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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Os Estatutos Schaw - 1598

Em Edimburgo, no vigésimo oitavo dia de dezembro do ano do Senhor de
1598. Estatutos e instruções que devem observar todos os Mestres
Maçons deste reino, empossados por William Schaw, Mestre de Obras de
Sua Majestade, o rei Jaime VI, e Venerável Geral do mencionado Ofício,
com o consentimento dos Mestres abaixo firmados.

1. Primeiramente, observar e guardar o que seus predecessores
guardaram de memória, ou seja, todas as instruções anteriormente
estabelecidas referentes aos privilégios de seu Ofício, e em
particular ser sincero uns com ou outros e viverem juntos na caridade,
havendo se convertido, por juramento em Irmãos e Companheiros de
Ofício.

2. Obedecer a seus Veneráveis, Diáconos e Mestres em tudo o que seja
referente a seu Ofício.

3. Serem honestos, fiéis e diligentes em seu trabalho e se comportar
com retidão diante de seus Mestres ou proprietários das obras
empreendidas, sendo estas pagas por empreitada, ou por alojamento e
alimento ou por semana.

4. Ninguém empreenderá uma obra, grande ou pequena, que não seja capaz
de executar com competência, sob pena de multa de quarenta libras ou
do quarto valor da referida obra, sem prejuízo das indenizações e
compensações a pagar aos proprietários da obra, segundo estimativa e
juízo do Venerável Geral, ou em sua ausência, segundo a estimativa dos
Veneráveis, Diáconos e Mestres do condado onde a referida obra está
sendo construída.

5. Nenhum Mestre tomará para si obra de outro Mestre depois que este
ter contratado com o proprietário da obra, seja por contrato, acordo
de fidelidade ou acordo verbal, sob pena de multa de quarenta libras.

6. Nenhum Mestre retomará uma obra na qual outros Mestres já tenham
trabalhado anteriormente até que seus predecessores tenham recebido o
pagamento pelo trabalho cumprido, sob pena da mesma multa.

7. Em cada uma das Lojas em que se distribuem os maçons será escolhido
e eleito a cada ano um Venerável que estará a cardo da mesma, por
sufrágio dos Mestres das referidas Lojas e com o consentimento do
Venerável Geral se este estiver presente. Se não for possível para
este último comparecer, será informado que um Venerável foi eleito
pelo período de um ano, a fim de poder serem enviadas suas diretrizes
ao Venerável eleito.

8. Nenhum Mestre tomará mais de três aprendizes ao longo de sua vida,
a não ser se este obter um consentimento de todos os Veneráveis,
Diáconos e Mestres do condado onde vive o Aprendiz que pretende tomar.

9. Nenhum Mestre tomará nem se valerá de um Aprendiz por menos de sete
anos, e tampouco será permitido fazer deste Aprendiz um irmão e
Companheiro de Ofício até que tenha exercido outros sete anos, até o
término de seu aprendizado, salvo dispensa especial concedida pelos
Veneráveis, Diáconos e Mestres reunidos para avaliá-lo, e que tenha
sido comprovado suficientemente seu valor, qualificação e habilidade
daquele a que se pretende ser feito Companheiro de Ofício; isso tudo,
sob pena de uma multa de quarenta libras a ser recebida daquele que
tenha sido feito Companheiro de Ofício sem a devida instrução
necessária, sem prejuízo das penas que possam ser aplicadas à Loja a
qual este pertença.

10. Não será permitido a nenhum Mestre vender seu Aprendiz a outro
Mestre, nem liberar, através de pagamento, o Aprendiz dos anos de
ensinamento que a ele é devido, sob pena de uma multa de quarenta
libras.

11. Nenhum Mestre receberá aprendizes sem informar ao Venerável da
Loja a qual pertença, a fim de que o nome do referido Aprendiz e o dia
de sua iniciação possam ser devidamente registrados.

12. Nenhum Aprendiz será iniciado sem que seja respeitada a mesma
regra, a saber, que seu ingresso seja devidamente registrado.

13. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício será recebido ou admitido
sem a presença de pelo menos seis Mestres e de dois aprendizes
iniciados, sendo Venerável de Loja um desses seis; no dia da recepção,
o referido Companheiro de Ofício ou o Mestre será devidamente
registrado e seu nome e marca serão inscritos em livro próprio em
conjunto com os nomes dos seis que o receberam, além dos Aprendizes
aceitos, igualmente que registraram o nome dos instrutores que devem
eleger cada recipiendário. Tudo isso com a condição de que nenhum
homem será admitido sem que seja examinado e se prove suficientemente
sua habilidade e valor no Ofício a que se consagra.

14. Nenhum Mestre trabalhará em uma obra de Maçonaria sob a autoridade
ou direção de outro homem de Ofício que já tenha tomado a seu encargo
uma obra de Maçonaria.

15. Nenhum Mestre ou Companheiro de Ofício acolherá um cowan* para
trabalhar com ele, nem enviará nenhum dos seus ajudantes para
trabalhar com os cowans, sob pena de uma multa de vinte libras cada
vez que alguém contrariar esta regra.

16. Não se permitirá a um Aprendiz iniciado empreender uma tarefa ou
obra para um proprietário por um valor superior a dez libras, sob pena
da mesma multa precedente, a saber, vinte libras; e depois de ter
executado esta tarefa, não iniciará outra sem permissão dos Mestres ou
do Venerável do lugar.

17. Se existir alguma disputa, querela ou desentendimento entre os
Mestres, os ajudantes ou os aprendizes iniciados, que as partes em
questão comuniquem a causa de sua querela aos veneráveis e a os
diáconos de sua Loja em um prazo de vinte e quatro horas, sob pena de
multa de dez libras, a fim de que possam reconciliar-se e chegar a um
consenso e que suas diferenças possam ser aplainados pelos referidos
veneráveis, diáconos e Mestres; e se ocorrer de uma das partes se
empenhar e ser obstinado em sua questão, esta será excluída dos
privilégios de sua Loja e não lhe será permitido voltar a trabalhar
nela até que reconheça seu erro diante dos veneráveis, diáconos ou
Mestres.

18.Todos os Mestres empreendedores de obra velarão para que os
andaimes e as passarelas estejam solidamente instalados e dispostos, a
fim de que nenhuma pessoa empregada na referida obra se machuque como
conseqüência de sua negligência ou sua imperícia, sob pena de serem
privados do direito de trabalhar como Mestres responsáveis de obas e
de serem condenados pelo resto de seus dias a trabalhar sob as ordens
de outro Mestre principal que tenha obras sob seu encargo.

19.Nenhum Mestre acolherá nem empregará Aprendiz ou ajudante que tenha
se livrado do serviço de outro Mestre e no caso de ter agido por
ignorância, não o manterá quando for informado da situação, sob pena
de uma multa de quarenta libras.

20.Todas as pessoas pertencentes ao Ofício de maçom se reunirão em
tempo e lugar devidamente anunciado sob pena de uma multa de dez
libras, em caso de ausência.

21.Todos os Mestres que forem convocados para uma assembléia ou
reunião prestarão o juramento solene de não ocultar nem dissimular as
faltas ou infrações que tenham cometido um dos outros, assim como as
faltas ou infrações que tais homens de Ofício tenham conhecimento de
ter cometido contra os proprietários das obras sob seu encargo; tudo
isso, sob pena de uma multa de dez libras a ser paga por aqueles que
tenham dissimulado tais faltas.

