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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Retardatário



O Obreiro que chega atrasado ao horário estabelecido pela Loja Simbólica e encontra a porta do Templo fechada vai se condicionar à duas situações que estão ocorrendo no interior da Loja: o Livro da Lei foi aberto, ou não. No final falaremos sobre essas duas situações.

Como no Brasil, na maioria dos Ritos e na maioria das Lojas, não se tem o hábito de colocar Cobridor Externo, o Obreiro retardatário deverá dar a bateria com que se pede ingresso no Templo.

O Cobridor Interno responde para demonstrar ao retardatário que a Loja está ciente de sua presença. Comunica ao primeiro Vigilante e este comunica o Venerável Mestre.

Caso a Loja seja de Companheiro ou Mestre, o Cobridor Interno, após autorização do VM, deverá sair, verificar se o Irmão pertence ao Quadro e comunicar se ele pode entrar ou não. Se não for Irmão do Quadro, o Cobridor interno deverá "telhar" o retardatário para verificar se ele poderá entrar.

Estando tudo correto e a entrada do retardatário é permitida, voltemos ao início:

- O Livro da lei não foi aberto: como a Loja não está aberta, o retardatário poderá entrar, após comunicação do Venerável Mestre, sem formalidades. O Mestre de Cerimônias conduzirá (quem conduz vai na frente) e determinará o local onde o retardatário deverá sentar.

- O Livro da lei já foi aberto: como a Loja é considerada aberta pelo Venerável Mestre, a ninguém é permitido entrar sem formalidades. Portanto, o retardatário entrará com formalidades e o Mestre de Cerimônias o conduzirá ao local apropriado.


Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

“O Caso William Morgan” antimaçonaria


Movimentos anti maçônicos sempre existiram desde os primórdios da Maçonaria, mesmo durante o período da Maçonaria Operativa.

Um dos maiores, ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1826 e 1840. O "Caso Morgan", a ser descrito ao longo deste trabalho, foi o estopim de um sentimento anti maçônico, muito amplo e que estava em estado latente por muitos anos, provocado em parte por livros anti maçônicos vindos da Europa, (ver Pílula Maçônica nº99 sobre Leo Taxil) denunciando a Sociedade Maçônica, e em grande parte pelos "dogmas"

praticados por certas Seitas Protestantes.

Em 1820, nos Estados Unidos, havia aproximadamente 400 Oficinas e em torno de 12.000 membros e estava crescendo. Como resultado desse movimento, iniciado pelo "Caso Morgan", a questão sacode a opinião pública e quase destruiu a Instituição. Em 1830 o número de membros caiu para aproximadamente 2.000.

William Morgan, indivíduo de mau caráter, aventureiro, endividado, jornalista de Batávia, New York, decidiu refazer-se economicamente lançando um pequeno livro anti maçônico, publicado em 1826 com o título "A Maçonaria Apresentada e Explicada" com a intenção de desmascarar a Instituição e ganhar muito dinheiro com a venda do livro.

Torna-se logo um best-seller.

Aparentemente, William Morgan deve ter frequentado Lojas maçônicas, onde adquiriu conhecimento para a redação de seu livro. Entretanto, não foi encontrado seu nome em nenhum registro de Loja. É possível que tenha sido auxiliado por outra pessoa.

O movimento anti maçônico cresceu exponencialmente quando Willian Morgan desapareceu da cidade. Inquéritos foram realizados sem sucesso. Jamais se soube o que aconteceu. Porém, começou a correr a notícia que William Morgan havia sido sequestrado pelos Maçons, levado até as Cataratas do Niágara e depois de ter sido assassinado na fronteira canadense, seu corpo teria sido jogado nelas.

Morgan desapareceu em setembro de 1826 e no mês seguinte, o Reverendo David C. Bernard, pastor da Igreja Batista em N.Y., acompanhado de um membro que havia renunciado da Loja Maçônica, começou uma carreira de 40 anos devotada largamente para a desmoralização da Ordem.

Diversos encontros e convenções foram liderados por ele e, ao mesmo tempo, publicou um livro chamado "Luz na Maçonaria" totalmente anti maçonaria. Todos os maçons foram excomungados e não podiam ser candidatos em cargos públicos.

Obviamente, assunto naturalmente atrativo para leitores e escritores românticos e sensacionalistas, produziu uma circulação avantajada de livros anti maçônicos.

Até um Partido Político anti maçônico foi fundado em New York e a excitação invadiu, gradualmente, os outros estados. A maçonaria é condenada pela Igreja Batista. Os Maçons são, sistematicamente, recusados quando da formação de Juri Criminal e os pastores lhes negam a comunhão. A dissidência na Maçonaria foi enorme. Intrometendo-se a inevitável política, viram-se candidatos se apresentarem às eleições alegando seu anti maçonismo.

