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terça-feira, 26 de abril de 2016

Cores na Maçonaria

 

O estudo do significado das cores, na Maçonaria, é de vital importância pois permite facilidades e melhor entendimento no estudo do Simbolismo. Elas figuram e estão presentes em todos os Ritos e em todos os Graus. É muito importante que se estude, também, o simbolismo das cores para que possamos entender o seu significado nos nossos paramentos, painéis e estandartes. Na natureza, o "Arco Iris" formado pelas gotículas de água refletindo a luz solar tem as seguintes cores (de dentro para fora): violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.

No Rito Escocês Antigo e Aceito percebemos que há uma estreita ligação entre suas cores usadas e o que está descrito acima. Assim, nesse Rito, que é  composto de 33 Graus, o mesmo é dividido em cinco secções. Nelas é que aparecem as definições das cores na Maçonaria, conforme descrito abaixo:

-                           A "Maçonaria Azul" compreende os Graus Simbólicos, ou seja, Aprendiz, Companheiro e Mestre.

-                           A "Maçonaria Verde" que refere-se às Lojas de Perfeição, que compreende os grau do 4 ao 14.

-                           A "Maçonaria Vermelha" que refere-se às Lojas Capitulares (Capítulos Rosa-Cruz), que compreende os grau do 15 ao 18.

-                           A "Maçonaria Negra" que refere-se às Lojas do Conselho Kadosh, que compreende os grau do 19 ao 30.

-                           A "Maçonaria Branca" que que refere-se às Lojas do Consistório e Supremo Conselho, que compreende os graus do 30 ao 33.

De acordo com Mestre Nicola Aslan, em seu Dicionário Enciclopédico, temos:

AZUL: é simbolicamente, na Maçonaria, a cor do céu no seu infinito, como infinita deve ser a tolerãncia condicionada nas atitudes dos Maçons nos tres primeiros graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre.

VERDE: essa cor simboliza, precisamente, a transição, a passagem da "pedra cúbica" para a "pedra polida". Esse polimento é a abertura da mente do Mestre para novos e surpreendentes conhecimentos.

VERMELHO: é a cor do elemento fogo. É a cor do sacrificio e do ardor que deve animar o comportamento dos Rosa-Cruzes.

PRETA:  é a cor do luto e da tristeza que atormentam o Iniciado quando acredita que o seu desejo de excelsitude, o seu sacrifício e o seu ardor têm sido vãos.

BRANCA: é a cor que simboliza a paz e a serenidade do Iniciado que alcançou a plenitude da Iniciação, quando desenvolveu em si a espiritualidade pura, livre de toda sentimentalidade.

Infelizmente, é comum se ouvir em trabalhos de Mestres, sobre "Maçonaria Azul" e "Maçonaria Vermelha" informando que a vertente da Maçonaria oriunda da França, com tendências revolucionárias, é a "Maçonaria Vermelha" e a vertente mais conservadora, mais comportada, oriunda da Inglaterra, é a "Maçonaria Azul". Entretanto, essas afirmativas não encontram respaldo dos historiadores maçônicos, sérios.

 

 

IR. '.  Alferius Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Ritual na Maçonaria

 

Um "Ritual" é a forma de conduzir, com procedimentos e cerimoniais anteriormente estabelecidos, todas as cerimônias de um determinado Rito Maçônico.

Portanto, na Maçonaria, é o livro que contem as fórmulas e demais instruções necessárias para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos em geral. Cada grau tem o seu Ritual particular e também cada espécie de cerimônia, havendo Rituais de Iniciação, de Banquete, etc. A forma de abrir e fechar os Trabalhos, assume a forma de um diálogo com a repetição de certos fatos relativos à Ordem (Nicola Aslan – Grande Dicionário Enciclopédico – Ed. Trolha).

E por que se usa um Ritual na Maçonaria? Por que há uma forma fixada para abrir e fechar uma Loja? Por que não fazer isso tudo com um golpe do Malhete?