22. Ordena-se que todas as multas previstas anteriormente sejam
aplicadas sobre os delinqüentes e contraventores das instruções pelos
Veneráveis, Diáconos e Mestres das Lojas as quais pertençam os
culpados e que o produto seja distribuído ad pios usus segundo a
consciência e parecer destas pessoas.
E com o fim de que estas instruções sejam executados e observadas tal
como estão determinadas, todos os Mestres reunidos no dia indicado
desde já se comprometem e se obrigam a obedecer fielmente. É por isso
que o Venerável Geral requereu que seja firmado o presente manuscrito
de seu próprio punho, a fim e que uma cópia autêntica seja encaminhada
a cada Loja particular deste reino.

fonte: Rede Colméia

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Maçonaria no Brasil: Generalidades

O grande feito da Maçonaria, já nos séculos XVII e XVIII, foi
exportar o ideal revolucionário e republicano para toda a América (do
Norte e Latina). Foi a grande mudança de paradigma. Centros
geográficos como Olinda e Recife, Salvador, Tijuco (depois
Diamantina) e Vila Rica (depois Ouro Preto), até mesmo em função
da tremenda mudança de paradigma que foi a colonização das Américas,
já reuniam grande riqueza e grande número de imigrantes. Luxava-se
mais em Olinda e Vila Rica do que mesmo em Lisboa.


Como o ideal de Fraternidade é de natureza expansionista, as ideias de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, logo varriam todas as Américas.
Em 1760, por exemplo, já não havia colônia americana que não fosse
permeada pela Maçonaria.

A primeira loja regular em Portugal data de 1727, embora se tenha
notícias de atividades maçônicas antes disso. Em 1744 o Sr.
Sebastião José de Carvalho e Melo, português, foi iniciado em Londres,
durante uma festa de São João. Esse cidadão português mais tarde
foi sagrado Conde de Oeiras e, depois, Marquês de Pombal.


Um outro centro irradiador de ideias e ideais, já desde 1620, era a
Faculdade de Medicina, Ciências e Letras, da Universidade de
Montpellier, na França; manteve ligações permanentes com figuras
como Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, John Adam, Domingos
Vidal Barbosa, José Mariano Leal, Domingos José Martins, José
Joaquim da Maia e José Álvares Maciel entre outros; no século
18, em Montpellier, havia mais do que 10 lojas maçônicas
livremente fermentando ideias republicanas nos diferentes estudantes
de todos os cantos do mundo.


Primórdios brasileiros

Kurt Prober, que sempre escrevia apoiado em sólida documentação, cita
em sua bibliografia ("Cadastro Geral das Lojas Maçônicas") que a
primeira atividade maçônica brasileira que merece registro foi em
1724, na "Academia Brasílica do Esquecidos", onde foi iniciado o Padre
Gonçalves Soares de França, o Coronel (e historiador notável)
Sebastião da Rocha Pitta, o Desembargador Caetano de Britto e outros.
Mais tarde todas as atas dessa sociedade secreta foram queimadas.

O argentino Alcebíades Lappa, em 1981, em tese internacional, usando
um Livro de Atas do Duque de Norfolk, em Londres, provou que o Ir.:
Randolph Took foi designado, já em 1735, como Grão-Mestre Provincial
para a América do Sul ( o que equivalia a dizer Brasil).

E mais ainda, há uma carta do médico inglês Robert Young, em nome da
Loja de São João, de Buenos Aires, em 1741, dirigida à Loja de São
João do Brasil, recomendando-lhe o Ir.: Richard Lindsey que se
encontrava no Brasil.
Há vestígios da existência, em 1750, de um grande Oriente Maçônico,
em Salvador, vinculado ao grande Oriente da França, com fortes
tendências liberais e republicanas. No Rio em 1752 foi criada a
Associação Literária dos Seletos.



GOB

Criado em 17 de junho de 1822, o Grande Oriente do Brasil - GOB, única
potência brasileira a deter o reconhecimento primordial, secular e
definitivo da Loja-Mãe da Inglaterra, inscrito entre as quatro ou
cinco maiores potências maçônicas do mundo, tem cadeira cativa e
fortemente destacada na história do país, tanto no período monárquico
quanto no republicano. O século 18 foi marcado pelo Iluminismo, o 19
pelas ideologias e o 20 pela emergência e domínio das tecnociências.



