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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Retardatário



O Obreiro que chega atrasado ao horário estabelecido pela Loja Simbólica e encontra a porta do Templo fechada vai se condicionar à duas situações que estão ocorrendo no interior da Loja: o Livro da Lei foi aberto, ou não. No final falaremos sobre essas duas situações.

Como no Brasil, na maioria dos Ritos e na maioria das Lojas, não se tem o hábito de colocar Cobridor Externo, o Obreiro retardatário deverá dar a bateria com que se pede ingresso no Templo.

O Cobridor Interno responde para demonstrar ao retardatário que a Loja está ciente de sua presença. Comunica ao primeiro Vigilante e este comunica o Venerável Mestre.

Caso a Loja seja de Companheiro ou Mestre, o Cobridor Interno, após autorização do VM, deverá sair, verificar se o Irmão pertence ao Quadro e comunicar se ele pode entrar ou não. Se não for Irmão do Quadro, o Cobridor interno deverá "telhar" o retardatário para verificar se ele poderá entrar.

Estando tudo correto e a entrada do retardatário é permitida, voltemos ao início:

- O Livro da lei não foi aberto: como a Loja não está aberta, o retardatário poderá entrar, após comunicação do Venerável Mestre, sem formalidades. O Mestre de Cerimônias conduzirá (quem conduz vai na frente) e determinará o local onde o retardatário deverá sentar.

- O Livro da lei já foi aberto: como a Loja é considerada aberta pelo Venerável Mestre, a ninguém é permitido entrar sem formalidades. Portanto, o retardatário entrará com formalidades e o Mestre de Cerimônias o conduzirá ao local apropriado.


Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

“O Caso William Morgan” antimaçonaria


Movimentos anti maçônicos sempre existiram desde os primórdios da Maçonaria, mesmo durante o período da Maçonaria Operativa.

Um dos maiores, ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1826 e 1840. O "Caso Morgan", a ser descrito ao longo deste trabalho, foi o estopim de um sentimento anti maçônico, muito amplo e que estava em estado latente por muitos anos, provocado em parte por livros anti maçônicos vindos da Europa, (ver Pílula Maçônica nº99 sobre Leo Taxil) denunciando a Sociedade Maçônica, e em grande parte pelos "dogmas"

praticados por certas Seitas Protestantes.

Em 1820, nos Estados Unidos, havia aproximadamente 400 Oficinas e em torno de 12.000 membros e estava crescendo. Como resultado desse movimento, iniciado pelo "Caso Morgan", a questão sacode a opinião pública e quase destruiu a Instituição. Em 1830 o número de membros caiu para aproximadamente 2.000.

William Morgan, indivíduo de mau caráter, aventureiro, endividado, jornalista de Batávia, New York, decidiu refazer-se economicamente lançando um pequeno livro anti maçônico, publicado em 1826 com o título "A Maçonaria Apresentada e Explicada" com a intenção de desmascarar a Instituição e ganhar muito dinheiro com a venda do livro.

Torna-se logo um best-seller.

Aparentemente, William Morgan deve ter frequentado Lojas maçônicas, onde adquiriu conhecimento para a redação de seu livro. Entretanto, não foi encontrado seu nome em nenhum registro de Loja. É possível que tenha sido auxiliado por outra pessoa.

O movimento anti maçônico cresceu exponencialmente quando Willian Morgan desapareceu da cidade. Inquéritos foram realizados sem sucesso. Jamais se soube o que aconteceu. Porém, começou a correr a notícia que William Morgan havia sido sequestrado pelos Maçons, levado até as Cataratas do Niágara e depois de ter sido assassinado na fronteira canadense, seu corpo teria sido jogado nelas.

Morgan desapareceu em setembro de 1826 e no mês seguinte, o Reverendo David C. Bernard, pastor da Igreja Batista em N.Y., acompanhado de um membro que havia renunciado da Loja Maçônica, começou uma carreira de 40 anos devotada largamente para a desmoralização da Ordem.

Diversos encontros e convenções foram liderados por ele e, ao mesmo tempo, publicou um livro chamado "Luz na Maçonaria" totalmente anti maçonaria. Todos os maçons foram excomungados e não podiam ser candidatos em cargos públicos.

Obviamente, assunto naturalmente atrativo para leitores e escritores românticos e sensacionalistas, produziu uma circulação avantajada de livros anti maçônicos.

Até um Partido Político anti maçônico foi fundado em New York e a excitação invadiu, gradualmente, os outros estados. A maçonaria é condenada pela Igreja Batista. Os Maçons são, sistematicamente, recusados quando da formação de Juri Criminal e os pastores lhes negam a comunhão. A dissidência na Maçonaria foi enorme. Intrometendo-se a inevitável política, viram-se candidatos se apresentarem às eleições alegando seu anti maçonismo.

A Maçonaria levou anos para se reerguer.. Quando da Guerra da Secessão, a Ordem se manteve, numa certa medida, fora do conflito, e exemplos não faltaram de atos de generosidade para com os feridos e os prisioneiros, entre Maçons. Estabelecida a paz, para muitos a reconciliação foi definitiva.

Em 1838, o Partido Anti maçom apresenta um candidato à presidência dos Estados Unidos. Os dois outros candidatos, pelos dois grandes partidos e antigos Grão Mestres, Andrew Jackson e Henry Clay.

Jackson foi eleito pela maioria esmagadora: era a Ordem que se reerguia, depois da debandada quase geral provocada pelo "escândalo Morgan". Retoma, então, enfim, sua caminhada progressiva.

Existem hoje, Potências Maçônicas nos EUA, em todos os Estados, Territórios e Distrito Federal com aproximadamente 1.500.000 membros.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Os Templários e o Descobrimento do Brasil



 

O rei da França, Filipe IV, o Belo, na época do século XIV, estava falido e, entre outros, devia muito dinheiro a Ordem dos Templários, que era uma das Organizações mais ricas e mais poderosas da Europa. Seus membros eram guerreiros, banqueiros e construtores e tinham sede em Paris. Pelo fato de serem guerreiros, e bem organizados, se apoderaram de imensas quantidades de terras e bens materiais dos perdedores aos quais punham o seu jugo. Controlavam feudos e construções em Paris e no interior da França.

Participaram de modo intenso nas Cruzadas. As mesmas eram "patrocinadas" pela Igreja Católica a qual permitia, devido sua portentosa influência juntos aos reis e governantes, que os Templários tivessem muitas regalias e direitos. Entretanto, exigiam que as Cruzadas saíssem vitoriosas em suas contendas. As derrotas das Cruzadas no Médio Oriente, alimentaram uma onda de calúnias, produzida provavelmente por pessoas ou entidades invejosas e sedentas do fracasso dos Cavaleiros da Ordem dos Templários, dizendo que os mesmos teriam se "vendido" aos muçulmanos. Aproveitando o clima favorável, talvez produzido por ele mesmo, em 13 de outubro de 1307, Filipe invadiu, de surpresa, as sedes dos Templários em toda a França, prendendo todos os membros.

Dois processos foram abertos contra a Ordem dos Templários: um dirigido pelo rei contra os presos, o outro conduzido pelo papa Clemente V, que como sabemos, foi forçado pelo rei Felipe, a colocar a sede do Papado em Avignon, França.

Muitos Cavaleiros foram mortos. A maioria degolada. A Ordem era Iniciática e bastante discreta. A própria discrição da Ordem foi usada contra ela, fazendo-se afirmações absurdas. Devido a ramificada rede de informações da Ordem, os sobreviventes trataram de salvar a maior quantidade possível de bens e tesouros.

Todos os seus bens "disponíveis" foram confiscados. Esperava-se uma fortuna, mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a suposição de que os tesouros foram transferidos em segurança para outros países. Para muitos investigadores, um desses países teria sido Portugal. O rei Dom Dinis (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem dos Templários em terras portuguesas. Sugeriu uma doação formal dos bens da Ordem à Coroa, mas, talvez, por imposição dos Templários, foi nomeado um administrador, de confiança da Ordem, para cuidar deles.

Dom Dinis, numa atitude corajosa para a época, local e condições, abriu as portas para todos os refugiados da Europa. Nessa ocasião, por volta de 1317, o último Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, Jacques (ou Thiago) de Molay, já havia sido executado na fogueira (1314). Nem o Papa, com toda sua autoridade e com a "Santa Inquisição" a sua disposição, o intimidou: fundou a Ordem de Cristo com, segundo afirmam os historiadores, parte do patrimônio dos Templários.

Todos os perseguidos da Europa, se concentravam, trazendo seus segredos, seus conhecimentos, para o Convento de Tomar, sede da Ordem de Cristo. Uma nova etapa, uma nova era, estava acontecendo para os Cavaleiros Templários. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João XXII, reconheceu a Ordem de Cristo.

No início do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e na Flandres (hoje parte da Bélgica e Holanda). Nesse caso, porque é que foram os portugueses a encabeçar a expansão européia? Sem dúvida, a rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo, com seus tesouros, mas, principalmente, com os seus conhecimentos e experiência adquiridos ao longo dos anos. .

Quando o Infante Dom Henrique, terceiro filho de Dom João I, se tornou Grão-Mestre da Ordem, em 1416, a Organização encontrou apoio para colocar em prática um antigo e ousado projeto: contornar a África e chegar à Índia, ligando o Ocidente ao Oriente sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra. Dom Henrique assumiu o cargo de governador do Algarve. Dividia seu tempo entre a Ordem de Cristo e o Porto (ou Vila) de Lagos.

