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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Grande Loja

 

Eu, particularmente, sempre pensei que a origem do termo "Grande Loja" derivasse do evento da união das quatro Lojas da Inglaterra, em 1717, formando a "Grande Loja de Londres e Westminster". Mas a verdade não é essa. Por casualidade, em pesquisa no Grande Dicionário Enciclopédico, do Mestre Nicola Aslan, encontrei:

"O termo Grande Loja, teve origem que remonta à Idade Média e foi utilizado, pela primeira vez, pela Maçonaria Operativa alemã.

As Lojas de Talhadores de Pedra, ou Steinmetzen, foram-se formando na Alemanha, por toda parte, com suas próprias leis e regulamentos. Estas Lojas ou Confrarias tomaram o nome de Hütten (Lojas), do nome do local em que se reuniam, e  reconheciam a supremacia das Grandes Lojas, denominadas Haupthüten (Lojas Principais)

Estas Grandes Lojas foram em número de cinco e estavam situadas em Colônia, Estrasburgo, Viena, Zurique e Magdeburgo. O Mestre da obra da Catedral de Colônia era reconhecido como chefe de todos os Mestres e operários da Baixa Alemanha, como o de Estrasburgo o era daqueles da Alta Alemanha. Mais tarde foi estabelecido um Mestre central em Estrasburgo, onde a construção da catedral se prolongou mais.

A sua jurisdição estendia-se sobre as Lojas de uma parte da França, e de uma parte da Alemanha; à Grande Loja de Colônia estavam subordinadas as Oficinas da Bélgica e de outra parte da França e assim por diante. As cinco Grandes Lojas Operativas alemãs tinham jurisdição independente e soberana, julgando sem apelação todas as causas levadas perante elas. Conforme os estatutos da sociedade.

Em 1452, Jost Dotzinger, Mestre das obras da catedral de Estrasburgo, unificou a organização das Corporações dos Talhadores de Pedra, formulando uma Constituição que foi aceita por todos.

No Congresso de Ratisbona, Dotzinger foi eleito Mestre Supremo e a Oficina de Estrasburgo recebeu o título de Grande Loja, ficando encarregada de julgar, em primeira instância, todas as divergências surgidas entre os Talhadores de Pedra.

Esse mesmo título foi usado em 1717, na Inglaterra quando a Maçonaria se transformou em uma Fraternidade com objetivos morais e sociais. Formaram-se então as Grandes Lojas que se espalharam, sob esse novo aspecto, por todos os continentes. Desde então a Grande Loja é um Corpo Superior, independente, soberano e diretor da Ordem Maçônica perante as Oficinas de sua jurisdição."

 


Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Isaac Newton

Isaac Newton, nascido em Woolsthorpe-by-Colsterworth, pequeno vilarejo na região centro-nordeste da Inglaterra, no condado de Lincolshire, a 4 de janeiro de 1643, foi sagrado Cavaleiro da Coroa britânica pela Rainha Ana, em abril de 1705. 

Não se casou ou teve filhos, e morreu em março de 1727, aos 84 anos. Seus estudos são sua maior herança para a humanidade. Estes continuam sendo aplicados e celebrados até hoje. Quando nasceu, seu pai havia falecido e sua mãe, após novo casamento, o deixou aos cuidados de sua avó. Dos 12 aos 15 anos frequentou a The King's School, em Grantham. Era um estudante mediano. Sua mãe, após enviuvar pela segunda vez, passou a cuidar do filho e desejava que ele fosse agricultor, mas a pretensão dele era outra. 

Henry Stokes, professor da The King's School conseguiu convencer sua mãe de que ele deveria seguir seus estudos e o trouxe de volta à escola. Permaneceu lá até os 18 anos, esforçou-se, terminando seus estudos com histórico escolar admirável. Em 1661 matriculou-se no Trinity  College, da Universidade de Cambridge, como bolsista.

As aulas eram baseadas na doutrina aristotélica e ele complementou os estudos com os escritos de René Descartes, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Johannes Kepler. Copérnico e Galileu operaram uma mudança de paradigma ao irem contra a astronomia ptolomaica, sob a resistência ferrenha da Igreja Católica. Em 1665, aos 22 anos, desenvolve o Teorema Binomial, Aí já revelava sua aptidão para os estudos matemáticos, pois desenvolveria posteriormente o Cálculo Infinitesimal, de fundamental importância na ciência. 

Em 1665 graduou-se como Bacharel em Artes e logo em seguida a escola fechou por causa da Grande Praga, epidemia de peste bubônica em Londres, que matou dezenas de milhares de pessoas. De 1665 a 1667 ele estudou na sua casa, na terra natal, por conta própria, quando desenvolveu sua teoria do Cálculo Infinitesimal, trabalhos em Ótica e Lei da Gravidade. Retornou a Cambridge como pesquisador do Trinity College. Aprofundou-se em estudos de geometria, seguindo os ensinamentos de René Descartes e se introduziu ao estudo de altas  matemáticas. Isaac Barrow, professor em Cambridge, em 1669, ficou muito bem impressionado com um escrito de Newton sobre matemática pura. Logo depois, em 1670, Isaac Newton substituiu Barrow como professor. Estava Newton com 27 anos de idade. 

Newton realizou também vários trabalhos na área de ótica, por exemplo, em 1668 construiu o primeiro telescópio de reflexão (refletor de Newton). Alguns anos depois fez a descoberta de que a luz branca na realidade era uma junção de cores e poderia ser desmembrada num espectro de cores incidindo-a em um prisma de vidro.

Após estudar as Leis de Kepler sobre o movimento dos astros no universo, Newton desenvolveu seus estudos na área de movimento dos corpos (mecânica dos corpos) e publicou, em 1687, seu principal legado, "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural" conhecido como Principia. Nesta publicação enunciou as três Leis da Mecânica (Lei da Inércia dos corpos, Lei da Força Resultante num corpo e Lei da Ação e Reação), de fundamental importância para entender o movimento dos corpos. Desenvolveu também a Lei da Gravitação Universal. 

