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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A Espada Flamejante



 

A espada, é um aparato de ataque e defesa, podemos chamá-la assim, formado por uma haste longa e empunhadura, com ou sem guardas para proteção da mão. É feita normalmente de aço. É mais longa do que a "adaga", que por sua vez é mais longa do que o punhal e pode ser classificada, de um modo simples, em dois tipos: com lâmina comprida, pontiaguda e com dois gumes cortantes; ou somente uma haste redonda comprida e pontiaguda.

Normalmente, para ser guardada e protegida, é colocada dentro de uma bainha simples, que é um estojo versátil e leve, preso à cintura. É uma arma branca, usada desde os primórdios das civilizações guerreiras, como os Vikings, por exemplo; ou nas invasões turcas do século XVI, ou na forma de "cimitarra"; ou pelos Romanos nas suas conquistas e, até bem pouco tempo, nas últimas guerras na luta "corpo a corpo". Atualmente, constituem distintivos dos oficiais das Forças Armadas e Policiais Militares. São usadas em solenidades e formatura como símbolo de honra e dignidade.

A Espada Flamejante ou Flamígera ( ver pílula nº 141) é diferente de tudo que está acima mencionado. Ela não está descrita em nenhum livro, exceto a Bíblia, que não seja aquele que relate as coisas pertencentes à Ordem Maçônica . Sua lâmina não é retilínea, mas ondulada, assemelhando-se à labaredas de fogo.

Conforme pode ser lido no Livro Sagrado, a Bíblia, ela foi empunhado pelos Anjos do Senhor, Guardiões da Porta do Paraíso Terrestre, como verdadeira Espada de Fogo: "E expulsou-os; e colocou, no oriente do Jardim do Éden, querubins armados de espadas flamejantes, para guardar o caminho da Árvore da Vida  " (Gen.3:24).

Até onde se sabe, os historiadores não têm, além dessa informação obtida na Bíblia, descrita acima, outras informações que esclareçam a origem dessa arma, de formato tão peculiar. A Maçonaria Simbólica adotou-a, pois representa, sem dúvida, a emancipação da força, de proteção, de defesa e de ação. Tem significados tremendamente profundos na Simbologia Maçônica, sendo talvez, o principal deles, a arma a ser usada na luta eterna  da dualidade entre o "Bem" e o "Mal".

Semelhante aos "Anjos do Senhor" na Porta do Paraíso, é usada simbolicamente pelos Irmãos Cobridores, Externo e Interno, na Porta do Templo para "telhar" os IIr.: retardatários ao início da Sessão Maçônica e, "cobrir" o Templo aos profanos, simbolizando a autoridade da Ordem Maçônica em seus domínios.

Simboliza também o poder possuído pelo Venerável Mestre de Iniciar novos Aprendizes, Elevar novos Companheiros e Exaltar novos Mestres. O Venerável Mestre é a autoridade máxima da Loja, e deve ser o mais correto de todos os Irmãos. Esta retidão exemplar é simbolizada pelo "Esquadro" e a autoridade máxima é simbolizada pela Espada Flamejante.

Ampliando os limites de nossa mente, podemos afirmar que a Espada Flamejante, quando empunhada pelo Venerável Mestre, sem dúvida alguma, é a representação da força, do poder, da magia e do encanto da Maçonaria Universal, espalhada por todo canto da Terra. Essa mesma Maçonaria que tem aperfeiçoado os homens pelo Amor, pelo Caráter e pela Tolerância.

Ampliando nossos pensamentos mais ainda, podemos concluir que, devido à semelhança com os raios esplendorosos de uma tempestade, controlados pelo Grande Arquiteto, a Espada Flamejante, é o emblema da Justiça do Supremo, lembrando a Humanidade, em toda a sua gama de conhecimentos, que acima de qualquer um deles, por mais poderoso que se considere, está a Justiça Divina, separando o joio do trigo, os bons dos maus...

(este artigo foi escrito em 1998, um dos primeiros quando era ainda Aprendiz)

 

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O tamanho das nossas bagagens de moto refletem nossos medos



Recebi, achei tão pertinente que reproduzo abaixo, citando o autor.

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O perigo de uma viagem de moto está nas malas, nos baús e bolsas que levamos. Elas podem nos impedir de apreciar a beleza que nos espera.
Já experimentei na carne a verdade dessas palavras, mas aprendi. Minhas malas eram sempre superiores às minhas necessidades, e por isso minhas partidas e chegadas eram mais penosas do que deveriam. 

Andei pensando sobre as malas que levamos em nossas viagens de motocicleta. Elas são expressões de nossos medos, elas representam nossas inseguranças.

Olho para um motociclista que passa com suas imensas bagagens atreladas e fico curioso em saber o que há dentro delas. Tudo o que se leva, está diretamente ligado ao medo de necessitar. O fato é que essa bagagem toda representa nossa insegurança, digo por mim.