Ao retornar à Portugal, na primavera de 1419, após combater os mouros na cidade de Ceuta, dom Henrique teria decidido abandonar as "futilidades da corte" e se instalar na ponta de Sagres. Dom Henrique era uma figura imponente, obcecado, teimoso, celibatário e asceta, permanentemente envolto em um manto negro.

O próprio local que o infante supostamente escolheu para viver já era pleno de simbolismo e magia. O antigo "promontório sacro" de gregos e romanos – chamado de Sagres pelos lusos - fora batizado pelo geógrafo grego Ptolomeu. Era a parte final da Europa: um lugar desértico, de beleza trágica, onde a terra se despede num cabo nu e pedregoso, para mergulhar no oceano temível e repleto de mistérios. Não por acaso, Sagres tinha sido ocupado por um templo de druidas, os sacerdotes celtas.

Ainda assim, não foi na ponta de Sagres, mas na Vila de Lagos, acerca de 30 km a leste dali, que Dom Henrique de fato se instalou, quando seu pai, o rei Dom João I, o fez governador daquela região, conhecida como Algarve, ou El-Ghard, a Terra do Poente, outrora o Ocidente árabe.

Foi aí, que em 1420, Dom João I, fez do Infante o administrador da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, originária da antiga Ordem dos Templários .

Algarve era a base naval e uma corte aberta: vinham viajantes de todo o Mundo, com todo tipo de informações, tão importantes naquela época. Foram atraídos para lá, sábios, cartógrafos, astrônomos e astrólogos – especialmente Judeus que, desde meados do século XIV, fugiam das perseguições que se desencadeavam na Espanha. Afirma-se hoje que, o Porto (ou Vila) de Lagos, localizada em uma ampla baía, possível de se zarpar, liderada pelo infante, foi que comandou a expansão marítima do século XV. Ali foi fundada a Escola de Sagres – que, na verdade, existiu apenas no sentido filosófico da palavra, já que

nunca houve um espaço físico, um centro de estudos, e muito menos um observatório, na Ponta de Sagres.

Tinham passado cem anos sobre a condenação dos Templários nos processos de Paris, e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana sobre a Europa, que aumentara muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue o aval do papa ao projeto expansionista. Num século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem com monopólios da navegação para a África, posses de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais a descobrir.

 

Vá. Alfério Di Giaimo Neto.

Maçonaria é religião?



Como as Pílulas Maçônicas são voltadas principalmente para os Aprendizes e Companheiros, vamos voltar nesse assunto.

Muitos críticos e detratores da Maçonaria afirmam, a muito tempo, que a Ordem Maçônica é uma religião. Entretanto, ainda que a Maçonaria é por tradição uma sociedade de homens religiosos, categoricamente não é uma religião e nem pretende ser.

Não tem teologia, não oferece sacramentos, não garante e nem promete salvação da alma após a morte. Apesar de que seus ensinamentos são interpretados dentro de um clima espiritual, é esperado que os Obreiros pratiquem esses ensinamentos dentro do contexto de suas próprias religiões.

É sabido que algumas atividades maçônicas parecem ser religiosas. Como exemplo, temos a "Cerimônia de Casamento Maçônico". Muitas vezes e em muitos lugares é feito esse tipo de cerimônia. Na verdade, é só uma confirmação, dentro do ambiente Maçônico, de duas pessoas já legalmente casadas. O Venerável Mestre de uma Loja não é uma pessoa autorizada para celebrar um matrimônio e, consequentemente, o par em questão, já é casado.

Portanto, é um ato feito unicamente com a finalidade de comemorar, ou celebrar, entre Obreiros de uma ou mais Lojas, a união legal anteriormente realizada.

Existe, também, a "Cerimônia Fúnebre" onde a Loja se reúne para recordar os bons momentos que teve com o Obreiro falecido, suas boas obras, e para uma última, simbólica, despedida. Não é um sacramento nem substitui a um funeral religioso.

O Templo, onde as Lojas se reúnem, não é um lugar sagrado, apesar de muitos Maçons pensarem dessa forma. A "Sagração" de um Templo Maçônico, levando em consideração que a Maçonaria não é uma religião, é simplesmente um reconhecimento Maçônico, por todos os maçons presentes no ato de que, aquele local, tem a dignidade de um Templo Maçônico e será sempre usado para as atividades Maçônicas (ver Pílula Maçônica nº103 – Sagração). O objetivo principal é a realização de cerimoniais maçônicos e atividades administrativas. Não tem um motivo especial para ser religioso.

 

Vá. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O termo “Rito de York”


 

Como mencionado na Pílula Maçônica nº 170, vou comentar alguma coisa na tentativa de esclarecer a origem do termo 'Rito de York", adotado e oficializado pelo Grande Oriente do Brasil, juntamente com outros 06 Ritos.

Na verdade, esse termo se aplica ao sistema maçônico dos EUA, onde realmente esse termo faz sentido e onde se tem, realmente, o Rito de York (ver Pílula Maçônica nº 55 – A Loja de York).

No Brasil, usamos o sistema maçônico inglês, que é diferente do sistema norteamericano.

Esse sistema inglês, estabelecido após a união dos "Modernos" com os "Antigos" em 1813, gerando a Grande Loja Unida da Inglaterra, possui diversos RITUAIS, entre eles o famoso "Emulation Ritual", que é o que usamos aqui no Brasil. Tem, também, o Stability, Sussex, etc

E por que usamos o termo "Rito de York" aqui no Brasil?

Para esclarecer isso, vou ocupar duas Pílulas Maçônicas, pois a história é longa e complicada. Vamos iniciar, esclarecendo, de modo genérico, o que é "RITO" e o que é "RITUAL" RITO – é um método, um uso, aprovado por costumes, ou a muito tempo seguido, ou até mesmo uma lei. Na Maçonaria significa um método de conferir a "Luz Maçônica" através de distribuição e distinção de Graus.

RITUAL – na Maçonaria, é o sistema de cerimônias, fórmulas, instruções, para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos. Comparativamente, de modo muito simples, temos como exemplo um casamento. De maneira geral, no mundo todo, casamento é a união de duas pessoas, reconhecida por uma autoridade, religiosa ou não.

No Brasil, as cerimônias, a seqüência, para realização de um casamento, são diferentes do que ocorre na Grécia, por exemplo. O evento "casamento" é o mesmo, porém, o cerimonial é diferente, dependendo do País.

Retornando ao termo "Rito de York", em estudo, sabemos que a Maçonaria praticada na Inglaterra, Irlanda e Escócia, antes de 1717, era chamada "Maçonaria Operativa"..

Nesses países, na Inglaterra principalmente, o sistema maçônico usado, era semelhante ao praticado na cidade de York, muito antigo.

Quando em 1717, em Londres, ocorreu a mudança para "Maçonaria Especulativa" com a união de 04 Lojas, etc (não entrarei em detalhes pois muito já foi escrito sobre isso), os problemas começaram.

Essa "Grande Loja de Londres e Westminster", recém formada, quando percebeu que, após adesão de inúmeras Lojas, a coisa ia dar certo, alterou certos eventos ritualísticos, obviamente na boa intenção. Aliado a isso, um ex-maçom chamado Samuel Prichard, aproximadamente em 1730, lançou um livro denominado "A Maçonaria Dissecada" no qual, a maioria dos segredos maçônicos era revelada.

Para evitar a penetração de profanos nas Lojas, mais alterações foram realizadas.

Essa Grande Loja, após o seu quinto Grão-Mestre, começou a convidar, e com aceitação, membros da Realeza ou da Nobreza para serem os futuros Grão-Mestres.

Isso provocou, talvez sem maldade, uma "elitização", de modo que os irlandeses e escoceses não eram bem recebidos nas Lojas pertencentes a essa Grande Loja.

Com essa elitização, mais as alterações realizadas nas cerimônias ritualísticas, as Lojas, que não aderiram à Grande Loja de Londres e Westminster, normalmente compostas de irlandeses e escoceses, fundaram outra Grande Loja, em 1751, e começaram a chamar, de modo pejorativo, os Maçons da Grande Loja de 1717 de "Modernos" e se auto denominaram de "Antigos", pois praticavam, segundo eles, a antiga e verdadeira Maçonaria, praticada na cidade de York.

Nessa época, em torno de 1756, estava ocorrendo a colonização na América do Norte e os quatro sistemas maçônicos, foram juntos com a colonização: a Maçonaria Irlandesa, a Escocesa, os "Antigos" e os "Modernos".

Com a independência dos EUA, em 1776, predominou nesse novo país a maçonaria dos "Antigos", juntamente com a maçonaria Irlandesa e Escocesa, com decréscimo da maçonaria dos "Modernos". Isso, provavelmente, devido ao fato dos "Modernos" estarem ligados a Realeza e a Nobreza. Então, a Grande Loja dos "Modernos" desaparece do cenário americano e as outras Grandes Lojas: dos "Antigos", Escocesa e Irlandesa se unem mais e, com Rituais baseados no Monitor de Thomas Smith Webb, derivado, principalmente do Ritual da Grande Loja dos "Antigos" fundaram as Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América.

Com isso, começou a ser praticado, lá nos EUA, um Rito Maçônico que realmente pode ser chamado de "Rito de York", diferentemente do que ocorreu na Inglaterra, com a união dos "Antigos" e dos "Modernos", gerando o Sistema Inglês Maçônico (eles não usam o termo "Rito" e sim, o termo "Craft").