Para Newton, tempo e espaço são conceitos absolutos, diferentemente da teoria de Albert Einstein, onde tempo e espaço se modificam dependendo da condição do observador (Teoria da Relatividade). Newton não explicou fisicamente como aparece a força atrativa que a Terra ou outros planetas exercem sobre a matéria que os rodeia, o que foi feito por Einstein, que considera a gravidade como resultado da curvatura do espaço-tempo ao redor dos corpos celestes.

Diz-se que a observação por Newton da queda de uma maçã de macieira existente em sua casa na sua terra natal foi o ponto de partida da sua lei da gravidade. No caso da Terra, a força resultante que puxa os corpos em direção ao centro da Terra depende da massa do objeto e é proporcional à aceleração da gravidade (g). 

O produto da massa de um corpo pela aceleração da gravidade resulta no peso do corpo. A história da queda da maçã que inspirou Newton foi relatada em "Elementos da Filosofia de Newton", escrito por Voltaire e publicado em 1738. Além dos estudos científicos, Newton se aventurou por várias outras áreas como a alquimia, a teologia e a cronologia. Seus escritos são mais extensos em teologia do que em ciência e com quantidade expressiva de trabalhos publicados em alquimia. Outro assunto em que atuou foi nos aspectos monetários.

Pensou ter isolado o mercúrio, que pode ter comprometido sua saúde. Desenvolveu idéias consideradas heréticas à época. Seus textos alquímicos misturam conhecimento empírico com especulação filosófica, muitas vezes escondido atrás de jogo de palavras, alegorias, e imagens para proteger segredos. Era amigo de Robert Boyle filósofo natural, químico e físico irlandês que se destacou pelos seus trabalhos no âmbito da física e química e é considerado um dos pais da Química.

A Bíblia e textos budistas e hinduístas mencionam a chamada "pedra filosofal", e alquimistas da Idade Média já a buscavam. Newton fez suas próprias tentativas no século 17. É o que revela o manuscrito recém-publicado, que tinha ficado por décadas em uma coleção particular. A Fundação do Patrimônio Químico (Chemical Heritage Foundation - CHF), dos EUA, comprou o material em um leilão e fez a divulgação. 

No documento, escrito em latim e inglês, Newton explica a receita do "mercúrio sófico" (ou mercúrio dos filósofos), substância chave no processo alquímico para produzir a tal pedra filosofal, instruções essas que Newton teria copiado de outro alquimista, o médico americano formado em Harvard, George Starkey após fazer anotações, corrigir e reescrever o texto original.

Refutava a Santíssima Trindade e a adoração a Cristo, considerando ser uma idolatria ao substituir Deus, considerado por Newton como o Mestre Criador cuja existência não poderia ser negada em face da grandeza de toda a criação. Era um criacionista. Vivia na ortodoxa Cambridge e seu mestre, Barrow, defendia a Trindade. Portanto, não podia expor seus pontos de vista publicamente sob o risco de ser perseguido e até condenado.

Era um crente em Deus, reconheceu Cristo como mediador divino entre Deus e o homem, que era subordinado ao Pai que o criou, mas era crítico ferrenho da religião, em especial a católica, pois considerava que a Igreja deturpava os seus ensinamentos e a Bíblia. Traduziu parte da Bíblia diretamente do hebraico para evitar o viés de traduções sob a orientação da igreja católica.

A investigação teológica mais sistemática realizada por Newton foi em relação às profecias de Daniel e Apocalipse de São João. Ele considerava ter sido escolhido por Deus para oferecer uma explicação dos textos bíblicos para seus contemporâneos. Analisou o caráter dos personagens do século IV, católicos romanos, a quem considerava terem trabalhado em nome do diabo e tinham pervertido a religião cristã.

Escreveu uma longa análise das dimensões do Templo de Salomão, uma tentativa de averiguar suas verdadeiras dimensões com base na descrição dada em Ezequiel 40-48. Era um grande admirador do Rei Salomão. Nas últimas três décadas de sua vida ele passou a estudar intensamente a verdadeira cronologia dos acontecimentos anteriores a Cristo. Seus estudos modificaram as datas de ocorrência de diversos fatos históricos antigos. 

Em 1728 publicou "A Cronologia Alterada de Reinos". Procurava conciliar as datas judaicas e pagãs compatíveis. Datou a queda de Tróia em 904 aC, ou seja, 500 anos mais tarde do que outros estudiosos. Procurou provar que Salomão foi o primeiro rei do mundo, e que o seu templo o primeiro já construído, com todos os outros sendo copiados, começando com Sesostris I, do Egito (1908–1875 aC), seguido por outros.

Em 1672 foi eleito para a Academia de Ciências da Inglaterra (Royal Society), prestigiosa sociedade científica da Inglaterra e depois do Reino Unido, mas teve que negociar o pagamento das anuidades vindo a assumir formalmente em 1675, nesta prestigiosa academia, onde muitos dos seus membros são maçons e que foi o berço da maçonaria especulativa inglesa. Foi seu presidente por 24 anos, até sua morte em 1727. Um dos seus melhores amigos foi John Theophilus (ou Jean Theóphile) Desaguliers ( ver Pílula Maçônica nº 236), filósofo natural francês, também membro da Academia de Ciências da Inglaterra, engenheiro e reverendo e Maçom.

Ele tinha estudado na Universidade Oxford, escola tão ou mais prestigiosa que a universidade de Cambridge, e depois popularizou as teorias de Newton e suas aplicações práticas em palestras públicas. Em 1714, Isaac Newton, então presidente da Royal Society, convidou Desaguliers para substituir Francis Hauksbee como demonstrador em reuniões semanais da Sociedade; ele foi logo feito um pesquisador (Fellow) da Royal Society. 