Estado da Arte

No século XX três (3) vertentes científicas mudaram a face da
humanidade com efeitos revolucionários radicais:

· a manipulação do átomo ( e a energia atômica) => desde a
dizimação de cidades inteiras com centenas de milhares de mortos, até
a pesquisa na agricultura, na medicina e na química, com radioisótopos
para medir taxações diversas, radioterapia, estados de nutrientes
etc.; a energia atômica e a física nuclear tocam um papel
importante no concerto das nações indicando o parâmetro principal na
questão da hegemonia entre eles (quem tem mais manda mais);

· a manipulação do gene (a biologia molecular e a
biotecnologia) => o conhecimento da estrutura genética tem produzido
inúmeros benefícios, mormente na agricultura, onde aumentou
substancialmente a produção e a produtividade na plantação e colheita
dos gêneros hortifrutigranjeiros; pesquisa de germoplasma têm sido
muito importante na construção de cadeias nutrientes mais viáveis e
assimiláveis; o estudo de clonagem tem introduzido grandes
barateamentos na produção; estima-se que dentro de 30 anos (ou
menos) a técnica de criogenia estará totalmente dominada e
disseminada;

· e a tecnologia de redes de computadores => minimizando a
tirania que tempo e distância sempre impuseram sobre o gênero
humano; com o computador vence-se, em parte, a tirania do
tempo, dando-se agilidade às tarefas de memorização; e, pelas
redes de computadores, minora-se o efeito maléfico das
distâncias a serem vencidas, dado que o homem pode
manifestar-se, simultaneamente, em dois ou mais lugares do
planeta pelo uso e exploração da tecnologia de redes.

O gênero humano está entre 2 (dois) mundos, quais sejam: o mundo
natural (da Natureza) e o mundo cultural (da construção cultural
originária da própria mente humana). A cultura é obra do homem
que, com o seu fazer e o seu saber, age sobre a NATUREZA. O homem,
portanto, muda a Natureza e a Natureza mudada muda o homem; por
exemplo: o rio São Francisco, da unidade nacional, é natureza, já
sua transposição das águas, é canal, é cultura.

As mudanças, que implicam ruptura com a ordem estabelecida, são todas
temáticas; não obstante isso até o início do século XX as mudanças
eram administráveis. e agora?!

O quadro atual da humanidade, portanto, tem sido marcado pela
entropia e pela difusão caótica dos costumes e dos conhecimentos como
se apontasse para o momento da virada total em que surgirá a ORDEM
(nascida do caos)! A cultura, que na Idade primitiva era
transmitida pela tradição oral - passando pelos monges copistas,
da Idade Média, e pela imprensa de João Gutemberg, no Renascimento
-, hoje já está sendo veiculada pela multimídia, que é um
substrato computadorizado que canaliza Dados, Voz, Vídeo e
Videoconferência, sob a forma abstrata de bits, pela rede!


Fonte: Rede Colméia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

RETIRADA DOS METAIS NA INICIAÇÃO

Qual seria a origem do costume de retirar o dinheiro e as substâncias
metálicas do Candidato quando está sendo preparado para a sua
Iniciação? A resposta é muito subjetiva, deste modo vou dar a mais
lógica encontrada nos livros pesquisados.

Muitos homens se deliciam, se encantam com metais como ouro e prata,
para seu interesse próprio, não tendo nenhum outro padrão que os
substituam e, para esses homens tudo gira em torno de tais metais.
Como a decisão de entrar na Maçonaria é somente dele, o Candidato deve
ter o desejo de renunciar a tudo isso como sendo sua prioridade, pois
na Ordem o que menos importa é sua riqueza e posição.

O Ir\Lional Vibert, em seus escritos "Vestígios dos Antigos Dias"
sugere (como pura especulação) que isso pode ser uma lembrança dos
Tempos Operativos quando o mais obvio caminho de ensinamentos para um
Maçom Operativo eram as lições de pobreza, caridade e humildade e que
sua maior riqueza eram as ferramentas de trabalho com as quais podia
obter seu sustento e da sua família.



Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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