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.  

Cavaleiros Hospitalários



 

Os Hospitalários ou Cavaleiros Hospitalários, de São João de Jerusalém, foram originariamente uma Ordem militar-religiosa formada, também, durante as Cruzadas. Seu remanescente existencial atualmente é a

Suprema Ordem Militar de Malta.

O grupo foi formado no 11º século em Jerusalém; seus membros foram irmãos vinculados a um hospital dedicado à São João que cuidava de peregrinos doentes ou necessitados. Em 1113 este grupo recebeu a aprovação papal como ordem regular. Seu primeiro superior (Grão Mestre) foi Gerard de Martignes. Seu sucessor foi Raymond du Puy que reconstituiu a Ordem e começou engajar seus membros em operações militares para o Reino Latino de Jerusalém (ver comentários abaixo).

Após 1187, a Ordem moveu seu quartel general para a cidade de Acre.

Os membros continuavam a cuidar de doentes, guardavam as estradas e lutavam. Eles se tornaram rivais dos Templários na arte de guerra cruzada.

Em 1310 mudaram primeiro para Chipre e depois para a ilha de Rhodes, na qual a Ordem governou como um estado independente até a chegada do turco Otto. Em 1530, o Sagrado Imperador Romano, Carlos V,

concedeu Malta para os Hospitalários. Eles defenderam a ilha contra os turcos até que Napoleão I expulsou todos eles em 1798. A Ordem estava declinando e, finalmente seu quartel general foi finalmente estabelecida em Roma. E, de 1805 a 1879 não tiveram Grão Mestre.

Reconstituída em 1879, os Hospitalários continuam hoje como uma Ordem onde clericais e membros fiéis, ambos engajados em trabalhos de caridade e assistência médica. Ela é internacional na qualidade de seus membros e de suas atividades. A vestimenta da Ordem é um manto negro com a cruz de malta de oito pontas, na cor branca.

O Reino Latino de Jerusalém O Reino Latino de Jerusalém foi criado em 1099 pelos líderes da primeira Cruzada; foi conquistado pelos Muslims em 1291. Sua grande extensão incluía a Palestina e outros estados ao norte, principalmente da Antióquia. A história desse reino pode ser contada em duas etapas: de 1099 até 1187 quando Jerusalém foi reconquistada pelo líder dos Mulims, Saladino e de 1189 até 1291, quando foi finalmente conquistado.

Durante a primeira fase o Reino tinha como capital a cidade de Jerusalém. Os Cruzados escolheram inicialmente Godfrey de Bouillon como administrador (1099 a 1100). Apesar dele ter tomado somente o título de Defensor do Sepulcro Sagrado, seus sucessores, começando por seu irmão Baldwin I (1100 até 1118) usaram o título real. Eles tinham a esperança de expandir e consolidar sua posição na Palestina e, em particular, capturar cidades costeiras, as quais a Primeira Cruzada não havia conquistado. Com o apoio naval de Gênova, Veneza e Pisa, eles tiveram sucesso nessa empreitada.

A oposição árabe dos muslims estava inicialmente fragmentada entre pequenos e insignificantes estados. Após 1128, entretanto, os estados árabes foram gradualmente se unificando, graças ação de novos líderes, entre eles o maior sendo Saladino, que se tornou administrador (governador) do Egito em 1169. Declarando uma guerra santa em 1187, ele derrotou os Cruzados em Hattin, resgatando Jerusalém para os Mulims e sitiando os remanescentes Cruzados em Tiro, Trípoli e Antióquia.

Em 1189 os Cristãos promoveram a Terceira Cruzada intencionada de reconquistar Jerusalém.. E assim foi feito. Esta Cruzada e as outras que a sucederam, somente reconquistaram as cidades costeiras e faixa adjacente do território.

De 1191 para frente, a capital do reino era a cidade de Acre.

Infelizmente, o futuro desse Reino foi amargurado pelos conflitos entre os Barões e os Governadores; entre os colonizadores de Veneza, Piza e Gênova;

e, principalmente entre as Ordens Militares dos Hospitalários e Templários.

A queda de Acre para os egípcios (Mamelucos) em 1291 marcou o fim do Reino Latino de Jerusalém.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Grande Capitulo do Rito de York


 

Em torno do ano de 1910, Maçons de origem inglesa não estavam satisfeitos com a Maçonaria praticada aqui no Brasil, pois pretendiam, se possível, ter Lojas do Rito inglês, que trabalhassem segundo a orientação litúrgica da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). Alguns Obreiros desta última, foram enviados ao Brasil para negociarem com o Grande Oriente do Brasil, com o intuito de obter do GOB, a autorização para estabelecer uma Grande Loja Distrital, sob a Constituição Inglesa, em nosso território.

Isso não foi concretizado nessa época, porém, foi assinado um Tratado, em 21/12/1912, pelo Grão Mestre Lauro Sodré, do GOB, e pelos representantes da GLUI, que relatava, resumidamente e com outras palavras, o que segue abaixo:

- o GOB em consideração à inabalável e fraternal amizade que sempre uniu a GLUI e o GOB, e pretendendo atender aos anseios dos maçons ingleses residentes no Brasil, resolveu permitir que fosse criado um Grande Capítulo do Rito de York, com patente e sob a obediência do Grande Oriente do Brasil (NOTA: sobre o termo "Rito de York" faremos uma explicação na próxima Pílula).

- desde logo ficarão subordinadas a esse Capítulo as seguintes sete Lojas do GOB:

"Eduardo VII", ao Oriente do Pará;

"Saint George", ao Oriente de Recife;

"Duke of Clarence". Ao Oriente da Bahia;

"Eureka Nº 3", ao Oriente do Poder Central;

"Wanderers", ao Oriente de São Paulo;

"Unity", ao Oriente de São Paulo;

"Morro Velho", ao Oriente de Minas Gerais

- esse Grande Capítulo será autoridade suprema, em matéria litúrgica e autorização de funcionamento, para todas as Lojas do Rito de York, atualmente e para aquelas que no futuro forem criadas no Brasil.

Como fruto desse Acordo, foi feito o Decreto Nº 478, de 01/12/1913, resumidamente mencionado abaixo (caso alguém se interessar tenho o Decreto na íntegra):

- Fica criado, no Oriente do Poder Central, o Grande Capítulo do Rito de York, ao qual se subordinarão, liturgicamente, todas as lojas desse rito atualmente existente no Brasil.

- O Grande Capítulo mencionado terá as mesmas atribuições da Constituição das Grandes Oficinas chefes de Rito, além das do acordo entre GOB e a GLUI.

- esse Grande Capítulo será composto por 33 membros efetivos, etc.

Esse Decreto durou até 1935, quando em 06 de maio desse ano, é assinado um outro Tratado, denominado "Tratado Convênio de Aliança Fraternal" entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra, reconhecendo, naquela época, o GOB como única Potência Maçônica regularmente estabelecida no Brasil e o GOB, por sua vez, autorizava o estabelecimento, no Brasil, de uma Grande Loja Distrital, sob Carta Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Por esse Tratado, convencionou-se, também, que "em virtude de não mais ser necessária a existência do Grande Capítulo do Rito de York no Brasil, este, uma vez formada e estabelecida a Grande Loja Distrital, cessará suas atividades" (Castellani).

Com isso, todas as Lojas do Rito de York, então existentes, passaram, sob a direção da Grande Loja Distrital, para a Jurisdição da Grande Loja Unida da Inglaterra.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Escada de Jacó e Escada em Caracol



 

Apesar das duas serem Símbolos Maçônicos, e se tratar de escadas, na verdade, são bem distintos um do outro.

A Escada de Jacó é um Símbolo Iniciático, com forte caráter religioso, é usado em outras Ordens inclusive religiosas. A Maçonaria, apesar de não ser uma religião, a utiliza na Simbologia, para transmitir seus ensinamentos.

Ela se se origina na Bíblia, referindo-se ao sonho que Jacó, filho de Isaac e de Rebeca e irmão de Esaú, teve um dia, no campo. Lá diz que, Jacó temendo a cólera de seu pai, pois havia comprado os direitos de primogênito de Esaú, seu irmão, fugiu para a Mesopotâmia. No caminho, em Betel, enquanto dormia com a cabeça apoiada numa pedra, sonhou com uma escada fixa na terra e a outra extremidade tocando o céu. Por ela os anjos subiam e desciam e ele ouvia Deus dizendo que sua descendência seria extremamente numerosa. Obviamente, pode-se dar inúmeras interpretações a esse sonho. Vai depender somente da nossa imaginação.

A interpretação que a Maçonaria dá para essa lenda é de que o conhecimento de todas as coisas é adquirido de forma gradual, como se estivéssemos subindo uma escada, degrau por degrau. Aparentemente isso parece ser fácil, mas não é. Exige sacrifícios, constância e persistência. Aliás, pensar que tudo é muito fácil, é uma característica do ser humano.

Conforme Nicola Aslan (Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria), esse símbolo está contido no painel do Grau de Aprendiz, com sete degraus, representando as sete virtudes cardeais: Temperança, Fortaleza da alma, Prudência, Justiça, Fé, Esperança e Caridade. Ë comum, pois, depois da Iniciação, dizer-se que o Aprendiz subiu o primeiro degrau da Escada de Jacó, ou seja, deu o primeiro passo no caminho de seu aperfeiçoamento moral.