Desaguliers contribuiu com mais de 60 artigos para a revista Philosophical Transactions da Royal Society. Ele recebeu a prestigiosa Medalha Copley da Sociedade em 1734, 1736 e 1741. O seu último prêmio foi para o seu resumo do conhecimento atualizado sobre o fenômeno da eletricidade. Ele havia trabalhado nisso com Stephen Gray. Sua dissertação sobre eletricidade (1742), na qual ele cunhou os termos condutor e isolante, foi premiada com uma medalha de ouro pela Academia de Ciências de Bordeaux.

Como Maçom, Desaguliers foi fundamental para a criação da Primeira Grande Loja em Londres em 1717 e serviu como seu terceiro Grão Mestre. Desaguliers era tão ligado a Newton que o tornou padrinho do seu terceiro filho, a quem deu o nome de Jean Isaac,  provavelmente em homenagem a Newton.

Não há registro de que Newton tenha sido iniciado na Maçonaria, mas toda esta ligação com Desaguliers, nome tão importante para a Maçonaria, e o fato de que era presidente de uma sociedade científica, onde vários outros membros vieram a fazer ou faziam parte da Maçonaria, nos remete à sua importância como influência para os princípios da Maçonaria uma vez que era um iluminista, tinha desenvolvido uma teoria que revolucionou a ciência. 

Não era ateu, mas de personalidade controversa e com opiniões religiosas claramente não ortodoxas à época, ao mesmo tempo em que suas pesquisas alquímicas e ligação com o hermetismo, talvez o fizesse não desejável para uma maçonaria organizada que nascia sob o berço da monarquia, apesar de que parlamentarista, mas com fortes ligações com a religião cristã.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Jean Theophile Desaguliers

A fundação da grande Loja de Londres e Westminster, dita "Especulativa" deve- se, no papel principal, a dois homens: um escocês e um francês. O escocês era o reverendo James Anderson. O francês, uma figura mais importante, chama-se Jean Theóphile Desaguliers, era filho de Jean Desaguliers, Pastor de uma congregação protestante francesa, situada perto de Rochele.

Na França, quando o líder protestante Enrique de Navarra se converteu ao catolicismo romano, passou a ser o Rei Enrique IV, outorgando tolerância religiosa aos partidários protestantes da maior parte da França. Mas, no reinado de seu neto, Luiz XIV, os protestantes perderam gradualmente seus direitos. Todos perderam o direito de emigrar sem a autorização do rei.  Aos Pastores Protestantes era permitido emigrar, porém não era permitido levar os filhos. Esses ficariam na França e seriam educados como católicos.

Desse modo, o casal Desaguliers tinha permissão de sair, mas não podiam levar o menino de dois anos, Jeam Theóphile Desaguliers. Resolveram levá-lo no contrabando, colocado-o num tonel cheio de roupas. A criança estava dormindo entre as roupas e assim a família passou na fileira de soldados, no porto. A família viveu alguns anos em Guernsey e depois se mudaram para Londres, Jean, o pai, foi ordenado na Igreja da Inglaterra e passou a ser ministro de uma congregação de refugiados franceses protestantes, em Piccadilly.

Jean Theóphile tinha 16 anos quando seu pai faleceu, em 1699. Ingressou, posteriormente, no Corpus Christi College de Oxford, estudando teologia, mas também era muito interessado em projetos científicos.

Em 1702 a Inglaterra e Países Baixos, entram em guerra com a França de Luiz XIV, que queria se apoderar do trono da Espanha, para seu neto. Nessa época Jean Theophile, concentrava-se pouco na Teologia e, desejando incorporar-se à luta contra Luiz XIV, dedicou-se aos conhecimentos científicos, desenhando um tipo de arma para ser utilizada no sitio de cidades. E enviou seu projeto para a Oficina de Guerra, em Londres. Os entendidos em armas ficaram impressionados e ela foi utilizada contra os forte de Flanders, com sucesso.

Dava conferências sobre Filosofia Experimental em Oxford e, próximo aos trinta anos de idade, se casou e adquiriu uma casa em Londres. Continuou dando suas conferências, acrescentado agora, conferências sobre as teorias de Isaac Newton, de quem era amigo. Em 1714 foi admitido como membro da Royal Society. Em 1717 deu uma conferência ao Rei Jorge I, em Hampton Court.

É provável que a razão em se interessar pela Maçonaria, tenha sido, pela convicção dele, de que esta representava o caminho mais adequado para que a religião se convertesse em um "Deismo" tolerante (ver Pílulas nº26 e nº138), que era o que ele acreditava e queria. Além do mais, acreditava que, com a revolução de 1688 e ascensão da Casa de Hanover no seu país de adoção, este seria dirigido por uma grande aristocracia. Se pudesse persuadir os membros da nobreza em se tornarem maçons, a Maçonaria floresceria como uma sociedade de "deístas", livre de perseguição e ataques.

Não foi difícil convencer muitos de seus amigos da aristocracia inglesa para entrarem para a Maçonaria, uma instituição que respeitava as tradições da aristocracia e da classe dirigente. Um pouco diferente do que fizera a Igreja católica, durante séculos.

Seria uma organização em que todos os membros seriam "irmãos" e a diferenciação estaria no mérito de cada um e oferecia um atrativo a muitos aristocratas ingleses, famosos em toda a Europa pela sua disposição em confraternizar com os de classe social inferiores. Gostava da idéia de pertencer à uma sociedade que tinha longa história, que aceitava a Casa de Hanover e a sucessão protestante, mas que evitava as polêmicas religiosas e políticas e que organizava reuniões, nas quais os partidários de religiões em conflito, podiam encontra-se como amigos pessoais.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Final de Ano - Mensagem


Dedico esta linda mensagem em "idioma maçônico" - recebida de um irmão - a todos os amigos e amigas - maçons e não maçons - que repartem comigo e entre si o universo em que vivemos.

O Natal e o Ano Novo se aproximam!