A Maçonaria levou anos para se reerguer.. Quando da Guerra da Secessão, a Ordem se manteve, numa certa medida, fora do conflito, e exemplos não faltaram de atos de generosidade para com os feridos e os prisioneiros, entre Maçons. Estabelecida a paz, para muitos a reconciliação foi definitiva.

Em 1838, o Partido Anti maçom apresenta um candidato à presidência dos Estados Unidos. Os dois outros candidatos, pelos dois grandes partidos e antigos Grão Mestres, Andrew Jackson e Henry Clay.

Jackson foi eleito pela maioria esmagadora: era a Ordem que se reerguia, depois da debandada quase geral provocada pelo "escândalo Morgan". Retoma, então, enfim, sua caminhada progressiva.

Existem hoje, Potências Maçônicas nos EUA, em todos os Estados, Territórios e Distrito Federal com aproximadamente 1.500.000 membros.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Os Templários e o Descobrimento do Brasil



 

O rei da França, Filipe IV, o Belo, na época do século XIV, estava falido e, entre outros, devia muito dinheiro a Ordem dos Templários, que era uma das Organizações mais ricas e mais poderosas da Europa. Seus membros eram guerreiros, banqueiros e construtores e tinham sede em Paris. Pelo fato de serem guerreiros, e bem organizados, se apoderaram de imensas quantidades de terras e bens materiais dos perdedores aos quais punham o seu jugo. Controlavam feudos e construções em Paris e no interior da França.

Participaram de modo intenso nas Cruzadas. As mesmas eram "patrocinadas" pela Igreja Católica a qual permitia, devido sua portentosa influência juntos aos reis e governantes, que os Templários tivessem muitas regalias e direitos. Entretanto, exigiam que as Cruzadas saíssem vitoriosas em suas contendas. As derrotas das Cruzadas no Médio Oriente, alimentaram uma onda de calúnias, produzida provavelmente por pessoas ou entidades invejosas e sedentas do fracasso dos Cavaleiros da Ordem dos Templários, dizendo que os mesmos teriam se "vendido" aos muçulmanos. Aproveitando o clima favorável, talvez produzido por ele mesmo, em 13 de outubro de 1307, Filipe invadiu, de surpresa, as sedes dos Templários em toda a França, prendendo todos os membros.

Dois processos foram abertos contra a Ordem dos Templários: um dirigido pelo rei contra os presos, o outro conduzido pelo papa Clemente V, que como sabemos, foi forçado pelo rei Felipe, a colocar a sede do Papado em Avignon, França.

Muitos Cavaleiros foram mortos. A maioria degolada. A Ordem era Iniciática e bastante discreta. A própria discrição da Ordem foi usada contra ela, fazendo-se afirmações absurdas. Devido a ramificada rede de informações da Ordem, os sobreviventes trataram de salvar a maior quantidade possível de bens e tesouros.

Todos os seus bens "disponíveis" foram confiscados. Esperava-se uma fortuna, mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a suposição de que os tesouros foram transferidos em segurança para outros países. Para muitos investigadores, um desses países teria sido Portugal. O rei Dom Dinis (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem dos Templários em terras portuguesas. Sugeriu uma doação formal dos bens da Ordem à Coroa, mas, talvez, por imposição dos Templários, foi nomeado um administrador, de confiança da Ordem, para cuidar deles.

Dom Dinis, numa atitude corajosa para a época, local e condições, abriu as portas para todos os refugiados da Europa. Nessa ocasião, por volta de 1317, o último Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, Jacques (ou Thiago) de Molay, já havia sido executado na fogueira (1314). Nem o Papa, com toda sua autoridade e com a "Santa Inquisição" a sua disposição, o intimidou: fundou a Ordem de Cristo com, segundo afirmam os historiadores, parte do patrimônio dos Templários.

Todos os perseguidos da Europa, se concentravam, trazendo seus segredos, seus conhecimentos, para o Convento de Tomar, sede da Ordem de Cristo. Uma nova etapa, uma nova era, estava acontecendo para os Cavaleiros Templários. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João XXII, reconheceu a Ordem de Cristo.

No início do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e na Flandres (hoje parte da Bélgica e Holanda). Nesse caso, porque é que foram os portugueses a encabeçar a expansão européia? Sem dúvida, a rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo, com seus tesouros, mas, principalmente, com os seus conhecimentos e experiência adquiridos ao longo dos anos. .

Quando o Infante Dom Henrique, terceiro filho de Dom João I, se tornou Grão-Mestre da Ordem, em 1416, a Organização encontrou apoio para colocar em prática um antigo e ousado projeto: contornar a África e chegar à Índia, ligando o Ocidente ao Oriente sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra. Dom Henrique assumiu o cargo de governador do Algarve. Dividia seu tempo entre a Ordem de Cristo e o Porto (ou Vila) de Lagos.