A Escada em Caracol, como o próprio nome diz, é uma escada em espiral, e é o Símbolo do Companheiro. No Grau de Companheiro é onde o Obreiro adquire o máximo de conhecimentos, e isso é típico desse grau, preparando-se para entrar no Grau de Mestre.

Simbolicamente, nesse grau, ele deve girar em torno de si, absorvendo tudo a sua volta e atingindo, além disso, níveis superiores, cada vez mais aperfeiçoados. Assim, ao atingir o Grau de Mestre que é o esplendor da sua carreira maçônica, o Obreiro poderá começar a transmitir seus conhecimentos adquiridos, ou iluminar, clarear, a mente dos novos Aprendizes e de todos com os quais convive. Ser Mestre Maçom não é ser o dono da Verdade! Mas é ser dono da própria vontade e buscá-la, sem esmorecer e mostra-la ao mundo.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Deuses do Olimpo


Sabemos que não é permitida a presença de imagens de santos ou símbolos religiosos, no Templo, para não interferir com a crença pessoal dos Obreiros.

São permitidos, apenas nos Ritos teístas, os símbolos alusivos ao G:. A:. D:. U:. , como o Delta Radiante. Errado é, portanto, colocar no Templo, como fazem algumas Oficinas, imagens de S.. João Batista, S. João Evangelista, S. Jorge, etc.

Todavia, é permitida a presença de representações de deuses da Mitologia Grega-Romana e suas relações com diversos oficiais da Loja, pois, além da assimilação aos atributos desses cargos, esses são deuses da mitologia greco-romana, que hoje não representam mais qualquer grupo religioso (Ir. Fuad Haddad).

Lembrar que a Mitologia Romana é, praticamente, cópia da Mitologia Grega, com mudanças nos nomes.

De acordo com essa relação temos:

Venerável Mestre: relacionado e representado por ZEUS(grega)/JUPITER(romana). É tido como o rei dos deuses, por sua condição de dirigente da Loja.

Pode estar relacionado e representado, também, por ATENÁ(grega)/MINERVA(romana) que é a deusa da razão, da paz, da inteligência e da sabedoria, pois o Venerável Mestre deve ter a sabedoria, a prudência e o discernimento, necessários para dirigir a Loja.

Primeiro Vigilante: relacionado e representado por ARES(grega)/MARTE(romana). É tido como deus da agricultura e da guerra, ou da força, já que essa é a característica desse cargo, que pode ser, também, relacionado com HÉRACLES(grega)/HÉRCULES(romana), o mais forte e vigoroso de todos os homens, segundo a mitologia grega.

Segundo Vigilante: relacionado e representado por AFRODITE(grega)/ VENUS(romana). É tido como a deusa do amor e da beleza, apanágio do cargo.

Orador: relacionado e representado por APOLO(grega)/ FEBO(romana). É tido como deus do Sol, criador da poesia e da música, do canto e da lira, responsável pela guarda da lei e pelas peças de oratória, representa a Luz.

Secretário: relacionado e representado por ÁRTEMIS(grega)/ DIANA(romana).

É tida como a deusa da Lua, da caça e das flores, já que esse oficial, refletindo, nas Atas, a Luz que vem do Orador (Sol), simbolizando a Lua.

Mestre de Cerimônias: relacionado e representado por HERMES(grega)/MERCÚRIO(romana). É tido como o mensageiro dos deuses do Olimpo, já que esse Oficial, em sua circulação, é o mensageiro dos dirigentes da Loja.

Devido esse relacionamento é que o Sol e a Lua, que se encontram sob o Dossel, ladeando o Delta Sagrado, devem se achar, respectivamente, do lado do Orador e do Secretário. (baseado "Cadernos Estudos Maçônicos" - José Castellani - Ed. Trolha).

 
Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto..

terça-feira, 6 de novembro de 2018

O Avental


Muitos Obreiros nos perguntam qual é a origem e o simbolismo da pratica maçônica de presentear o Iniciado com um avental. Parece certo que o uso de avental ou vestimenta semelhante, como Símbolo Místico, era comum entre os antigos.

Antigamente em Israel, uma cinta formava parte da vestimenta do sacerdócio, e para o sacerdote comum ela era lisa e branca. As vestimentas das Ordens Superiores do Sacerdócio eram embelezadas com cintas altamente coloridas e ornamentadas.

Nos antigos Mistérios de Mithra, na Pérsia, o candidato era investido com um avental branco. Os Essênios vestiam os noviços com um manto branco.

Tudo nos leva a crer que na Ritualística Maçônica, no fechamento da Iniciação, a oferenda ao Neófito de um avental branco de pele de cordeiro se assemelha aos antigos costumes, em geral. Na religião Hebraica e na Cristã, e mesmo em muitas outras seitas, a cor branca sempre foi tida como emblema da Pureza. O cordeiro sempre foi considerado como emblema da Inocência.

Consequentemente, no Ritual para o Primeiro Grau o Neófito é presenteado com um avental branco de pele de cordeiro para que se lembre que "a pureza da vida e a retidão na conduta, os quais são  essencialmente necessários para ganhar a admissão na Loja Celestial do Oriente Eterno, onde o Supremo Arquiteto do Universo preside para sempre".

Este Avental se torna propriedade permanente do Aprendiz como a "insígnia, o distintivo de um Maçom". No seu crescimento na Maçonaria, esse Aprendiz receberá outros aventais, de variados tipos, mas nenhum outro será igual a este primeiro, no significado emblemático e valor maçônico (extraído da Holy Bible – Kansas – EUA).

Portanto, segundo Mestre Assis Carvalho – Xico Trolha - nos graus simbólicos, a Indumentária Maçônica entende-se: o Avental, o Colar (faixa, fitão), os Punhos, as Luvas, o Balandrau (aqui no Brasil), Chapéu.e o Terno preto ou azul escuro (camisa branca, gravata preta). O Avental é o principal Símbolo que compõe essa Indumentária. Ele já teve diversas formas e cores, mas no caso do Aprendiz, sempre foi branco.

Como exemplo, vamos citar a Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI – que uniformizou o uso de paramentos nas Lojas de sua Jurisdição, através de rígida regulamentação. Em outras Potências (outros Ritos) tem diferenças.

APRENDIZ – retangular, em pele de cordeiro, branca, 14 a 16 polegadas de comprimento, 12 a 14 polegadas de largura, com uma "abeta" e sem ornamentos.
COMPANHEIRO – igual ao do Aprendiz, com duas "rosetas' na cor azul celeste (no Brasil, REAA, simplesmente abaixa- se a "abeta", sem rosetas).
MESTRE – igual ao Companheiro, só que forrado e orlado de azul celeste, com três rosetas da mesma cor.
VENERÁVEIS E EX-VENERÁVEIS – igual ao Mestre, mas tendo as rosetas substituídas por uma tala de prata, sobre um "tau" invertido.

Como foi dito, aqui no Brasil e em outras Potências, existem pequenas diferenças.

Está claro que o Aprendiz não pode usar o Avental do Companheiro, nem este usar o avental do Mestre. Este, por sua vez, não pode usar indumentária do Mestre Instalado.

Aparentemente, isto nunca ocorreu, nem ocorrerá, pois a sensatez, que é a grande característica do Obreiro, não permite que isso ocorra. É só uma nota de esclarecimento de minha parte.

 
Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Sociedades Secretas



Todos nós, Maçons, somos questionados, vez ou outra, se a Maçonaria é uma sociedade secreta. Para podermos responder, com base, vamos ver o que temos sobre isso na "Holy Bible" – Kansas.

É de senso comum e corrente que uma sociedade secreta é uma associação de homens, ou de homens e mulheres, na qual certos métodos de Iniciação, ideologias, doutrinas, práticas, meios de reconhecimento entre uns e outros e propósitos que são disponíveis somente para os que se submeteram a isso e fizeram solenes compromissos de não revelar absolutamente nada para outros que não pertençam a essa sociedade.

Nesse tipo de sociedade os objetivos da associação, os nomes de seus associados, os locais e datas das reuniões são mantidos em segredo. Tais sociedades são usualmente traiçoeiras, maldosas e com caráter e objetivos criminosos.

A Maçonaria não é uma sociedade secreta nesse sentido. Ela não procura esconder sua existência e seus objetivos. Os nomes de seus membros são conhecidos por todos os que se interessam nisso. Na verdade, principalmente no Brasil, os Maçons colocam joias de identificação maçônica nas suas vestimentas e automóveis, e se orgulham de serem reconhecidos como Maçons.

Maçonaria pode ser somente considerada como sociedade secreta referente aos seus Rituais, algumas de suas lendas e símbolos, seus métodos de transferir sua filosofia, sua alta moral, sua ética, suas verdades espirituais, e seus sinais de reconhecimento.

Seus projetos, objetivos, doutrinas, sua busca pela verdade que são ensinados, estão abertos, bem como os locais e datas de suas reuniões.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O Rito Escocês Retificado


Lembro que um "Rito" pode ser definido como uma apresentação particular da maçonaria, cujo caráter se distingue do caráter de outros Ritos, pela forma. Como sabemos existem muitos Ritos. Vamos pesquisar alguma coisa sobre o Rito Escocês Retificado.

É essencialmente um Rito cristão, e foi derivado do Rito "Estrita Observância" do século XVIII.

