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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Maçonaria e Religião

A Maçonaria, dita Especulativa, redigiu as famosas "Constituições" em
1723, tendo como principais mentores o Reverendo Anderson, que era
pastor protestante e "Doutor em Divindade" e o teólogo da época, Jean
Theophile Desaguiliers, que era Capelão do Príncipe de Gales.

É interessante de se notar que a Maçonaria Operativa cresceu e
prosperou sob o patrocínio e controle da Igreja Católica Romana e os
dois Maçons acima descritos, apesar de possuírem pensamentos
teológicos definidos, exigiram que a Maçonaria tivesse somente "um
princípio Criador", que denomina "Grande Arquiteto do Universo", sem
nada acrescentarem sobre reencarnação, ressurreição, inferno, paraíso,
etc, etc, etc.

Nosso Mestre Eleutério Nicolau da Conceição, no seu livro "Maçonaria",
pg 88, nos explica:

"a razão é simples: a nova instituição que estava sendo moldada a
partir da antiga guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental
a fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas,
filosóficas ou religiosas. Se optassem por uma das definições
teológicas já existente na época, estariam filiando a Maçonaria à
instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam
todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma
nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova
religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as
outras. Como nos ensina o Landmark 21 (Mackey), a Maçonaria jamais
pretendeu ser uma religião, ou favorecer qualquer daquelas já
existentes. Simplesmente deixa a seus membros a decisão de escolherem
o caminho religioso que mais lhe agradar. O princípio de proibir
discussão de religião e política dentro dos trabalhos de Loja deve-se
à necessidade de evitar confronto de idéias, que pela sua natureza
envolvente venham a suscitar animosidades que acabem por prejudicar a
harmonia e fraternidade das reuniões, porquanto questões religiosas e
políticas tem sido historicamente motivadoras de sangrentos conflitos,
às vezes entre pessoas de uma mesma nação. Assim, enquanto não se
alinha com qualquer das religiões já existentes, a Maçonaria também
não deseja apresentar-se como sendo uma possível substituta. Não
existe no pensamento maçônico a pretensão de apresentar a instituição
como detentora de verdades mais amplas, superiores e profundas do que
aquelas das religiões, sendo portanto, desprovido de significado
falar-se de "Deus maçônico", ou de "conceito maçônico de Deus".

Contudo, mesmo sem desenvolver qualquer teologia, os landmarks
estabelecem a importância fundamental de estar o Maçom vinculado a uma
religião que admita um princípio criador, cuja caracterização,
entretanto, é função dessas religiões, não da Maçonaria."





Portanto, aos fanáticos religiosos, e a todos aqueles que acham que
"Maçonaria" é a palavra mágica que resolve todos os problemas do
mundo, fique claro que a Maçonaria, em termos de religiosidade tem
suas normas bem definidas, conforme explicado acima.



Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A letra “G” na maçonaria

Muitas das informações abaixo relatadas foram tiradas da Coil´s
Masonic Encyclopedia.

A letra "G" é um símbolo bem conhecido na Francomaçonaria, apesar de
não ser muito antigo. A época em que foi adotado é desconhecida, mas,
provavelmente, não foi muito antes do meio do século XVIII.

Não derivou das Constituições Góticas nem das Old Charges ou de
qualquer outro manuscrito do tempo dos Maçons Operativos. Não foi
mencionada em nenhum ritual antigo, anterior ao de Samuel Prichard – A
Maçonaria Dissecada – de 1730. Assim mesmo, nesse último, o seu
significado não estava totalmente desenvolvido. Esse foi o primeiro
Ritual exposto que dividia os trabalhos da Maçonaria em três Graus:
Aprendiz, Companheiro e Mestre.

É surpreendente que somente depois de 1850, aproximadamente, que a
letra "G" começou aparecer no meio do Compasso e do Esquadro
entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou
emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum
criativo joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.

Anteriormente a essa data, sempre eram vistos a letra "G" num lugar e
o Compasso e Esquadro em outro. Se refletirmos um pouco sobre esse
"ajuntamento", algo nos alertará que isso é uma incongruência, pois o
lugar da letra "G" é suspensa, acima do 2º Vigilante (REAA) no
Ocidente e o Compasso e o Esquadro estão sempre no Oriente. Além de
que, os últimos mencionados são "Grandes Luzes" e a letra "G" não é.

Percebe-se que o significado do símbolo não é esotérico, pois o mesmo
é exposto em lugares público nos Templos, fazendo parte da decoração
dos mesmos.

Alguns pesquisadores acham que a letra "G", nos locais onde a língua é
de origem inglesa ou mesmo grega, simboliza Deus (God). Creio que o
mesmo não se aplica em locais onde a língua é de origem latina.

Mackey em sua "Enciclopédia" nos esclarece o que segue:

"Não há dúvidas que a letra G é um símbolo moderno, não pertencendo a
nenhum antigo sistema de origem inglesa. É, de fato, uma corruptela de
um antigo símbolo Cabalístico Hebreu, a letra "yod", pela qual o
sagrado nome de Deus – na verdade o mais sagrado nome, o Tetragramaton
– é expresso. Esta letra "yod" é a letra inicial da palavra "Jehovah"
, e é constantemente encontrada entre os escritos Hebreus, como a
abreviação ou símbolo do mais santo nome, o qual, sem a menor dúvida,
não pode nunca ser escrito por inteiro.

Primeiramente adotada pelo Cerimonial Inglês e, sem mudanças, foi
transferida para a Maçonaria do Continente e pode ser achada como
símbolo nos Sistemas Maçônicos da Alemanha, França, Espanha, Itália,
Portugal, e em todos os outros paises onde a Maçonaria foi
introduzida."

Muitas vezes nos vem em mente a pergunta: por que a letra "G" só
aparece no Segundo Grau?

A resposta é relativamente simples. É aceitação geral que o
significado da letra "G" é "Geometria". O Segundo Grau, de
Companheiro, relaciona-se com os mistérios da Natureza e da Ciência,
sendo aí o lugar correto para a Geometria.

E a título de informação, sabe-se que o Segundo Grau foi
consideravelmente modificado entre 1730 e 1813 para trazer mais
harmonia entre o Primeiro e o Terceiro Grau.



Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.

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