Roguemos ao Grande Arquiteto do Universo, para que  possamos :

. Medir nossos projetos com a exatidão da régua de 24 polegadas ;

. Remover de nossos sonhos os empecilhos, com a ajuda da alavanca;

. Aplainar nossos caminhos com a horizontalidade do nível;

. Vencer nossos problemas com a potência do maço e o corte do cinzel;

. Festejar nossos feitos com os olhos voltados para o Alto, tal qual a verticalidade do prumo;

. Emitir nossos livres pensamentos nas linhas retas do esquadro e nos círculos do compasso;

. Detectar as nossas imperfeições com o malho e o cinzel  na Pedra Bruta;

. Buscar o progresso espiritual rumo à Pedra Polida;

. Afastar nosso desânimo com o conforto encontrado nas páginas  do Livro da Lei; 

. Ter a prosperidade em nosso Lar, tal qual a profusão dos grãos das romãs;

. Contar com o mais belo brilho do Sol em cada amanhecer que aponta no Oriente;

. Lembrar-nos de render graças ao Grande Arquiteto do Universo por tudo que Ele nos reserva no espetáculo de nossas Vidas, no tempo exaurido pela Ampulheta.

E na noite de Natal, ao lado dos nossos familiares, irmãos maçônicos e amigos, possamos elevar nossos pensamentos  por 3 x 3 vezes em favor da Humanidade !

ps: recebi de tantas fontes, que não sei qual a original...


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Palavra do Maçom

 

"Palavra do Maçom" é algo ligado com a Maçonaria Operativa Escocesa. E hoje, torna-se difícil de saber o que era e como era. Aparentemente, eram duas palavras e, provavelmente,  ligadas a um Sinal. Era totalmente secreta e era usada como um meio de Reconhecimento.

A existência da "Palavra do Maçom" era, aparentemente, bem conhecida de escritores maçônicos escoceses, pois temos escritos referenciando-a em "The Muses Threnoby" por Henry Adamson (1638).

Uma Ata da Loja Mãe Kilwinning de 1707, declara: "Nenhum Maçom será considerado "profano" (Cowan) se estiver com a palavra de trabalho".

O manuscrito de Registros da Casa de Edinburgh de 1696 (descoberto em 1930 nos arquivos escoceses) inclui uma declaração  de fornecimento da "Palavra do Maçom".

No livro de "Knoop and Jones" é considerado que a "Palavra do Maçom" não era somente um meio de reconhecimento para discernir Maçons mais especializados de outros. Mas, melhor que isso, um teste para distinguir Maçons bem qualificados, que tinham sido propositadamente treinados  e eram membros de uma Organização Oficial, de outros Maçons, que não tiveram esse preparo.

Isso, consequentemente, nos leva acreditar, de alguma forma, numa organização distrital para controlar o uso e fornecimento da "Palavra do Maçom".

Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica, nos diz: "Palavra do Maçom, era a principal, e talvez a única palavra secreta, usada na Escócia antiga na época da Grande Loja. Era, sem dúvidas, o teste final, separativo, de um Francomaçom e um "profano". Cowan, neste caso,  era definido como um Maçom sem a "Palavra do Maçom".

Esse termo (Palavra do Maçom) não era usado pela Maçonaria Inglesa.

Finalizando, de maneira completa, o escrito do Mestre Nicola Aslan, no seu Grande Dicionário Enciclopédico; "Esta particularidade da Maçonaria escocesa não foi, até hoje, exatamente determinada. Supõe-se ter consistido de duas palavras, provavelmente acompanhadas de um Sinal. Era claramente esotérica e usada, presumivelmente, como um meio de reconhecimento, desde os séculos XIV e XV. De acordo com Mackey, nas Atas e documentos das Lojas da Escócia durante os séculos XVI, XVII e XVIII, a expressão "Mason Word" é constantemente usada. Esse contínuo uso indicaria que apenas uma palavra era então conhecida".

Cita ainda, Robert Kirk, que escreveu, em 1691: "Essa Palavra e esse Sinal serviam, naquele período em que não existia ainda documentação escrita, para reconhecer os verdadeiros  talhadores de pedra dos simples canteiros, aos quais não se queria entregar os segredos da profissão, que esses procuravam a todo custo descobrir, introduzindo-se, mesmo furtivamente, nas Lojas dos Maçons Operativos".

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

História da Maçonaria

 

Esta Pílula é dedicada aos Aprendizes, para que saibam a verdadeira história de nossa ordem, retirada de livros idôneos.

A Maçonaria como toda Instituição de grande envergadura, passou por diversas fases em sua evolução histórica. A princípio constituiu-se emCorporação Profissional durante a Idade Média Alta Renascença. Posteriormente, agregou-se a ela uma Associação de Mútuos Socorros, até princípios do século XVIII e Sistema de Moralidade, conservando as características da associação de mútuos socorros.

 

Corporação Profissional ou Fase Operativa.

Durante sua fase de Corporação Profissional, por ser a arte de construir tão antiga como o mundo, inventaram-se várias lendas, para incrementar sua própria história.

Muitos escritores, em época de menor cultura, por não saberem distinguir entre o lendário e o histórico, consideraram a Instituição Maçônica muito antiga, perdendo-se na noite dos tempos ou nas narrativas bíblicas. Inclusive, imaginando-a uma continuidade, em linha reta, das sociedades iniciáticas da antiguidade, em vista  de seu aspecto iniciático. Entretanto, parecem esquecer, ou não querem se aperceber, que a Instituição Maçônica assumiu esse aspecto iniciático somente a partir do Século XVIII.

Assim, sendo a Idade Média a idade da fé, os primeiros edifícios a serem  construidos foram as igrejas, catedrais e abadias. Os primeiros operários da construção formaram-se, por isso, sob a direção do clero, único a possuir cultura da referida arte, naquela época.

Os eclesiásticos foram lentamente adquirindo conhecimentos sobre o arco, abóbada e, em princípios do Século XII, sobre a arte gótica (trazida talvez dos Árabes, pelos Templários), cujas principais características foram a preponderância dos vazios sobre os cheios, e as abóbadas em ogivas.