Vou abrir parênteses para falar um pouco sobre esse último Rito mencionado: "foi uma modificação da Maçonaria, baseada na Ordem dos Cavaleiros Templários e introduzido na Alemanha em 1754, pelo seu fundador o Barão Von Hund. Foi dividido em sete Graus: 1 – Aprendiz; 2 – Companheiro; 3 – Mestre; 4 – Mestre Escocês; 5 – Noviço; 6 – Templário; 7 – Cavaleiro Declarado. Relata a fuga, após a morte de Jacques de Molay, de alguns Cavaleiros Templários para a Escócia onde conseguiram passar por Maçons Operativos, conseguindo dar continuidade à Ordem Templária. Esses eventos constituem a base principal dos graus desse Rito. Outros eventos foram adicionados, conectados com Alquimia, Mágica e outras práticas superticiosas. ( Enciclopédia da Maçonaria – Mackey) Voltando ao Rito Escocês Retificado, sabemos que os Estatutos de Anderson exigiam a crença em Deus, mas sem requerer outra religião senão "aquela com a qual todos os homens concordam".

Entretanto, existe um documento "o mais antigo documento francês, de 1735, chamado Deveres Prescritos aos Maçons Livres, afirmando o que segue, baseado nas Constituições de Anderson – "...há algum tempo, julgou-se mais sensato só exigir deles a religião com a qual todo CRISTÃO concorda, deixando a cada um...."

Nas Constituições de Anderson, como vimos acima, lemos "....a religião com a qual todos os HOMENS concordam....

Assim, com a frase "com a qual todo cristão concorda" o documento Francês difere fundamentalmente do documento inglês. Para compreendê-la, é preciso lembrar que as primeiras Lojas Francesas tinham sido fundadas por jacobitas ardentes, fiéis aos Stuart exilados, e em sua maioria, católicos. Pode-se ver nesse documento a origem remota do Rito Escocês Retificado que, por intermédio da Estrita Observância, herdou a exigência cristã (Alec Mellor).

A história desse Rito foi um pouco tumultuosa, pois durante tempos atrás, se discutia muito sobre a questão de se saber "de qual cristianismo se trata" formando-se duas tendências, uma tradicionalista, que rejeita qualquer descristianização oculta nas palavras e outra, avançada, que não admite mais a exclusão dos não-cristãos. (Alec Mellor)

Em sua forma, o Rito permanece muito fiel às cerimônias em vigor do século XVIII, conservando o uso do chapéu e das espadas.

Os seis e únicos graus do Rito Escocês Retificado são:

Lojas Simbólicas, também chamadas Lojas de São João: (administradas por uma Potência Simbólica)

1) Aprendiz;
2) Companheiro;
3) Mestre

Lojas Verdes: (administradas pela potência filosófica, ou seja O Grande Priorado Retificado)

4) Mestre Escocês de Santo André.

Ordem Interior: ( adm.Grande Priorado Retificado)

5) Escudeiro Noviço;
6) CBCS - Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa. (Ordem dos CBCS)


 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Terceiro Grau nas Lojas Simbólicas


Depois de alguns anos na Maçonaria, começa a formar no pensamento do Maçom interessado, a dúvida se na época dos Maçons Operativos, existiam, ou não, os três Graus existentes hoje na Especulativa.

Vou tecer alguns comentários sobre esse assunto, fruto de pesquisa realizada em livros editados na Inglaterra e Nova Zelândia.

É aceito, de modo geral, entre todos os historiadores maçônicos, idôneos, que em 1717, na Inglaterra havia somente dois Graus:

- Aprendizes (Entered Apprentice)

- Companheiros (Fellow Craft)

Não havia o Grau de Mestre. O que era assim chamado, na Operativa, era o chefe, o mais experiente, dos demais e que era o responsável pela obra.

Entre 1717 e 1730, na Especulativa, houve uma divisão, um arranjo, entre os dois graus existentes, dando origem a três graus. No livro "Short History of Freemasonry – 1730" de Knoop e Jones, é dito que, de modo muito provável, o conteúdo do Primeiro Grau se dividiu, formando um novo Primeiro Grau e um novo Segundo Grau.

O Segundo Grau antigo se transformou no Terceiro Grau – o Grau de Mestre Maçom, que antes não existia. Esses dois renomados pesquisadores acham que isso deve ter ocorrido após 1723, pois não foi citado nas Constituições de Anderson, e antes de 1730, pois no livro "Masonry Dissected" de Samuel Prichard foi mencionado a existência desses três Graus.

A formação da Grande Loja da Inglaterra em 1717 teve, em seguida, muitas mudanças na ritualística sendo, aparentemente, finalizadas em1813 com a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra (ver Pílula nº 56)

Pesquisas indicam que no começo somente a Grande Loja formada em 1717 podia conferir esse Terceiro Grau – de Mestre Maçom – para as Lojas. Entretanto, muitas Lojas foram adicionadas às quatro primeiras e isso se tornou impraticável. Depois de alguns anos, todas as Lojas conferiam o Grau de Mestre aos obreiros merecedores.

  

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Lojas Simbólicas e as Lojas do Supremo Conselho do REAA



 

Este post é dirigido principalmente aos Aprendizes e Companheiros.

Pelo fato de estarem a pouco tempo na Maçonaria, é possível que este assunto não esteja perfeitamente esclarecido. Vamos começar definindo o que são Lojas Simbólicas e o que são Lojas do Supremo.

A Loja Simbólica é um corpo maçônico subordinado a uma Obediência Simbólica, como por exemplo, um Grande Oriente ou uma Grande Loja. No caso do Grande Oriente de São Paulo (GOSP), ele é jurisdicionado a uma Obediência central, que é o Grande Oriente do Brasil (GOB).

A Loja Simbólica só tem três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre, todos eles com seus paramentos próprios.

As Lojas Filosóficas ou Lojas dos Altos Graus (não confundir com "filosofismo" que tem outro significado) são corpos Maçônicos da jurisdição de uma Oficina Chefe de um Rito. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, as Lojas de Perfeição, Capítulos, Conselhos Kadosh e Consistórios são subordinadas ao "Supremo Conselho do R.E.A.A", que é a Oficina Chefe do desse Rito (Castellani).

São Obediências diferentes, apenas unidas por Tratados de Amizade e mútuo reconhecimento. Dito isso, vamos esclarecer mais alguns pontos:

- não é permitido, em hipótese alguma, colocar, nos Livros de Presença de Lojas Simbólicas, o Grau de Oficinas do Supremo Conselho.

- não é permitido usar paramentos dos Altos Graus nas Oficinas Simbólicas e vice versa.

- Maçons dos Altos Graus, inclusive, Grau 33, não são considerados Autoridades Maçônicas nas Lojas Simbólicas.

- Mestres Instalados nas Lojas Simbólicas, igualmente para ex- Venerável Mestre, Grandes Secretários, Garantes de Amizade, etc, das Lojas Simbólicas, não significam nada nos Altos Graus.

Percebemos, pois, que são coisas distintas, mas que se complementam.

As Lojas Simbólicas necessitam do aperfeiçoamento filosófico dado pelos Altos Graus. Os Altos Graus necessitam das Lojas Simbólicas, pois sem elas, não se tem motivos para se ter um Supremo Conselho.

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.  

terça-feira, 18 de setembro de 2018

WITCHBATH, not Witchcraft


O Balandrau e o Terno Preto



 

O Balandrau é uma vestimenta com tecido na cor preta, com mangas, fechada até o pescoço e é talar, ou seja, cobre até o nível do tornozelo (calcanhar). É muito semelhante à "batina" dos eclesiásticos da Igreja Católica Romana.

A origem é muito antiga, pois há evidencias de uso pelos membros do "Collegia Fabrorum" que era um grupo de pessoas que acompanhavam as guarnições romanas, no século VI a.C. e que reparava e reconstruía o que era destruído e danificado nas conquistas. Posteriormente, foi usada pelos membros das "Associações Monásticas", possivelmente herdeira de muitos ensinamentos do "Collegia Fabrorum".

Segundo Mestre Nicola Aslan, nos parece que o uso do Balandrau é uma peculiaridade da Maçonaria brasileira, pois nenhum autor, fora do Brasil, se refere a ele como indumentária maçônica. Tudo indica que o uso do Balandrau remonta à ultima metade do século XIX, tendo sido introduzido na Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de Lojas maçônicas e de Irmandades Católicas, Irmãos estes que foram o pivô da famigerada "Questão Religiosa", suscitada no Brasil em 1872.

Aparentemente, essa vestimenta foi adotada pelos maçons brasileiros como substituto barato e mais confortável do traje a rigor preto, sem objeção por parte das altas autoridades maçônicas. Assim, o uso do balandrau não foi aprovado nem desaprovado, foi simplesmente tolerado, não constituindo, portanto, um traje litúrgico (N. Aslan).

Entretanto, não podemos esquecer que, no REAA, o "Ir. Terrível" usa um Balandrau com um capuz, também preto, a fim de não ser reconhecido pelos Neófitos.

Referente ao Terno preto, camisa branca e gravata preta (REAA) vamos buscar as informações nos livros do Mestre Castellani: "na verdade é usado um "parelho" indumentária composta de duas peças (paletó e calças) e, não de um "terno" composta de três peças (paletó, calças e colete)".

Segundo ele, o uso dessa indumentária é devido, no Brasil, a majoritária formação católica dos maçons brasileiros, que não se desligaram, pelo menos até agora, do "traje de missa", transformando as reuniões em verdadeiras convenções de agentes funerários.