A Maçonaria usa o ritual pelo mesmo motivo que um ator usa o "script":  para estar seguro que cada Oficial da Loja saiba, na certeza, o que tem para falar e fazer, e, muito importante, o que os demais Oficiais falarão e farão.

O Ritual está enraizado na tradição da Maçonaria. A repetição dos acontecimentos e das "falas" está em linha com a Natureza – o surgimento e o pôr do Sol – o fluxo e refluxo das marés – as mudanças das estações do ano, etc.

As repetições nos dão a oportunidade de ver, mais e mais as belezas das nossas Cerimônias. É possível que, sem o uso do Ritual, a Maçonaria Simbólica, pararia de existir.

Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália, o Ritual é decorado, exigindo muito trabalho e força de vontade dos Oficiais da Loja. Com isso, apesar de exigir mais sacrifício, esse comportamento valoriza e dignifica um pouco mais as funções dos Oficiais.

A prática do uso do Ritual parece ser um instinto profundo enraizado na natureza humana. Desse modo, o Ritual está presente nas cerimônias religiosas, nas preces, e em outras cerimônias com as quais estamos acostumados no nosso dia-a dia, incluindo: Batismo, Casamento, Funeral, Júri e muitas outras.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Maçom Aceito

 

O termo "Aceito" aparece muitas vezes nos documentos atuais da Maçonaria Simbólica e, obviamente, é de total interesse dos maçons.

Membros da "Companhia de Maçons de Londres" e da antiga "Companhia da Cidade" foram "aceitos na Ordem" e considerados e mantidos como Maçons nas Lojas. Após essa "Aceitação", homens se tornavam Maçons, conforme anotações na seção de procedimentos das citadas companhias. Elias Ashmole, por exemplo, foi um dos "Aceitos".

O Maçom Aceito do século XVII na Inglaterra, era essencialmente diferente de um membro operativo, e talvez até, mais importante. Nessas companhias de Maçons deveria ter, nessa época, maçons operativos, juntamente com os "aceitos", que eram  homens que nunca haviam tocado numa ferramenta de trabalho em toda sua vida. Eram aristocratas, cavalheiros, que foram admitidos devido seu patrimônio ou pela gentileza dos demais sócios. Mas, o Maçom Aceito era, originalmente, tanto em caráter, como para todos os propósitos práticos, um Maçom como qualquer outro.

Dessa pratica em uso, cresceu ao longo do tempo, o uso das palavras "Aceito" ou "Adotado" para indicar um homem que tinha sido admitido dentro da irmandade dos maçons simbólicos. Existem poucas referencias históricas, entretanto, não há nenhuma duvida que os maçons, mais geralmente conhecidos como Maçons Aceitos, foram se tornando bem conhecidos  no ultimo quarto do século XVII.

Nas Lojas da Maçonaria Escocesa Operativa era comum o uso do termo "Admitido" entre os seus membros. Aliás, na pequena nobreza e nas famílias conceituadas, também era comum o uso desse termo.

 

Livre e Aceito.

 

Apesar do termo "Maçom" estar em uso nos dias da idade média e candidatos serem "aceitos" na Francomaçonaria, na metade do século XVII, a primeira vez que apareceu a frase "Maçom Livre e Aceito" foi em 1722, cinco anos após a Primeira Grande Loja ter sido fundada. Isso ocorreu no título de um panfleto, que hoje é conhecido como "Roberts´ Pamphlet", imprimido em Londres em 1722. O título era: "As Antigas Constituições pertencentes a Antiga e Respeitável Sociedade dos Maçons Livres e Aceitos ". Oficialmente, a frase foi usada pelo Dr.Anderson na segunda edição das Constituições em 1738 e ao longo do tempo, foi adotada pelas Grandes Lojas da Irlanda, Escócia e grande numero das Grandes Lojas dos EUA.

A teoria admitida é que as duas palavras entraram em conjunção para um objetivo comum, pois muitas antigas Lojas tinham entre seus membros, "Maçons Aceitos" e outros que eles chamavam de "Freemasons – Maçons Livres".