 

Confraria ou Associação de Mútuos Socorros.

Ao lado da Corporação Profissional, existia a Confraria, colocada sob a invocação de um Santo. Como a religião dominava por inteiro a vida social da Idade Média, essa vida social consistia, geralmente, de procissões solenes, missas, preces, banquetes e beneficências.

Com a Reforma Religiosa pressionando por um lado, e a Renascença por outro, houve um ponto final na construção das majestosas Catedrais Góticas, das monumentais Abadias e dos imponentes Palácios. O estilo simples e menos dispendioso da Renascença substituiu o difícil e complexo gótico. Dessa forma, a partir de aproximadamente 1550, a Corporação de Talhadores de Pedras foi declinando aos poucos e entrou, em 1670, em franca decadência.

Assim, num esforço para resistir a inevitável ruína que consumia as Corporações Construtivas, o lado social destas, ou seja, as Confrarias, começaram a partir  do Século XVI abrir suas portas aos Maçons Aceitos, que ingressaram na Fraternidade como protetores, honorários ou especulativos. Esses novos membros fortaleciam os quadros e ao mesmo tempo sustentavam a caixa de socorros da Confraria (Castellani).

 

 

 

 

Sociedade Iniciática.

Finalmente em 1717, quatro Lojas compostas, em sua maioria, por Maçons Aceitos, realizaram uma reunião preparatória na "Taverna da Macieira" e resolveram criar a Grande Loja de Londres e Westminster. Em 24 de junho de 1717, em reunião na "Cervejaria o Ganso e a Grelha" é fundada então, a Grande Loja de Londres e Westminster. Posteriormente, com adesão de novas Lojas, muda o nome para Grande Loja da Inglaterra.

 

Maçonaria Especulativa

Até 1717 d.C., quando houve a fusão de quatro Lojas inglesas, semente da Grande Loja Unida Inglaterra (vide Pílula nº56), a Maçonaria é chamada de "Maçonaria Operativa", pois o "saber" era empírico, adquirido de maneira prática. As ferramentas e o manuseio estavam sempre presentes. O Maçom Operativo era um profissional da arte de construir.

A partir dessa data, a Maçonaria começou a ser denominada de "Maçonaria Especulativa". Anderson celebrizou-se na Maçonaria por ter copilado as duas primeiras publicações oficiais da Grande Loja de Londres: as Constituições de 1723 e 1738, básicas, ainda hoje, na formulação das Constituições de todas as potências Maçônicas..

Desmembramento Universal da Maçonaria

Alguns escritores maçônicos afirmam, e eu sou partidário dessa idéia, que a Maçonaria, sem dúvida alguma, começou na Idade Média e no continente (Europa). Posteriormente deslocou-se para a ilha (Inglaterra) e voltando, após mudanças radicais, para o continente. Nessas idas e vindas, obviamente, dependendo dos costumes dos povos, a Maçonaria tomou tendências diferentes, resultando em comportamentos diferentes, apesar de que a essência da Sublime Ordem é sempre a mesma. Podemos, de modo macro, separá-la e três ramos principais.

Após 1690, a Inglaterra já havia suplantado todas as agitações políticas e religiosas, depois de 200 anos de guerrilhas e batalhas. O povo e os dirigentes estavam esgotados, cansados de brigas políticas e religiosas que não levavam a nada. Nesse ambiente, propício para o desenvolvimento de uma Maçonaria onde as reconciliações religiosas e políticas era uma meta, apareceu o primeiro ramo, chamado de Histórico ou Tradicional.

Na França, nessa mesma época, a Maçonaria possuía um desenvolvimento semelhante à inglesa, porém, o ambiente era extremamente agitado. Problemas de exploração do povo pela nobreza, abuso da boa fé pelo alto clero, a miséria, etc, formatou um segundo ramo na Maçonaria Universal, que poderemos chamar de Agnóstica.

Como na Europa, o número de pensadores liberais era maior do que na Inglaterra, devido a forte influencia do Renascimento, Iluminismo, etc, chegou ao extremo de não mais ser obrigado à crença em Deus, eliminando a invocação "À Glória do Grande Arquiteto do Universo" de seus Rituais. Teve manifestações políticas e espírito fortemente anticlerical, tendo como seu representante o Grande Oriente da França, existindo também na Itália e noutros países.

Dos dois ramos acima expostos, saiu o terceiro ramo, chamado de Místico, no qual a influencia dos "aceitos" (rosacruzes, judeus, alquimistas, filósofos, etc) aplicou, com toda a intensidade, a interpretação mística aos símbolos, história e filosofia da Nobre Instituição. O esoterismo e o misticismo são largamente praticados. Encontra-se principalmente entre os povos latinos da Europa e Américas, além de outras regiões.

Como nos diz, ainda, Ir\Eleutério: a partir da nova versão da Maçonaria, em 1717, que foi chamada de Especulativa, atraiu também atenções diversas. Houve a desconfiança dos governos e principalmente das igrejas, principalmente a Católica Romana. Pelas suas características, atraiu também intelectuais de diferentes tendências, e escolas, trazendo consigo idéias filosóficas e práticas ritualísticas, dando aos símbolos antigos e novos, novas interpretações com as quais os Maçons Operativos jamais tinham praticado, ou sonhado. Da mesma forma como os antigos construtores procuravam enobrecer suas origens fazendo-as remontar à construção do Templo de Salomão, por exemplo, esses novos Maçons queriam, e tiveram relativo êxito, vincular a instituição às antigas filosofias religiosas e mistérios do Egito, Grécia, Índia e Oriente em geral. Assim, encontramos em nossos símbolos referências herméticas, cabalísticas, rosa-cruzes, templárias, etc. Essas interpretações de origem mística, foram penetrando, sendo aceitas e incorporadas em diferentes graus nos países para onde a Maçonaria se expandiu.