Lembra ele que, o traje Maçônico é o AVENTAL. Em outras partes do mundo, principalmente em regiões quentes, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas portando, evidentemente, o Avental. E trabalham muito bem, pois a consciência do maçom não está no seu traje. Como diz a velha sabedoria popular: "o hábito não faz o monge".

Discutir tipo de traje a ser usado (com exceção do Avental) é algo que não leva a nada, pois o traje masculino sofre variações através dos tempos e, inclusive, varia, de povo para povo, na mesma época.

A própria Igreja, que é bastante conservadora, já abandonou certas exigências. A Maçonaria, por ser evolutiva e progressista deveria ir pelo mesmo caminho. O balandrau, como roupa decente, poderia, se quisessem, uniformizar o traje, o que é, também, uma maneira de mostrar a igualdade maçônica (J. Castellani).

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O Delta Sagrado



Por definição, segundo o dicionário Aurélio, "Delta" é a quarta letra do alfabeto grego, correspondente ao nosso D, e que tem a forma de um triangulo isósceles (os três lados iguais). É também, por semelhança, a foz, caracterizada pela presença de ilhas de aluvião, geralmente de configuração triangular, assentadas à embocadura de um rio, e que forma canais até o mar.

Na Maçonaria, no Oriente de uma Loja, por cima do Trono do Venerável Mestre, brilha o Delta Sagrado, normalmente, com o "Olho Divino" no centro. É o símbolo do Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA - que é a suprema realidade, em seus três lados, ou qualidades primordiais que o definem. De ambos os lados do Delta, que representa a Verdadeira Luz, a Luz da Realidade Transcendente, aparecem o Sol e a Lua, os dois luminares visíveis e reflexos dessa luz invisível, que ilumina a Terra, e que, simbolicamente, representam as luzes: intelectual e a moral (Nicola Aslan).

O Delta é um dos mais importantes símbolos maçônicos. No Templo Maçônico, como dito acima, ele fica atrás do trono do Venerável Mestre e deverá ficar numa altura tal que sua visão não seja obstruída pelo Venerável quando este estiver de pé.

Ele é tão importante que quando um maçom cruza a Linha do Equador num Templo Maçônico, ele faz uma leve saudação ao Delta (muitos pensam, erradamente, que a saudação é feita ao Venerável Mestre.

Muitas vezes é colocado, em menor tamanho, na parte frontal externa do Dossel

Nos Ritos teistas (Adoniramita, Escocês, etc) o Delta representa a presença da Divindade e, normalmente, no seu interior são colocados símbolos representativos, tais como a letra hebraica „iod", ou mesmo, o tetragrama.

Nos Ritos agnósticos, o Delta representa a sabedoria, o conhecimento. No seu interior, normalmente é colocado o "Olho que Tudo Vê" (vide Pílula Maçônica nº 95).

Por todos os motivos mencionados, é que, a visão do Delta não pode ser obstruída por nada e por ninguém.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Similaridade entre Templo Maçônico e o planeta Terra



 

É sabido que no nosso planeta Terra, para se determinar com exatidão um determinado ponto sobre sua superfície, utilizamos de um sistema de coordenadas geográficas denominadas Longitude e Latitude. E, importante, considera o planeta como se fosse uma esfera perfeita.

Assim, existe uma rede de círculos que passam pelos dois pólos do planeta (longitudinais – são os meridianos) e outra rede de círculos paralelos ao Equador (latitude). Assim, a partir dele, o Equador terrestre, contam-se as latitudes (paralelos), em graus, em direção aos pólos.

Nas posições equivalentes a 23° e 27' para o norte e para o sul, encontramos, respectivamente, o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.

O Templo Maçônico, que simbolicamente, é representação da Terra, também possui essas linhas. As duas Colunas Vestibulares, J e B, no REAA, marcam a passagem, ao Norte (à esquerda de quem entra) do Trópico de Câncer e ao sul (à direita de quem entra) do Trópico de Capricórnio.

A linha central, da porta em direção ao Trono, é a Linha do Equador.

É costume no Rito citado acima que um Irmão quando cruza, no Ocidente, a Linha do Equador, fazer uma leve saudação com a cabeça ao "Delta Sagrado", representação simbólica do GADU.

A saudação é feita ao GADU e não ao Venerável Mestre, ao contrário do que muitos Maçons pensam.

Ir:. Alfério de Giaimo Neto

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Estandartes e Heráldica



Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como "bandeira de guerra" e por extensão somente "bandeira".

Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato obedecendo a "Lei Aurea", ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que a altura, hasteada de modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.

Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou "Corpo Maçônico", juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos (ver Pílula Maçônica nº 12).

Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em regra por merecimento. É um "escudo de armas" e, por extensão, "divisa', "emblema".

No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, de um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do brasão.

No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É um excelente livro que denomina-se "Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito, do Grau 01 ao Grau 33", sendo a parte pictográfica de autoria do nosso atual Sapientíssimo Irmão Claudio Roque Buono Ferreira, com pequenos textos descritivos de autoria do Mestre Castellani. (Nota do autor do blog - EU TENHO ESSE LIVRO E ELE É EXCELENTE!)
 
Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Águia Bicéfala na Maçonaria


Antes que algum maçom venha supor que a "Águia Bicéfala" tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi chamado de "Santo Império Romano-Germânico" e o do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foi chamado de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a "Águia Bicéfala" como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa "Águia Bicéfala" foi adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de "Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente" e adotou a "Águia Bicéfala" como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema "escocês", conhecido como "Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente", ou, também conhecido como "Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém" criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de "Graus de Perfeição" e essa escala de 25 graus foi chamada de "Rito de Perfeição" ou "Rito de Héredom" foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.

Conforme Mestre Castellani, temos: "Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o "Supremo Conselho do Grau 33" que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se "Mother Council of the World". "Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa "Ordo ab Chao", o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador".

 
Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O Livro da Lei


 

De acordo com Alec Mellor, famoso escritor Maçônico francês, em "Dicionário da |Franco Maçonaria", a conduta adotada por certa Obediência constitui um critério que permite apreciar a regularidade ou a irregularidade de seus princípios.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, em 04 de setembro de 1929, lançou, e foi aprovado pela Franco Maçonaria universal, os "Princípios de Base" para o reconhecimento de regularidade de uma Grande Loja ou um Grande Oriente:

Art. 06: - As três grandes Luzes da Franco Maçonaria, o Livro da Lei Santa, o Esquadro e o Compasso, ficarão sempre expostos quando dos trabalhos da Loja.

A mais importante das três é o Livro da Lei Santa (The Volume of Sacred Law).

Nos países da Europa, da América, da Oceania, o L.L.S. usado é a Santa Bíblia, pois ela é o Livro Sagrado da grande maioria.

Segundo Mestre Castellani, a Bíblia só foi introduzida oficialmente nos trabalhos maçônicos, por George Payne, em 1740, como bajulação à Igreja Anglicana, e não a Católica, pois nessa época era a primeira que predominava na Inglaterra.

É sabido que o Livro da Lei, não é obrigatoriamente a Bíblia. Deve haver um Livro da Lei Sagrada que seja adotado por determinado povo com sua respectiva crença religiosa. Desse modo, poderá ser a Torá – Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – para os judeus. O Corão para os muçulmanos, ou o Rig Veda para os hinduístas, e assim por diante.

E, além disso tudo, ainda nos esclarece o Mestre Castellani, existem os Ritos chamados racionalistas, como o Rito Moderno ou Francês, por exemplo, que não usam nenhum Livro sagrado, mas, sim, o Livro da Lei Maçônica – a Constituição de Anderson, de 1723, em respeito à absoluta liberdade de consciência dos maçons, a qual não admite a imposição de padrões religiosos, pois as concepções metafísicas de cada um são de foro íntimo. Entretanto, tal atitude não permite o reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra, da Grande Loja ou Grande Oriente que a pratica.

Na Maçonaria Operativa não há duvidas que a Bíblia era usada nos juramentos da Ordem, devido a grande religiosidade reinante na época. Isso é citado em diversos Manuscritos, alguns deles transcritos no "Freemason´s Guide and Compendium" do Mestre Bernard Jones, do qual eu tenho a honra de possuir um exemplar na minha biblioteca.

O Livro Sagrado da Lei deve ser solenemente aberto e solenemente fechado no começo e no fim dos trabalhos. Sem a sua presença sobre o altar, estes não podem ser realizados, e a Loja não pode nem mesmo ser aberta.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 24 de julho de 2018

TABUA DE ESMERALDA

Tudo o que está aqui embaixo também está no alto;

também no alto está o que está embaixo,

pois tudo é obra de uma só coisa.

Todas as coisas vieram e vem de uma,

da qual tudo nasceu e à qual tudo se ajustou,

pois tudo se adaptou a ela, a Causa Ùnica.

O Pai de tudo, que é a realidade, que é o querer do universo,

Aqui está, com sua força total convertida em Terra.

Se quiserdes saber o segredo dessa força suprema,

deveis separar a terra do fogo,

o fino e sutil do espesso e grande,

Suavemente e com todo cuidado.

Sobe da terra ao céu e, dali, volte à terra,

para receber a força do que está em cima e

do que está embaixo.

Assim, receberás a luz de todo o mundo

e as trevas se afastarão de ti.

Esta é a força de todas as forças, que vencerá tudo o que é sutil,

como vencerá tudo quanto é grande,

e que penetrará em tudo o que é sólido e palpável.