Ao retornar à Portugal, na primavera de 1419, após combater os mouros na cidade de Ceuta, dom Henrique teria decidido abandonar as "futilidades da corte" e se instalar na ponta de Sagres. Dom Henrique era uma figura imponente, obcecado, teimoso, celibatário e asceta, permanentemente envolto em um manto negro.

O próprio local que o infante supostamente escolheu para viver já era pleno de simbolismo e magia. O antigo "promontório sacro" de gregos e romanos – chamado de Sagres pelos lusos - fora batizado pelo geógrafo grego Ptolomeu. Era a parte final da Europa: um lugar desértico, de beleza trágica, onde a terra se despede num cabo nu e pedregoso, para mergulhar no oceano temível e repleto de mistérios. Não por acaso, Sagres tinha sido ocupado por um templo de druidas, os sacerdotes celtas.

Ainda assim, não foi na ponta de Sagres, mas na Vila de Lagos, acerca de 30 km a leste dali, que Dom Henrique de fato se instalou, quando seu pai, o rei Dom João I, o fez governador daquela região, conhecida como Algarve, ou El-Ghard, a Terra do Poente, outrora o Ocidente árabe.

Foi aí, que em 1420, Dom João I, fez do Infante o administrador da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, originária da antiga Ordem dos Templários .

Algarve era a base naval e uma corte aberta: vinham viajantes de todo o Mundo, com todo tipo de informações, tão importantes naquela época. Foram atraídos para lá, sábios, cartógrafos, astrônomos e astrólogos – especialmente Judeus que, desde meados do século XIV, fugiam das perseguições que se desencadeavam na Espanha. Afirma-se hoje que, o Porto (ou Vila) de Lagos, localizada em uma ampla baía, possível de se zarpar, liderada pelo infante, foi que comandou a expansão marítima do século XV. Ali foi fundada a Escola de Sagres – que, na verdade, existiu apenas no sentido filosófico da palavra, já que

nunca houve um espaço físico, um centro de estudos, e muito menos um observatório, na Ponta de Sagres.

Tinham passado cem anos sobre a condenação dos Templários nos processos de Paris, e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana sobre a Europa, que aumentara muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue o aval do papa ao projeto expansionista. Num século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem com monopólios da navegação para a África, posses de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais a descobrir.

 

Vá. Alfério Di Giaimo Neto.

Maçonaria é religião?



Como as Pílulas Maçônicas são voltadas principalmente para os Aprendizes e Companheiros, vamos voltar nesse assunto.

Muitos críticos e detratores da Maçonaria afirmam, a muito tempo, que a Ordem Maçônica é uma religião. Entretanto, ainda que a Maçonaria é por tradição uma sociedade de homens religiosos, categoricamente não é uma religião e nem pretende ser.

Não tem teologia, não oferece sacramentos, não garante e nem promete salvação da alma após a morte. Apesar de que seus ensinamentos são interpretados dentro de um clima espiritual, é esperado que os Obreiros pratiquem esses ensinamentos dentro do contexto de suas próprias religiões.

É sabido que algumas atividades maçônicas parecem ser religiosas. Como exemplo, temos a "Cerimônia de Casamento Maçônico". Muitas vezes e em muitos lugares é feito esse tipo de cerimônia. Na verdade, é só uma confirmação, dentro do ambiente Maçônico, de duas pessoas já legalmente casadas. O Venerável Mestre de uma Loja não é uma pessoa autorizada para celebrar um matrimônio e, consequentemente, o par em questão, já é casado.

Portanto, é um ato feito unicamente com a finalidade de comemorar, ou celebrar, entre Obreiros de uma ou mais Lojas, a união legal anteriormente realizada.

Existe, também, a "Cerimônia Fúnebre" onde a Loja se reúne para recordar os bons momentos que teve com o Obreiro falecido, suas boas obras, e para uma última, simbólica, despedida. Não é um sacramento nem substitui a um funeral religioso.

O Templo, onde as Lojas se reúnem, não é um lugar sagrado, apesar de muitos Maçons pensarem dessa forma. A "Sagração" de um Templo Maçônico, levando em consideração que a Maçonaria não é uma religião, é simplesmente um reconhecimento Maçônico, por todos os maçons presentes no ato de que, aquele local, tem a dignidade de um Templo Maçônico e será sempre usado para as atividades Maçônicas (ver Pílula Maçônica nº103 – Sagração). O objetivo principal é a realização de cerimoniais maçônicos e atividades administrativas. Não tem um motivo especial para ser religioso.

 

Vá. Alfério Di Giaimo Neto.

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