Other stuff ->

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O Rito Escocês Retificado


Lembro que um "Rito" pode ser definido como uma apresentação particular da maçonaria, cujo caráter se distingue do caráter de outros Ritos, pela forma. Como sabemos existem muitos Ritos. Vamos pesquisar alguma coisa sobre o Rito Escocês Retificado.

É essencialmente um Rito cristão, e foi derivado do Rito "Estrita Observância" do século XVIII.

Vou abrir parênteses para falar um pouco sobre esse último Rito mencionado: "foi uma modificação da Maçonaria, baseada na Ordem dos Cavaleiros Templários e introduzido na Alemanha em 1754, pelo seu fundador o Barão Von Hund. Foi dividido em sete Graus: 1 – Aprendiz; 2 – Companheiro; 3 – Mestre; 4 – Mestre Escocês; 5 – Noviço; 6 – Templário; 7 – Cavaleiro Declarado. Relata a fuga, após a morte de Jacques de Molay, de alguns Cavaleiros Templários para a Escócia onde conseguiram passar por Maçons Operativos, conseguindo dar continuidade à Ordem Templária. Esses eventos constituem a base principal dos graus desse Rito. Outros eventos foram adicionados, conectados com Alquimia, Mágica e outras práticas superticiosas. ( Enciclopédia da Maçonaria – Mackey) Voltando ao Rito Escocês Retificado, sabemos que os Estatutos de Anderson exigiam a crença em Deus, mas sem requerer outra religião senão "aquela com a qual todos os homens concordam".

Entretanto, existe um documento "o mais antigo documento francês, de 1735, chamado Deveres Prescritos aos Maçons Livres, afirmando o que segue, baseado nas Constituições de Anderson – "...há algum tempo, julgou-se mais sensato só exigir deles a religião com a qual todo CRISTÃO concorda, deixando a cada um...."

Nas Constituições de Anderson, como vimos acima, lemos "....a religião com a qual todos os HOMENS concordam....

Assim, com a frase "com a qual todo cristão concorda" o documento Francês difere fundamentalmente do documento inglês. Para compreendê-la, é preciso lembrar que as primeiras Lojas Francesas tinham sido fundadas por jacobitas ardentes, fiéis aos Stuart exilados, e em sua maioria, católicos. Pode-se ver nesse documento a origem remota do Rito Escocês Retificado que, por intermédio da Estrita Observância, herdou a exigência cristã (Alec Mellor).

A história desse Rito foi um pouco tumultuosa, pois durante tempos atrás, se discutia muito sobre a questão de se saber "de qual cristianismo se trata" formando-se duas tendências, uma tradicionalista, que rejeita qualquer descristianização oculta nas palavras e outra, avançada, que não admite mais a exclusão dos não-cristãos. (Alec Mellor)

Em sua forma, o Rito permanece muito fiel às cerimônias em vigor do século XVIII, conservando o uso do chapéu e das espadas.

Os seis e únicos graus do Rito Escocês Retificado são:

Lojas Simbólicas, também chamadas Lojas de São João: (administradas por uma Potência Simbólica)

1) Aprendiz;
2) Companheiro;
3) Mestre

Lojas Verdes: (administradas pela potência filosófica, ou seja O Grande Priorado Retificado)

4) Mestre Escocês de Santo André.

Ordem Interior: ( adm.Grande Priorado Retificado)

5) Escudeiro Noviço;
6) CBCS - Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa. (Ordem dos CBCS)


 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Terceiro Grau nas Lojas Simbólicas


Depois de alguns anos na Maçonaria, começa a formar no pensamento do Maçom interessado, a dúvida se na época dos Maçons Operativos, existiam, ou não, os três Graus existentes hoje na Especulativa.

Vou tecer alguns comentários sobre esse assunto, fruto de pesquisa realizada em livros editados na Inglaterra e Nova Zelândia.