O que deve ficar claro é que existe de comum entre a Ordem Maçônica e aquelas antigas manifestações religiosas é, em certa proporção, o método iniciático e alguns elementos simbólicos, mas a Maçonaria não constitui, de maneira alguma, uma versão atualizada daquelas organizações. Em muitos pontos da Europa Oriental, existem cultos que preservam muito do pensamento e da prática daquelas antigas religiões, e que são hoje suas verdadeiras herdeiras. São cultos ou seitas religiosas, nada tendo em comum com a Maçonaria, além de um ou outro elemento simbólico. A Maçonaria tem realmente, em seus símbolos e rituais muitos elementos hebraicos, como mostram as referências ao Templo de Salomão, à lenda de Hiram, às palavras de passe, etc. Contudo, na certeza, a Maçonaria não constitui por isso uma versão ocidentalizada do judaísmo. Do mesmo modo, foram incorporados elementos do pitagorismo, da cabalá, etc, e nem por isso a Maçonaria se torna um culto pitagórico ou uma escola da cabalá.

A Maçonaria não detém nenhuma verdade mística transcendental a ser comunicada a seus adeptos, nem se propõe servir de ponte entre o neófito e qualquer suposta consciência superior. A Instituição Maçônica enfatiza a necessidade do uso da decisão racional e do empenho da vontade para eliminação dos defeitos de personalidade para que o homem se torne melhor, mas ajustado e capaz de auxiliar seus irmãos humanos.

 

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Intuição

  

Tendo em vista tratar-se de assunto cuja definição é extremamente polêmica, e, muitas vezes, dependendo de quem a define, é subjetiva. Esta Pílula tem em foco, simplesmente, definir e comentar a Intuição de modo simples e objetivo, baseado em diversos autores.

A origem etimológica da palavra intuição provém do verbo latino "intuire" que significa perceber; ver; olhar atentamente, discernir; ato ou capacidade de pressentir. Gerando, daí, a palavra "intuizione". É uma forma de captar informações sem recorrer aos métodos do raciocínio e da lógica. Sem dúvida, desempenha importante papel na criatividade e nas descobertas humanas.

Nosso cérebro está dividido em dois hemisférios: o do lado direito que armazena e elabora as nossas emoções, a imaginação e a criatividade. É a metade intuitiva, sem domínio verbal. O hemisfério esquerdo é o lado organizado, racional, lógico, analítico, usa a Linguagem e domina a Palavra. Assim, a metade esquerda do cérebro, que é racional e armazena dados concretos, números e regras; e o lado direito, responsável pela linguagem não-verbal, símbolos e sensações.

Deste modo, uma definição primeira e simples é: "Relacionar o que vem de um e do outro é intuir". A questão é como interpretar o que está lá dentro. O processo não é lógico. Sensações não seguem regras cartesianas, não são concatenadas, não obedecem ordens temporais: aqui, quem dita as regras é o inconsciente.

Limpar a mente, e deixá-la de portas abertas, e mesmo se distanciando do problema, ajuda a focalizar o que parece escondido. Albert Einstein, físico, costumava fazer palavras cruzadas para se distrair e permitir que a intuição se manifestasse.

A intuição é velha companheira de artistas e cientistas. Gênios da música clássica como Beethoven e Mozart obtiveram grandes realizações com o uso da intuição. Albert Einstein, já citado, considerava a imaginação mais importante do que o conhecimento. Disse certa vez: "As vezes confio estar certo, sem saber a razão".

Em filosofia, intuição é uma forma de conhecimento ou saber independenteporém relacionada, da experiência ou da razão. A capacidade de intuição e o saber intuitivo, são consideradas qualidades inerentes à mente. O filósofo judeu Baruch Spinoza considerava a intuição como forma mais elevada de conhecimento, acima do saber empírico. A intuição e a razão se complementam.

Nenhum ser humano pode tomar decisões acertadas somente com o uso da razão. A intuição é, como dizia Freud, uma rebeldia do intelecto. A lógica formal não pode, por si só, servir de base para decidir com quem vamos nos casar, em quem confiar, que emprego vamos aceitar, que negócios devemos iniciar e que coisas devemos comprar. Todas as decisões exigem o uso da razão, da intuição e uma relação saudável com o nosso repertorio emocional.

Deste modo, podemos concluir que quando estamos com nosso sistema emocional abalado por problemas, de ordem genérica, devemos ser extremamente cautelosos quando analisamos e seguimos orientação intuitiva.

A intuição pode fazer com que adivinhemos quem está para chegar ou prever o resultado de um sorteio. São percepções comuns a qualquer pessoa e, apesar de comprovadamente eficiente, o processo pelo qual a intuição age e a forma como nós a percebemos ainda não foi esclarecido. O certo é que as mulheres, crianças e pessoas menos ligadas às coisas materiais a experimentam mais intensamente.

As mulheres estão galgando novas posições de destaque não só como empresárias, mas como líderes nas mais diversas atividades, graças aos seus dotes privilegiados em relação à intuição. A intuição não é um dom mágico, mas uma capacidade do cérebro que pode ser desenvolvida e aplicada na hora de tomar decisões.

O mundo de negócios está valorizando enormemente o uso da intuição pelos líderes das grandes companhias como a Compaq e Sony. Em recente pesquisa, sabe-se que os executivos americanos, japoneses e ingleses, despontam no grupo como os mais intuitivos. Infelizmente, os empresários e executivos brasileiros ainda dão um peso muito grande às analises estatísticas, para a quantificação de dados, usando demais o lado esquerdo do cérebro, em detrimento do lado direito. Enxergam as arvores e deixam de enxergar a floresta.

As pressões para tomada de decisão estão sendo feitas em prazos cada vez menores, aumentando, progressivamente, nas pessoas bem sucedidas, os apelos para os dotes intuitivos.

Conhecida como sexto sentido, Carl Gustav Jung a comparou com uma bússola, uma psique que desvenda possibilidades. Por que você acorda no meio da noite com aquela idéia brilhante na cabeça? É um assunto espinhoso e alguns confundem com misticismo. Sua existência é aceita e comprovada por diversos testes, mas ainda não se conhece todo o seu mecanismo.