Portanto, o mundo pequeno está feito,

à semelhança do mundo grande.

Assim e desse modo, ocorrerão mudanças prodigiosas.

Por isso me chamam Hermes Trimegisto,

Pois possuo as três partes da Sabedoria de todo o mundo.

Terminado está o que disse sobre a Obra do Sol.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Quem foi Leo Taxil ?



 

Qual era a ligação de Leo taxil com a Maçonaria, na Europa?

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria. Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.

De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros anti-maçônicos e durante esse período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades anti-maçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.

Além de seus livros anti-maçônicos, conseguiu ser  recebido em audiência solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil, era rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da  Igreja.

Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre assuntos anti-maçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados dos chefes da Igreja Católica.

Esse assunto foi questionado no Congresso anti-maçônico realizada em Trient em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo  de uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss Vaughan na Conferência.

Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxi! informou diante de um imenso,  que ele havia conseguido perpetrar o maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia  existido e que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da maneira mais flagrante.  Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia local.

De tempos em tempos, aparece livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele.

Na Maçonaria norte americana,  igrejas fundamentalistas encontram, nesses livros, material para suas campanhas..

Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e vale a pena ser lida em detalhes.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 3 de julho de 2018

O Olho Que Tudo Vê

O "Olho de Deus", também conhecido como o "Olho Que Tudo Vê" é um Símbolo mostrando um olho circundado por raios de luz e, normalmente, no centro de um triângulo eqüilátero.

Ele é comumente interpretado, na Maçonaria, como "Olho do Grande Arquiteto do Universo" mantendo uma vigilância sobre o comportamento da raça humana e, principalmente, dos Maçons.

Sua origem pode ser encontrada na antiga Mitologia Egípcia juntamente com o "Olho de Hórus". Este último, para os Egípcios, era o Símbolo do Poder e Proteção.

Na Maçonaria serve para lembrar a todos os maçons que o Grande Arquiteto do Universo sempre observa seus feitos e ações. Muitas vezes aparece dentro de um triangulo, o que é, talvez, uma referencia para a preferência Maçônica para o número "três" na numerologia. Algumas vezes, mas de raro modo, a letra "G", representando o Grande Arquiteto, substitui o olho.

Na literatura maçônica a primeira referencia parece ter sido feita por Thomas Smith Webb no "The Freemasons Monitor" onde cita algo semelhante a "pensamentos, palavras e ações, podem ser escondidos dos olhos do Homem, mas ao Olho que Tudo Vê nada pode ser escondido, pois penetra no fundo do coração do ser Humano, premiando ou punido conforme seus méritos".

Posteriormente, ficou bem conhecido quando apareceu como parte do simbolismo, no verso do Grande Selo dos Estados Unidos da América, acompanhado das palavras "annuit coeptis" (favorável aos nossos empreendimentos). Ele está posicionado em cima de uma pirâmide truncada

A anti-maçonaria, sempre alerta, alega que a origem do Grande Selo tenha sido na Maçonaria, idealizado por projetistas maçons. Hoje sabe-se que isso é uma tremenda bobagem, pois nenhum deles era Maçom.

Aparentemente, os comentários se acentuaram quando um professor da Harvard, Elliot Norton, em 1884, disse o verso da nota de "um dólar" lembrava, pela aparência, um emblema da fraternidade maçônica.

Na verdade, apesar da Maçonaria ter adotado esse Símbolo, o mesmo não é exclusivo da mesma. Ele aparece com freqüência na arte Cristã, nas Antigas Seitas, e foi muito usado durante o comportamento "deísta" no Renascimento.


Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

William Preston

Vamos descrever abaixo parte da vida maçônica do grande Maçom William Preston, descrita por outro grande escritor Maçom Alec Mellor, da França. É interessante para nosso conhecimento, pontos de vista de escritores não ingleses, como neste caso.

Nascido em Edimburgo em 1742, William Preston foi a Londres em 1760 e foi iniciado em 1763. A sua carreira maçônica foi fecunda e brilhante. Após vários veneralatos, foi colocado na cadeira do rei Salomão pela Loja Antiquity nº 1 (atualmente nº 2), que trabalhava sem carta, já que era "de tempos imemoriais" (situação que persiste até hoje).

No dia de São João de 1777, uma delegação dessa Loja, precedida por Preston, foi à Igreja Saint-Dunstan para nela assistir ao ofício, com os Irmãos com os seus aventais, condecorações e luvas, a igreja encontrando-se a pouca distancia e a delegação só tendo uma rua para atravessar. Depois voltou à Loja.

O incidente fez com que a Grande Loja condenasse Preston, em virtude da proibição tradicional às Lojas de se mostrarem assim publicamente sem a sua autorização. Preston invocou a titulo de privilégio o fato de que a sua Loja trabalhava "desde tempos imemoriais", opinião juridicamente insustentável, pois ela colocava a Loja na condição de Obediência autônoma.

Preston foi expulso da Maçonaria.

Seguiu-se um cisma, a Loja Antiquity nº 1 separando-se da Grande Loja e constituindo-se em um outro corpo, com o nome de Grand Lodge of England South of the River Trent (Grande Loja da Inglaterra do sul do Rio Trent) – ver Pílula Maçônica nº 56.

Em 1787, depois dos cismáticos terem dado as satisfações exigidas pela Grande Loja, esta reintegrou-os.

O nome de William Preston permanece ligado aos seus "Illustrations of Freemasonry" (Esclarecimentos sobre a Franco-Maçonaria), cuja primeira edição é de 1772. A obra teve dezessete edições, das quais doze durante a vida do autor, que morreu em 1818. Foi enterrado na catedral de São Paulo em Londres.

Os "Illustrations of Freemasonry" constituem uma coletânea de conferências eruditas e de alto valor literário para uso nas Lojas.

A Grande Loja da Inglaterra deve ainda a William Preston a fundação das famosas "Prestonian lectures", que, não obstante algumas interrupções, permanecem atuais até hoje, conferências em geral notáveis sobre assuntos de interesse maçônico..

A coletânea é publicada pela Loja Quatuor Coronati nº 2076 de Londres.

  

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Circulação em Loja



 

Referente à circulação em Loja, no R.E.A.A., praticada pelo Hospitaleiro (Tronco de Beneficência) e pelo Mestre de Cerimônias (Saco de Propostas e Informações) vamos esclarecer alguma coisa, com o texto que segue abaixo, baseado nos diversos artigos do Mestre José Castellani:

Primeiramente deve ser dito e elucidado que as "Três Luzes da Loja", como já dito, são o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante. Eles são também as "Dignidades" da Loja. O Orador e o Secretário são as outras "Dignidades" e os demais membros da Administração são os "Oficiais".

Igualmente deve ser dito que o Cobridor (interno e externo) pela importância da função, pois segundo a antiga tradição, cuida da segurança da Loja, esse cargo normalmente era ocupado pelo Past Máster mais antigo, devido a experiência adquirida.

Assim, levando em consideração o escrito acima, a circulação formal começa no Venerável Mestre, seguindo em direção ao Primeiro Vigilante e ao Segundo Vigilante.

Volta ao Oriente, com o Orador, o Secretário e posteriormente, com o Cobridor. Em seguida, todos os Mestres com assento no Oriente. Continuando, os Mestres no Ocidente, com assento na Coluna do Sul seguido dos Mestres com assento na Coluna do Norte. Depois os Companheiros e finalmente os Aprendizes..

Caso o Grão Mestre, ou seu Adjunto, estarem presentes em Loja, após o Venerável, o segundo contato, na circulação, é com eles.

Como foi dito, essa é a circulação formal nesse Rito, e foi baseada na tradição.

Devido ao fato de, aparentemente, os três primeiros contatos formarem um triangulo com o ápice para cima e os outros três contatos formarem um triangulo com o ápice para baixo, formando, de modo um tanto quanto forçado,  uma Estrela Hexagonal, as "corrente místicas" sugerem ser este o motivo dos seis primeiros movimentos da circulação em Loja.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A Importância do Maçom Aceito



 

Como já visto em artigo anterior (vide Pílula Maçônica Nº66), o termo "Aceito" aparece muitas vezes nos documentos atuais da Maçonaria Simbólica e, obviamente, é de total interesse dos Maçons.

Lá é mencionado, também, entre outras coisas, que os membros da "Companhia de Maçons de Londres" e da antiga "Companhia da Cidade" foram "aceitos na Ordem" e considerados e mantidos como Maçons nas Lojas. Após essa "Aceitação", homens se tornavam Maçons, conforme anotações na seção de procedimentos das citadas companhias. O primeiro deles, parece ter sido John Boswell (Lord Auchinleck), em Edimburgo, Escócia. Robert Murray (1641) e Elias Ashmole, por exemplo, também foram "Aceitos".

O Maçom Aceito do século XVII na Inglaterra, era essencialmente diferente de um membro operativo, e talvez até, mais importante. Nessas companhias de Maçons deveria ter, nessa época, maçons operativos, juntamente com os "aceitos", que eram  homens que nunca haviam tocado numa ferramenta de trabalho em toda sua vida. Eram aristocratas, cavalheiros, que foram admitidos devido seu patrimônio ou pela gentileza dos demais sócios. Mas, o Maçom Aceito era, originalmente, tanto em caráter, como para todos os propósitos práticos, um Maçom como qualquer outro.

