cidade de Acre.

Os membros continuavam a cuidar de doentes, guardavam as estradas e lutavam. Eles se tornaram rivais dos Templários na arte de guerra cruzada.

Em 1310 mudaram primeiro para Chipre e depois para a ilha de Rhodes, na qual a Ordem governou como um estado independente até a chegada do turco Otto. Em 1530, o Sagrado Imperador Romano, Carlos V,

concedeu Malta para os Hospitalários. Eles defenderam a ilha contra os turcos até que Napoleão I expulsou todos eles em 1798. A Ordem estava declinando e, finalmente seu quartel general foi finalmente estabelecida em Roma. E, de 1805 a 1879 não tiveram Grão Mestre.

Reconstituída em 1879, os Hospitalários continuam hoje como uma Ordem onde clericais e membros fiéis, ambos engajados em trabalhos de caridade e assistência médica. Ela é internacional na qualidade de seus membros e de suas atividades. A vestimenta da Ordem é um manto negro com a cruz de malta de oito pontas, na cor branca.

O Reino Latino de Jerusalém O Reino Latino de Jerusalém foi criado em 1099 pelos líderes da primeira Cruzada; foi conquistado pelos Muslims em 1291. Sua grande extensão incluía a Palestina e outros estados ao norte, principalmente da Antióquia. A história desse reino pode ser contada em duas etapas: de 1099 até 1187 quando Jerusalém foi reconquistada pelo líder dos Mulims, Saladino e de 1189 até 1291, quando foi finalmente conquistado.

Durante a primeira fase o Reino tinha como capital a cidade de Jerusalém. Os Cruzados escolheram inicialmente Godfrey de Bouillon como administrador (1099 a 1100). Apesar dele ter tomado somente o título de Defensor do Sepulcro Sagrado, seus sucessores, começando por seu irmão Baldwin I (1100 até 1118) usaram o título real. Eles tinham a esperança de expandir e consolidar sua posição na Palestina e, em particular, capturar cidades costeiras, as quais a Primeira Cruzada não havia conquistado. Com o apoio naval de Gênova, Veneza e Pisa, eles tiveram sucesso nessa empreitada.

A oposição árabe dos muslims estava inicialmente fragmentada entre pequenos e insignificantes estados. Após 1128, entretanto, os estados árabes foram gradualmente se unificando, graças ação de novos líderes, entre eles o maior sendo Saladino, que se tornou administrador (governador) do Egito em 1169. Declarando uma guerra santa em 1187, ele derrotou os Cruzados em Hattin, resgatando Jerusalém para os Mulims e sitiando os remanescentes Cruzados em Tiro, Trípoli e Antióquia.

Em 1189 os Cristãos promoveram a Terceira Cruzada intencionada de reconquistar Jerusalém.. E assim foi feito. Esta Cruzada e as outras que a sucederam, somente reconquistaram as cidades costeiras e faixa adjacente do território.

De 1191 para frente, a capital do reino era a cidade de Acre.

Infelizmente, o futuro desse Reino foi amargurado pelos conflitos entre os Barões e os Governadores; entre os colonizadores de Veneza, Piza e Gênova;

e, principalmente entre as Ordens Militares dos Hospitalários e Templários.

A queda de Acre para os egípcios (Mamelucos) em 1291 marcou o fim do Reino Latino de Jerusalém.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Grande Capitulo do Rito de York


 

Em torno do ano de 1910, Maçons de origem inglesa não estavam satisfeitos com a Maçonaria praticada aqui no Brasil, pois pretendiam, se possível, ter Lojas do Rito inglês, que trabalhassem segundo a orientação litúrgica da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). Alguns Obreiros desta última, foram enviados ao Brasil para negociarem com o Grande Oriente do Brasil, com o intuito de obter do GOB, a autorização para estabelecer uma Grande Loja Distrital, sob a Constituição Inglesa, em nosso território.

Isso não foi concretizado nessa época, porém, foi assinado um Tratado, em 21/12/1912, pelo Grão Mestre Lauro Sodré, do GOB, e pelos representantes da GLUI, que relatava, resumidamente e com outras palavras, o que segue abaixo:

- o GOB em consideração à inabalável e fraternal amizade que sempre uniu a GLUI e o GOB, e pretendendo atender aos anseios dos maçons ingleses residentes no Brasil, resolveu permitir que fosse criado um Grande Capítulo do Rito de York, com patente e sob a obediência do Grande Oriente do Brasil (NOTA: sobre o termo "Rito de York" faremos uma explicação na próxima Pílula).

- desde logo ficarão subordinadas a esse Capítulo as seguintes sete Lojas do GOB:

"Eduardo VII", ao Oriente do Pará;

"Saint George", ao Oriente de Recife;

"Duke of Clarence". Ao Oriente da Bahia;

"Eureka Nº 3", ao Oriente do Poder Central;

"Wanderers", ao Oriente de São Paulo;

"Unity", ao Oriente de São Paulo;

"Morro Velho", ao Oriente de Minas Gerais

- esse Grande Capítulo será autoridade suprema, em matéria litúrgica e autorização de funcionamento, para todas as Lojas do Rito de York, atualmente e para aquelas que no futuro forem criadas no Brasil.

Como fruto desse Acordo, foi feito o Decreto Nº 478, de 01/12/1913, resumidamente mencionado abaixo (caso alguém se interessar tenho o Decreto na íntegra):

- Fica criado, no Oriente do Poder Central, o Grande Capítulo do Rito de York, ao qual se subordinarão, liturgicamente, todas as lojas desse rito atualmente existente no Brasil.

- O Grande Capítulo mencionado terá as mesmas atribuições da Constituição das Grandes Oficinas chefes de Rito, além das do acordo entre GOB e a GLUI.

- esse Grande Capítulo será composto por 33 membros efetivos, etc.

Esse Decreto durou até 1935, quando em 06 de maio desse ano, é assinado um outro Tratado, denominado "Tratado Convênio de Aliança Fraternal" entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra, reconhecendo, naquela época, o GOB como única Potência Maçônica regularmente estabelecida no Brasil e o GOB, por sua vez, autorizava o estabelecimento, no Brasil, de uma Grande Loja Distrital, sob Carta Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Por esse Tratado, convencionou-se, também, que "em virtude de não mais ser necessária a existência do Grande Capítulo do Rito de York no Brasil, este, uma vez formada e estabelecida a Grande Loja Distrital, cessará suas atividades" (Castellani).

Com isso, todas as Lojas do Rito de York, então existentes, passaram, sob a direção da Grande Loja Distrital, para a Jurisdição da Grande Loja Unida da Inglaterra.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

Translate it!