Isso, tanto na Maçonaria Operativa, como na Especulativa. Então, foi razoável aceitar o termo "livre e aceito" para cobrir os dois grupos que se expandiam rapidamente e que estavam em fusão.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Antimaçonaria – Leo Taxil

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo
Taxil, tornou-se origem das acusações de luciferismo e cultos
satânicos contra a Maçonaria, acentuando a discordância entre esta
última e o Clero.

Leo Taxil teve uma juventude turbulenta, estudando em diversos
colégios católicos dos Jesuítas, sendo expulso de alguns deles e sai
da casa paterna antes dos 16 anos.

Dedicado inteiramente ao jornalismo, em 1871 já com o
pseudônimo de Leo Taxil, para ludibriar seu severo pai, ingressa no "A
Igualdade"; funda posteriormente o "La Marote", a "Jovem República" e
em 1874 dirige "O Furacão".

Em todas essas ocasiões, seus artigos eram uma seqüência de
folhetins anticlericais, dos mais violentos, sofrendo diversos
processos por excesso de linguagem. Em 1876, foge para a Suiça,
voltando posteriormente a Paris. Tinha 24 anos e começa uma carreira
vertiginosa uma vez que os republicanos e anticlericais triunfavam. Em
1879 funda a Biblioteca Anticlerical e alimenta a França com uma
enxurrada de panfletos sensacionalistas. Ganhou, com o passar dos
anos, muito dinheiro e diversos processos movidos pelo Clero.

Em 1881, Taxil havia sido Iniciado na Loja Maçônica "Os Amigos da
Honra Francesa", da qual foi expulso após dez meses, ainda na fase de
Aprendiz.

O interesse pela sua literatura sensacionalista decai, as
vendas sofreram brusca queda, o que fez que, em 1885, após intensa
atividade anticlerical, Leo Taxil declara-se "convertido",
repentinamente, sem transição alguma. Confessa-se e passa a viver com
os clericais freqüentando bibliotecas religiosas e aplica um novo
golpe: começa a escrever contra a Maçonaria.

Assim, na condição de "católico penitente", dedica-se, a
partir de 1885 à publicações antimaçônicas. Seus livros descreviam
rituais maçônicos entremeados de fantasias mirabolantes, passando
posteriormente, a inventar e descrever rituais fantásticos, cultos
luciferinos, satânicos. Esses livros eram devorados pelos leitores
ávidos de sensacionalismo, tornando-se um grande e lucrativo negócio.

O negócio floresceu e chegou ao ponto culminante com a
invenção de "Miss Diana Vaughan" no seu livro "As Irmãs Maçons", onde
tal personagem era a sacerdotisa de um culto demoníaco feminino a que
chamou de Palladismo. Tal personagem queria livrar-se das garras do
satanismo e voltar à Santa Igreja Católica mas era impedida pelos
Maçons.

As autoridades eclesiásticas apoiavam de público e através de
cartas as "revelações" do autor, chegando algumas delas a oferecer
auxílio à fictícia Diana Vaughan. Em visita ao Vaticano, Leo Taxil foi
cordialmente recebido por Cardeais e teve uma entrevista pessoal com o
próprio Leão XIII.

As obras de Taxil foram traduzidas em diversos idiomas e seus
artigos publicados em revistas e jornais católicos. Outros autores,
influenciado pelo sucesso de Taxil, e tomando-o como referência,
começaram também a explorar o mesmo tema. Durante doze anos toda essa
miscelânea de imbecilidades forjadas por Leo Taxil foi devorada por um
público cativo.

Apesar da desconfiança de algumas autoridades de tudo não
passar de um embuste, os livros de Taxil continuavam a ser vendidos.
Sua influência crescia também em outras nações, a ponto de na Espanha
e Bélgica serem formadas comissões especiais para investigação da
Maçonaria.

Até que finalmente, na Itália, em setembro de 1896,
realizou-se um Congresso Antimaçônico em Trento, incentivado pelo Papa
Leão XIII. Lá, algumas manifestações de descrédito dos exageros de
Taxil começavam a aparecer. O monsenhor alemão Gratzfeld, provou que
Miss Diana Vaughan era um embuste, mas não foi levado a sério.