No início de minhas viagens de motocicleta, levava comigo a pretensão de deslocar o meu mundo, tinha medo do que iria enfrentar, isso, quando ainda não existiam malas laterais, top case, bolsa de tanque, etc., a bagagem viajava em bolsas improvisadas amarradas ao bagageiro, envoltas em lona de caminhão. 

Eu queria fazer caber no exíguo espaço a totalidade dos meus significados. A justificativa é racional, pois corresponde às regras do bom senso, preocupações naturais de quem não gosta de passar privações.

Nós nos justificamos: posso precisar disso, posso precisar daquilo... Olhava ao meu redor e via que as coisas que pretendia levar não poderiam ser levadas. Às vezes durante uma longa viagem de moto me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que um terço do que levei não me serviu para nada. 

Partir é experiência inevitável de sofrer ausência, nisso mora o encanto da viagem de moto. Viajar de moto é descobrir um mundo que não temos, é o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence, visto sobre duas rodas. A partida nos abre os olhos para o que deixamos - bom é partir, melhor é voltar. 

A distância nos permite mensurar os espaços deixados, por isso, partidas para longas viagens e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que nos é essencial. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com o desejo de amar ainda mais o meu espaço.

A vida e as viagens seguem as mesmas regras, os excessos nos pesam e nos tiram a vontade de viver, por isso é necessário partir, sair na direção da realidade. Não carregue seus pesos, eles não lhe permitirão adentrar o território alheio, nem enxergar de um jeito novo o território que é seu.

Boas partidas e chegadas a todos!!!

Autor: Otavio Araujo, motociclista há mais de 50 anos. Administrador e empresário da construção civil

Joaquim Gonçalves Lêdo



 

Brethren, tenho pesquisado sobre diversos Maçons brasileiros e, o maior deles ao meu ver, foi Joaquim Gonçalves Ledo. Por coincidência, nestes dias, achei um artigo do Mestre Castellani com a biografia maçônica dele, que transcrevo, condensada, abaixo.

Nascido no Rio de Janeiro (1781-1846) foi, talvez, peça principal no movimento de  emancipação brasileira, juntamente com José Bonifácio de Andrada e Silva.

Tendo iniciado curso de Medicina em Coimbra, Lêdo não chegou a concluí-lo e, ao retornar ao Brasil, empregou-se como escriturário na contadoria dos Arsenais Reais do Exército. Colocar-se-ia depois, destemidamente, à frente do movimento emancipador brasileiro, lutando desabridamente pela Independência do Brasil e fazendo, da Maçonaria, o centro incrementador das idéias de liberdade. A 15 de setembro de 1821 fundava, com o Cônego Januário da Cunha Barbosa, também Maçom, o "Revérbero Constitucional Fluminense", jornal que teve extraordinária influência no movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade.

Trabalhou pela reinstalação da Loja "Comércio e Artes", em 1821. A 13 de maio de 1822, por ordem do grupo de Lêdo, através da proposta de Domingos Alves Branco Muniz Barretto, o Príncipe D. Pedro recebia o título de Defensor Perpétuo do Brasil.

Já o "Fico", de 09 de janeiro de 1822, foi obra exclusiva da Maçonaria, através de Clemente Pereira, José Joaquim da Rocha, Lêdo e José Bonifácio.

Ledo foi um dos fundadores do Grande Oriente Brasílico, a 17 de junho de 1822, ocupando o cargo de Primeiro Vigilante e tendo, como Grão Mestre, José Bonifácio. Foi sob sua influência que o Grão Mestrado do Grande Oriente foi entregue a D.Pedro, ao final de setembro (empossado a 04 de outubro), num golpe de Estado maçônico, já que José Bonifácio não fora destituído.

Havia grande rivalidade, na época, entre os grupos de Lêdo, que queria a independência com rompimento total com Portugal, e o grupo de Bonifácio, que queria a independência dentro de uma comunidade brasílico-lusa. Devido a essa rivalidade dos dois grupos que aspiravam graças do Príncipe, um grupo procurava desestabilizar o outro. José Bonifácio, que era o todo poderoso ministro da regência, instalado no poder, conseguiu abrir um processo contra o grupo rival, a 30 de outubro de 1822, cinco dias depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico, por ordem de D. Pedro, que assumira o Grão Mestrado a 04 de outubro. Nessa ocasião, Lêdo teve que fugir, para não ser preso e deportado, como Januário, Clemente e Domingos Alves Branco.

Com a queda dos Andradas, em julho de 1823, ele voltou ao Brasil, assumindo a cadeira de deputado, para o qual havia sido eleito em 1822. Viria ainda, a participar da reinstalação do Grande Oriente, em 1831 e permaneceu na Câmara até 1834, afastando-se, depois, de tudo e vindo a falecer a 19 de maio de 1847.

 

Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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