Mestre Raimundo Rodrigues relata em "Cartilha do Mestre" – Editora Maçônica "A TROLHA" Ltda:

"os rosacrucianos, ao lado de nobres, religiosos, hermetistas, intelectuais, alquimistas, ingressando nas lojas da Escócia e Inglaterra, proporcionaram mudanças tais que fizeram com que a nova Maçonaria adquirisse normas e formas completamente diferentes de tudo aquilo que formava a Maçonaria Operativa, até pelos idos do século XVI.....aliás, a maçonaria adotou normas, princípios filosóficos não só dos rosacrucianos, mas de uma série de organizações, algumas mais antigas, como Steinmetzen, dos alemães, Guildas, Compagnonage, Templários, Essênios, etc. Sabe-se com absoluta certeza que a Ordem Maçônica formou todo seu arcabouço doutrinário por meio da adoção de todos aqueles sadios princípios abraçados por Instituições sérias, de grande conteúdo moral e ético."

Existem documentos e relatos que comprovam que, após a "Reforma Religiosa", houve uma escassez de obras, provocando a decadência dos Operativos.

Com a entrada dos "Aceitos", em crescente número de príncipes, lordes e homens de cultura, houve uma forte modificação nos hábitos e na maneira de agir dos Operativos.

Surgindo, em seguida, a Maçonaria Especulativa.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O Ritual na Maçonaria



 

Um "Ritual" é a forma de conduzir, com procedimentos e cerimoniais anteriormente estabelecidos, todas as cerimônias de um determinado Rito Maçônico.

Portanto, na Maçonaria, é o livro que contem as fórmulas e demais instruções necessárias para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos em geral. Cada grau tem o seu Ritual particular e também cada espécie de cerimônia, havendo Rituais de Iniciação, de Banquete, etc. A forma de abrir e fechar os Trabalhos, assume a forma de um diálogo com a repetição de certos fatos relativos à Ordem (Nicola Aslan – Grande Dicionário Enciclopédico – Ed. Trolha).

E por que se usa um Ritual na Maçonaria? Por que há uma forma fixada para abrir e fechar uma Loja? Por que não fazer isso tudo com um golpe do Malhete?

A Maçonaria usa o ritual pelo mesmo motivo que um ator usa o "script":  para estar seguro que cada Oficial da Loja saiba, na certeza, o que tem para falar e fazer, e, muito importante, o que os demais Oficiais falarão e farão.

O Ritual está enraizado na tradição da Maçonaria. A repetição dos acontecimentos e das "falas" está em linha com a Natureza – o surgimento e o pôr do Sol – o fluxo e refluxo das marés – as mudanças das estações do ano, etc.

As repetições nos dão a oportunidade de ver, mais e mais as belezas das nossas Cerimônias. É possível que, sem o uso do Ritual, a Maçonaria Simbólica, pararia de existir.

Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália, o Ritual é decorado, exigindo muito trabalho e força de vontade dos Oficiais da Loja. Com isso, apesar de exigir mais sacrifício, esse comportamento valoriza e dignifica um pouco mais as funções dos Oficiais.

A prática do uso do Ritual parece ser um instinto profundo enraizado na natureza humana. Desse modo, o Ritual está presente nas cerimônias religiosas, nas preces, e em outras cerimônias com as quais estamos acostumados no nosso dia-a dia, incluindo: Batismo, Casamento, Funeral, Júri e muitas outras.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Maçom Aceito


 

O termo "Aceito" aparece muitas vezes nos documentos atuais da Maçonaria Simbólica e, obviamente, é de total interesse dos maçons.

Membros da "Companhia de Maçons de Londres" e da antiga "Companhia da Cidade" foram "aceitos na Ordem" e considerados e mantidos como Maçons nas Lojas. Após essa "Aceitação", homens se tornavam Maçons, conforme anotações na seção de procedimentos das citadas companhias. Elias Ashmole, por exemplo, foi um dos "Aceitos".

O Maçom Aceito do século XVII na Inglaterra, era essencialmente diferente de um membro operativo, e talvez até, mais importante. Nessas companhias de Maçons deveria ter, nessa época, maçons operativos, juntamente com os "aceitos", que eram  homens que nunca haviam tocado numa ferramenta de trabalho em toda sua vida. Eram aristocratas, cavalheiros, que foram admitidos devido seu patrimônio ou pela gentileza dos demais sócios. Mas, o Maçom Aceito era, originalmente, tanto em caráter, como para todos os propósitos práticos, um Maçom como qualquer outro.

Dessa pratica em uso, cresceu ao longo do tempo, o uso das palavras "Aceito" ou "Adotado" para indicar um homem que tinha sido admitido dentro da irmandade dos maçons simbólicos. Existem poucas referencias históricas, entretanto, não há nenhuma duvida que os maçons, mais geralmente conhecidos como Maçons Aceitos, foram se tornando bem conhecidos  no ultimo quarto do século XVII.

Nas Lojas da Maçonaria Escocesa Operativa era comum o uso do termo "Admitido" entre os seus membros.. Aliás, na pequena nobreza e nas famílias conceituadas, também era comum o uso desse termo.

 

Livre e Aceito.

 

Apesar do termo "Maçom" estar em uso nos dias da idade média e candidatos serem "aceitos" na Francomaçonaria, na metade do século XVII, a primeira vez que apareceu a frase "Maçom Livre e Aceito" foi em 1722, cinco anos após a Primeira Grande Loja ter sido fundada. Isso ocorreu no título de um panfleto, que hoje é conhecido como "Roberts´ Pamphlet", imprimido em Londres em 1722. O título era: "As Antigas Constituições pertencentes a Antiga e Respeitável Sociedade dos Maçons Livres e Aceitos ". Oficialmente, a frase foi usada pelo Dr.Anderson na segunda edição das Constituições em 1738 e ao longo do tempo, foi adotada pelas Grandes Lojas da Irlanda, Escócia e grande numero das Grandes Lojas dos EUA.

A teoria admitida é que as duas palavras entraram em conjunção para um objetivo comum, pois muitas antigas Lojas tinham entre seus membros, "Maçons Aceitos" e outros que eles chamavam de "Freemasons – Maçons Livres".

Isso, tanto na Maçonaria Operativa, como na Especulativa. Então, foi razoável aceitar o termo "livre e aceito" para cobrir os dois grupos que se expandiam rapidamente e que estavam em fusão.

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Trolhar e Telhar



 

É interessante, na Maçonaria, como certas coisas realizadas, praticadas, ou palavras ditas ou interpretadas erradamente por Veneráveis Mestres, se espalham numa velocidade vertiginosa e tendem a se tornarem verídicas. Desse modo, é muito comum, Veneráveis e Vigilantes saudarem Obreiros, cruzando o Malhete no peito. Ou então, em Lojas no R.:E.:A.:A.:, o Mestre de Cerimônia andar em esquadria, parecendo "robot", devido "achismo" do Venerável que confundiu os Ritos.

Nesta Pílula, vamos aprofundar nosso estudo nas palavras TELHAR e TROLHAR, que tendo significados, na Maçonaria, totalmente diferentes, na maioria das vezes, são ditas uma substituindo a outra, como se fossem iguais.

Nos Dicionários, temos que o substantivo "trolha" é definido como uma "colher de pedreiro", que é usada para colocar e/ou alisar a argamassa que está sendo usada. É utilizada para estender a argamassa e cobrir todas as irregularidades, fazendo que o edifício construído fique parecido como se formado por um único bloco.

O substantivo "telha" é definido como peça, geralmente de barro cozido, usada na cobertura de edifícios. A palavra telha vem do latim: "tegula". Daí temos "telha" em português; "tuille" em francês; "tyle" em inglês. Temos em inglês, "tyler" como cobridor. Temos em francês, "tuileur" como cobridor. Em português, apesar de existir a palavra "telhador" o mais comum foi não usar a raiz da palavra e ficou "cobridor", denominação para  aquele que coloca telhas, cobre, oculta, protege uma área de um edifício.

Entretanto, na Maçonaria, os verbos derivados dessas duas palavras, têm os significados dados abaixo.

Trolhar: é esquecer as injúrias, as desavenças entre os Irmãos. É perdoar um agravo, dissimular um ressentimento, perdoar uma falta de outro Obreiro. É reforçar os sentimentos de fraternidade, de bondade e de afeto, que unem todos os membros da família maçônica. Esses sentimentos devem ser contínuos, sem falhas, sem asperezas e sem rugosidades.. Se isso ocorre em uma Loja, o Venerável Mestre deve se inteirar do que está ocorrendo e "trolhar" os envolvidos. Por isso que, na Inglaterra, o Símbolo com o formato de uma "colher de pedreiro" é usada pelos Mestres Instalados.

Telhar: é verificar, através de perguntas, se uma pessoa é realmente Maçom e se está no Grau requerido. Ou para verificar se um Maçom está inteirado de conhecimentos num determinado Grau. Visitantes são "telhados" pelo Cobridor, com essa finalidade. Cobrir o Templo é protegê-lo de tal forma que, pessoas que estão fora não saibam o que está ocorrendo dentro dele. É um erro crasso pedir aos Aprendizes, ou Companheiros, ou Mestres, cobrirem o templo temporariamente, em Colação de Grau ou Instalação. O Templo é que será coberto para eles. Ou seja, eles não saberão o que ocorrerá dentro desse Templo, num determinado período de tempo.

Quem cobre o Templo é o Cobridor Externo, não o Aprendiz ou o Companheiro ou o Mestre.

 

 

Fernando Túllio Colacioppo Sobrinho   e

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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