É aceito, de modo geral, entre todos os historiadores maçônicos, idôneos, que em 1717, na Inglaterra havia somente dois Graus:

- Aprendizes (Entered Apprentice)

- Companheiros (Fellow Craft)

Não havia o Grau de Mestre. O que era assim chamado, na Operativa, era o chefe, o mais experiente, dos demais e que era o responsável pela obra.

Entre 1717 e 1730, na Especulativa, houve uma divisão, um arranjo, entre os dois graus existentes, dando origem a três graus. No livro "Short History of Freemasonry – 1730" de Knoop e Jones, é dito que, de modo muito provável, o conteúdo do Primeiro Grau se dividiu, formando um novo Primeiro Grau e um novo Segundo Grau.

O Segundo Grau antigo se transformou no Terceiro Grau – o Grau de Mestre Maçom, que antes não existia. Esses dois renomados pesquisadores acham que isso deve ter ocorrido após 1723, pois não foi citado nas Constituições de Anderson, e antes de 1730, pois no livro "Masonry Dissected" de Samuel Prichard foi mencionado a existência desses três Graus.

A formação da Grande Loja da Inglaterra em 1717 teve, em seguida, muitas mudanças na ritualística sendo, aparentemente, finalizadas em1813 com a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra (ver Pílula nº 56)

Pesquisas indicam que no começo somente a Grande Loja formada em 1717 podia conferir esse Terceiro Grau – de Mestre Maçom – para as Lojas. Entretanto, muitas Lojas foram adicionadas às quatro primeiras e isso se tornou impraticável. Depois de alguns anos, todas as Lojas conferiam o Grau de Mestre aos obreiros merecedores.

  

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Lojas Simbólicas e as Lojas do Supremo Conselho do REAA



 

Este post é dirigido principalmente aos Aprendizes e Companheiros.

Pelo fato de estarem a pouco tempo na Maçonaria, é possível que este assunto não esteja perfeitamente esclarecido. Vamos começar definindo o que são Lojas Simbólicas e o que são Lojas do Supremo.

A Loja Simbólica é um corpo maçônico subordinado a uma Obediência Simbólica, como por exemplo, um Grande Oriente ou uma Grande Loja. No caso do Grande Oriente de São Paulo (GOSP), ele é jurisdicionado a uma Obediência central, que é o Grande Oriente do Brasil (GOB).

A Loja Simbólica só tem três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre, todos eles com seus paramentos próprios.

As Lojas Filosóficas ou Lojas dos Altos Graus (não confundir com "filosofismo" que tem outro significado) são corpos Maçônicos da jurisdição de uma Oficina Chefe de um Rito. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, as Lojas de Perfeição, Capítulos, Conselhos Kadosh e Consistórios são subordinadas ao "Supremo Conselho do R.E.A.A", que é a Oficina Chefe do desse Rito (Castellani).

São Obediências diferentes, apenas unidas por Tratados de Amizade e mútuo reconhecimento. Dito isso, vamos esclarecer mais alguns pontos:

- não é permitido, em hipótese alguma, colocar, nos Livros de Presença de Lojas Simbólicas, o Grau de Oficinas do Supremo Conselho.

- não é permitido usar paramentos dos Altos Graus nas Oficinas Simbólicas e vice versa.

- Maçons dos Altos Graus, inclusive, Grau 33, não são considerados Autoridades Maçônicas nas Lojas Simbólicas.

- Mestres Instalados nas Lojas Simbólicas, igualmente para ex- Venerável Mestre, Grandes Secretários, Garantes de Amizade, etc, das Lojas Simbólicas, não significam nada nos Altos Graus.

Percebemos, pois, que são coisas distintas, mas que se complementam.

As Lojas Simbólicas necessitam do aperfeiçoamento filosófico dado pelos Altos Graus. Os Altos Graus necessitam das Lojas Simbólicas, pois sem elas, não se tem motivos para se ter um Supremo Conselho.

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.  

Translate it!