Comissões foram criadas e aí começaram a aparecer dúvidas
sobre a veracidade dos escritos e das personagens. Começava, assim, o
fim de uma mistificação.

Depois de muito relutar, na Sociedade Geográfica de Paris,
Taxil denunciou sua própria fraude, gabando-se de ter conseguido
iludir as autoridades eclesiásticas por doze anos. A reação às
declarações de Taxil foi de tal ordem que ele teve de deixar o local
sob proteção policial. Não mais se ouviu falar sobre Taxil que veio a
falecer em 1907.

Eleutério N. Conceição esclarece: "todavia, aplica-se a este
caso a conhecida figura do travesseiro de penas sacudido ao vento: é
impossível recolher todas as penas". De tempos em tempos, aparecem
livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices de Leo Taxil, ou de
outro autor inspirado por ele.

E, assim, os Maçons norte americanos, que periodicamente
sofrem campanhas movidas por igrejas fundamentalistas, repisando
sempre as mesmas teclas de Leo Taxil, referem-se à fraude como "The
lie that will never die" – a mentira que nunca morrerá.





Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 30 de março de 2016

As Seis Grandes Lojas da Inglaterra

Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma
formação simultânea de "Grandes Lojas", começando pela primeira em
todo o mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717.
Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países.

Baseando-me em livros de origem inglesa, inclusive um pequeno livro
editado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, a mim ofertado pelo meu
Irmão gêmeo Pedro Américo (The History of English Freemasonry), vou
expor abaixo um resumo das seis Grandes Lojas que apareceram na
Inglaterra naquela época.

· A primeira delas foi a "Grande Loja de Londres e
Westminster", de 1717, a mãe de todas as Grandes Lojas do mundo, que
permaneceu ativa ao longo dos anos, transformando-se, em 1813, na
Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

· A segunda delas, apareceu em 1725: a antiga Loja da cidade
de York, norte da Inglaterra, transformou-se na "Grande Loja de Toda a
Inglaterra". Entretanto, sua influencia se restringia nas províncias
de York, Cheshire, e Lancashire. Ela existiu por algumas décadas,
elegendo seus próprios Grãos Mestres, erigindo também suas próprias
oficinas de Royal Arch e Cavaleiros Templários.

Dessa Grande Loja apareceu uma outra em 1779, que será a 4ª em nossa
seqüência..

· A terceira Grande Loja foi a "Grande Loja dos Antigos" em
1751, a qual, juntando-se, em 1813, com a primeira mencionada acima,
também conhecida como a dos "Modernos", formou a "Grande Loja Unida da
Inglaterra" (GLUI).

· A quarta foi formada em 1779. Com a responsabilidade e
autoridade da Grande Loja de Toda Inglaterra foi formada a "Grande
Loja do Sul do Rio Trent",constituída de antigas Lojas que estavam em
desacordo com as diretrizes da primeira Grande Loja.

Em 1788, ajuntou-se com a terceira das Grandes Lojas, a "Grande Loja
dos Antigos" e parou de existir.

· A quinta delas, e é a que existe hoje, foi formada em 1813.
A primeira Grande Loja juntou-se com a "Grande Loja dos Antigos" para
dar ao mundo maçônico a "Grande Loja Unida dos Antigos Maçons, Livres
e Aceitos da Inglaterra", conhecida por todos hoje em dia como a
"Grande Loja Unida da Inglaterra" (GLUI)

· A sexta e ultima apareceu e sumiu da seguinte forma: após a
união, descrita acima, em 1813, houve dificuldades com algumas Lojas e
quatro delas, afastadas da GLUI, formaram em1823, estabelecida em
Wigan, a "Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de
acordo com as Antigas Constituições"depois de dois anos ficou inativa
até 1838. Em 1844, teve uma aceleração das atividades até 1858, e
depois foi decaindo aos poucos, sendo que em 1866 foi o ano em que
suas ultimas Atas foram registradas.



Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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