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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Entenda porque os produtos importados para motociclistas são caros no Brasil

Os impostos brasileiros e o frete internacional são os maiores
responsáveis...


Existem uma infinidade de produtos importados para motociclistas sendo
comercializados no Brasil; capacetes, jaquetas, calças, luvas, vestuário em
geral, protetores de motor, gps, acessórios diversos para motos custom, big
trail e outras, enfim, são milhares de produtos.


A maioria dos produtos importados são trazidos para o Brasil por empresas
que representam a marca, como por exemplo, a Touratech, que representa a
empresa que faz diversos acessórios de qualidade para motos Big Trails da
BMW, Suzuki, KTM e outras marcas, sediada na Alemanha. Outro exemplo, é a
Shoei, que importa capacetes do Japão, consagrados como um dos melhores do
mundo.


Todos sabemos o quanto é complexo a política tributária brasileira, produtos
importados legalmente não fogem a regra. Logo de cara são cobrados 60% de
imposto de importação, depois mais o ICMS do estado (que varia entre 18 e
20%), tem também o PIS/Cofins que gira em torno de 8%, isto é, só com esses
impostos (ainda tem outros como o IOF) o valor do produto encarece no mínimo
85% do seu valor original comercializado no exterior. Ai incide ainda os
custos de transporte internacional do produto, o que também não é barato
para grandes volumes, sem contar com problemas de greves em portos, demora
na liberação da carga e custos com profissionais aduaneiros. Somado a tudo
isso temos o lucro do representante da marca e do lojista e acredite, esses
lucros não são grandes como muitos imaginam.


Manter uma loja séria para motociclistas (que só comercializa produtos de
forma legal) no Brasil não é simples, quanto menos barato. Paga-se o
aluguel, funcionários, luz, água, telefone, Internet e tudo mais que envolve
o negócio, e para manter os preços competitivos, os lojistas trabalham com
seu spread pequeno(diferença entre o valor de compra do produto e o de
venda), a margem de lucro varia entre 15/20%, porcentagem variável conforme
a estrutura do lojista e produtos comercializados.


Já os produtos nacionais, embora tenhamos toda a absurda carga tributária
brasileira, os lucros dos lojistas são maiores. Mas, infelizmente, existem
vários produtos específicos que simplesmente não têm produção brasileira,
sendo de origem estrangeira.


Mesmo para os produtos nacionais, temos ainda a questão da demanda. No
mercado brasileiro de motocicletas, apenas 2% delas (segundo a Abraciclo),
são acima de 400cc, isso significa que fabricar produtos para essas
motocicletas custa caro, pois, a demanda é pequena e ai, os preços das
matérias primas, peças e tudo mais, ficam mais altos.


Outro fator que encarece os produtos é o financiamento, normalmente, através
do pagamento em parcelas no Cartão de Crédito, se o motociclista puder
esperar para reunir o dinheiro e fazer o pagamento à vista, conseguirá um
desconto expressivo.


O brasileiro ao invés de se organizar, gerar manifestações e cobrar
políticas tributárias e outros direitos dos governantes, prefere dar o seu
"jeitinho" e burlar a lei. Achando que está fazendo um bom negócio, compra
produtos de origem ilegal (contrabando), sem nota fiscal ou garantia e à
margem da ética moral. Não podemos generalizar e certamente muitos que têm
esse tipo de prática, a fazem na ingenuidade de "economizar seu dinheiro",
não sabem que assim ajudam a manter o "sistema caótico" de corrupção,
descaminho e política tributária surreal do país e geram uma concorrência
desleal entre o contrabando (crime) e as empresas que atuam de forma legal.


A política pessoal do "eu ganho, todos perdem e não estou nem ai" é
vantajosa momentaneamente, mas a médio e longo prazo, tornam o Brasil o país
com os problemas que todos sabemos que existem.


Como no país reina absoluta a impunidade, importadores representantes das
marcas e lojistas sérios precisam se "virar nos 30" para manterem seus
negócios. Triste realidade.


Fonte: Policarpo Jr - RockRiders.com.br

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