É preciso diferenciar intuição do desejo "que algo aconteça" e também com a paranóia. Paranóia é um medo que se repete, e intuição é uma sensação que acontece e parece ser uma recombinação inconsciente de fatos, observações e sensações.

Pelo exposto, conclui-se que intuição pode ser compreendida de diferentes maneiras: pode ser o discernimento rápido, a percepção clara e imediata. Para outros é a capacidade de pressentimentos, acontecimentos ou caminhos que levam a soluções de difíceis problemas.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Paramentos do Grão Mestre Geral e Adjunto

 

As "alfaias" ou "paramentos litúrgicos", são as vestes litúrgicas, com ornatos ou não, usadas pelos membros da Igreja e, no nosso caso, pelos membros da Maçonaria nos eventos maçônicos.

Para a Obediência "Grande Oriente do Brasil" e outras, diversos Ritos são aceitos e praticados. No caso do GOB, 07 deles são considerados: York (Ritual Emulation), R.E.A.ASchroerderFrancês ou Moderno, AdonhiramitaRito Escocês Retificado e Brasileiro.

Referente aos Paramentos usados pelo Grão Mestre Geral do GOB e seu Adjunto, em solenidades Maçônicas e em visitas às Lojas pertencentes aos 07 Ritos mencionados acima, os mesmos são comuns à todos os Ritos.

Deixando claro: o Paramento usado pelo Grão Mestre Geral e o Paramento usado pelo seu Adjunto, são únicos, geralmente comuns à todas as Obediências e, como foi dito, independente dos Ritos.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Egrégora

 

A palavra "Egrégora" não existe em nosso idioma, a língua portuguesa. Até onde se sabe, na Maçonaria até meados dos anos 80, nenhum obreiro havia ouvido sequer falar de seu significado.

Primeiramente, de acordo com Mestre Castellani, essa palavra tem origem no "ocultismo" e foi se introduzindo aos poucos em nosso ambiente maçônico.

Com exceção do livro "Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons" do escritor francês Alec Mellor, respeitadíssimo na comunidade maçônica mundial, nenhum outro cita essa palavra e seu significado.

Na página 107 desse livro, da Coleção Arcanum, editora Martins Fontes, temos:

"Egrégora, do grego antigo "Egrégore", é um termo inspirado no Ocultismo, onde significa a consciência coletiva de um grupo, mas dotada de personalidade. É uma entidade viva, não uma abstração.

Essa concepção, totalmente extra maçônica e ausente em todos os Rituais, foi admitida, sem grande espírito crítico, por vários maçons ocultistas que falaram da "egrégora da Loja" ou "egrégora da Ordem", etc.

Em 1893 foi lançado um texto inédito de Eliphas Levy, que no meu conceito, foi um perfeito imbecil, onde se lê: "As Egrégoras são deuses....nascem da respiração de Deus....Dormindo, ele inspira e expira. Sua respiração cria as Egrégoras....". Além dessas elucubrações mitológicas, escreveu outros absurdos sobre a etimologia dessa palavra, que me nego a escrever.

É difícil escrever tanta besteira junta mas ele conseguiu!

Mellor ainda nos diz: "divagações desse tipo são suficientes para mostrar até que ponto o ocultismo se disseminou como um flagelo na Maçonaria".

Voltando ao Mestre Castellani, finalizo com seu depoimento: "Fantasia total do texto de Eliphas levy. Fantasia não tem compromisso com a verdade, não precisa de documentação, de provas. Pode-se dizer qualquer bobagem, porque a fantasia não tem limites e os basbaques encantam-se com ela. Mas não tem o mesmo encanto pela História séria e documentada. É por isso que, em nosso meio, ainda campeia a grande ignorância do que é, realmente, a Maçonaria".

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

BULA

 Ao contrário do que muitos pensam, a palavra "Bula" não refere-se somente a um documento Papal.

Ao contrário, na verdade, segundo Dicionário Aurélio, "Bula" é um antigo selo de ouro, prata ou chumbo, pendente de documentos emitidos por papas e outros soberanos, e que resultava da compressão do metal entre dois cunhos.

Refere-se, também, ao impresso que acompanha um medicamento e contém informações sobre composição e posologia do mesmo.

No caso da Igreja Católica, as "Bulas" são designadas muitas vezes com as palavras pelas quais começam, distinguindo-se de acordo com sua destinação. Desse modo, temos bulas de excomunhão, bulas doutrinais, etc (Aslan).

Existem muitas Bulas Papais contra a Maçonaria, sendo  as mais importantes a "In Eminenti" – 1738 (foi a primeira para a Maçonaria Especulativa).  "Apostolicae Provida" – 1751.  "Quo Graviora" – 1825.  "Qui Pluribus" – 1846.  "Humanum Genus" – 1884, etc, etc.

Segundo o Mestre Nicola Aslan, todas elas atribuíram à Maçonaria intenções que ela nunca teve, e tornaram-na responsável, graças às calúnias de Pe. Barruel, de todos os empreendimentos das sociedades secretas políticas. Acusaram-na de conspiração contra à Igreja, poder temporal, maliciosamente confundida com a Igreja, poder espiritual, e contra os legítimos poderes civis, representados pelos reis absolutistas.

Continuando com o Mestre Aslan que nos relata em sua Enciclopédia:  "não cabe aqui discutir a justiça de todos esses documentos. Fica, porém, a impressão de que a Santa Igreja, por seus dirigentes, quase todos pertencentes à nobreza, sempre esteve mal informada, e seus membros, imbuídos da prepotência da aristocracia de então, julgavam-se acima de qualquer crítica e utilizavam os mesmos métodos dos reis absolutistas". Estes, ao darem uma ordem, costumavam acrescentar: "Porque tal é o meu bel prazer".


Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A Palavra Semestral

 

A "Palavra Semestral" teve origem, segundo pesquisas feitas, na França, no Grande Oriente da França, em 1773, e tem a finalidade, entre outras, de provar a regularidade maçônica de um Maçom, e é transmitida através da "Cadeia de União" formada exclusivamente para isso a cada seis meses na qual só podem participar os Irmãos do Quadro daquela Loja.

Ou seja, se um Obreiro não freqüenta sua Loja por um período maior do o mencionado, ele não saberá qual é a "Palavra Semestral" atual, nem a anterior e, por conclusão, estará irregular na freqüência.

Essa palavra é mandada pelas Potências soberanas em certos países, às Lojas jurisdicionadas que estiverem em dia com as suas obrigações, de seis em seis meses, e que as Lojas comunicam aos Obreiros do Quadro como prova de sua regularidade. É um meio de tornar mais efetivo o controle das Lojas, para que seja possível reconhecer os membros que não são constantes aos Trabalhos em sua Loja, os Maçons que pertencem a um Rito não reconhecido e aqueles que não estão filiados numa Loja ( Nicola Aslan).

Assim, um Maçom que visita outras Lojas e for questionado sobre isso num "telhamento", poderá ser impedido de entrar e assistir aos Trabalhos, pois supostamente, está irregular. Infelizmente, esse simples "telhamento" está cada vez mais raro.

Obviamente, o Obreiro que está presente na maioria das Lojas e faltar exatamente quando foi feita a "Cadeia de União", terá como obtê-la junto ao Venerável Mestre de sua Loja. A maneira correta para isso, é formar uma nova "Cadeia de União" para esse Maçom e transmiti-la.

Essa palavra para as Lojas pertencentes ao GOB, era antigamente enviada pelo Grão Mestre Estadual em Alfabeto Maçônico. Hoje, esse alfabeto não é mais praticado para isso, mas continua sendo enviada em código, de tal modo, que só o Mestre Instalado saberá decifrar.

Conforme Ritualística do REAA, o papel enviado, onde está escrito a "Palavra Semestral", após a "Cadeia de União", deverá ser queimado "entre Colunas" ou seja, na presença do Venerável Mestre e dos dois Vigilantes.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Côvado

 Frequentemente, nós encontramos a palavra "côvado" na leitura de livros Maçônicos. Normalmente sabemos, mais ou menos, do que se trata pois na Bíblia existem dezenas de referências, entre elas, os textos sobre a construções do Templo do Rei Salomão e, inclusive, do Tabernáculo, no tempo de Moisés.

No "Dicionário Caldas Aulete" encontramos que é uma antiga medida de comprimento e sua origem, vem latim "cubitus" e, pelo português medieval "côbedo".

No Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia do Mestre Nicola Aslan, encontramos o que segue abaixo:

"chama-se também cúbito. É a medida usada por babilônios, egípcios, hebreus, gregos e romanos. Correspondia à distância do cotovelo à extremidade do dedo superior da mão".

Entretanto, mais uma vez, é nos relatos do Mestre José Castellani, que encontramos a melhor definição e esclarecimento:

É uma medida antiga, linear, que tomava aproximadamente, a média da distância que ia do cotovelo á ponta do dedo médio, em um homem adulto.

Sabe-se que entre os egípcios e entre os hebreus, existiam dois tipos de "côvados": o Comum e o Régio. Entre os egípcios, o Comum era menor que o outro e media aproximadamente 45cm, enquanto o outro, o Régio, media aproximadamente 53 cm.

Entre os hebreus, as medidas eram de 44 cm para o Comum e de 52 cm para o Régio, aproximadamente.

Portanto, para se ter uma idéia do tamanho de uma determinada construção antiga, ou mesmo de um objeto, cujas medidas são dadas em "côvados" pode-se usar o valor de 50 cm, ou meio metro.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Unanimidade ou Maioria?

 

O Ir. Luciano Urpia da Loja Cruz de Malta n° 1460, Oriente de Salvador-BA, questionou-me como o Mestre de Cerimônias deve se comportar, durante a Aprovação do Balaustre, quando, por exemplo, algum irmão se abstém da leitura do Balaústre, O Mestre de Cerimônias deve anunciar que houve UNANIMIDADE com uma abstenção ou que houve MAIORIA da aprovação com uma abstenção?

Apesar de parecer simples, é um caso que merece ser analisado, pois na Aprovação do Balaustre pode ocorrer uma situação diferente da normal.

Para maior clareza para os Aprendizes e Companheiros, vamos definir alguns termos usados acima:

BALAUSTRE: no vocabulário peculiar da Maçonaria, esse termo é a antiga denominação da ATA da Sessão Maçônica (Nicola Aslan). Reparem que a definição de "balaustre" nos dicionários tem um significado totalmente diferente.

MAIORIA: Numa votação, a maioria é constituída de pelo menos metade dos votos mais um (é chamada de Maioria Absoluta).

UNANIMIDADE: em uma votação em que há concordância geral; que provém de um comum acordo (votação unânime).

Obviamente, dada as definições acima, fica claro que "Unanimidade com uma abstenção" não existe, não está correto.

Vamos analisar, agora, mais uma peculiaridade Maçônica, durante a votação da Ata: sabemos que no início de uma Sessão é feita a Leitura da Ata (Balaustre) da Sessão anterior, para verificar se o Secretário redigiu corretamente o ocorrido, se os nomes e datas estão corretos, etc, pois essa Ata vai fazer parte da História da Loja.

A Ritualística Maçônica pede que somente os Obreiros que estiveram presentes na Sessão compartilhem da votação para aprovação da referida Ata.

Determina, também, que os que não estiveram presentes devem ficar de "pé e a ordem!" e não podem votar.

ISSO NÃO É ABSTENÇÃO, pois esses Obreiros não fazem parte do grupo que está votando, apesar de estarem no local e hora da votação.

Porém, se alguém desse grupo não votar, por qualquer motivo, aí sim, ele se abstém de votar.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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