A Maçonaria, dita Especulativa, redigiu as famosas "Constituições" em
1723, tendo como principais mentores o Reverendo Anderson, que era
pastor protestante e "Doutor em Divindade" e o teólogo da época, Jean
Theophile Desaguiliers, que era Capelão do Príncipe de Gales.
É interessante de se notar que a Maçonaria Operativa cresceu e
prosperou sob o patrocínio e controle da Igreja Católica Romana e os
dois Maçons acima descritos, apesar de possuírem pensamentos
teológicos definidos, exigiram que a Maçonaria tivesse somente "um
princípio Criador", que denomina "Grande Arquiteto do Universo", sem
nada acrescentarem sobre reencarnação, ressurreição, inferno, paraíso,
etc, etc, etc.
Nosso Mestre Eleutério Nicolau da Conceição, no seu livro "Maçonaria",
pg 88, nos explica:
"a razão é simples: a nova instituição que estava sendo moldada a
partir da antiga guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental
a fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas,
filosóficas ou religiosas. Se optassem por uma das definições
teológicas já existente na época, estariam filiando a Maçonaria à
instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam
todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma
nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova
religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as
outras. Como nos ensina o Landmark 21 (Mackey), a Maçonaria jamais
pretendeu ser uma religião, ou favorecer qualquer daquelas já
existentes. Simplesmente deixa a seus membros a decisão de escolherem
o caminho religioso que mais lhe agradar. O princípio de proibir
discussão de religião e política dentro dos trabalhos de Loja deve-se
à necessidade de evitar confronto de idéias, que pela sua natureza
envolvente venham a suscitar animosidades que acabem por prejudicar a
harmonia e fraternidade das reuniões, porquanto questões religiosas e
políticas tem sido historicamente motivadoras de sangrentos conflitos,
às vezes entre pessoas de uma mesma nação. Assim, enquanto não se
alinha com qualquer das religiões já existentes, a Maçonaria também
não deseja apresentar-se como sendo uma possível substituta. Não
existe no pensamento maçônico a pretensão de apresentar a instituição
como detentora de verdades mais amplas, superiores e profundas do que
aquelas das religiões, sendo portanto, desprovido de significado
falar-se de "Deus maçônico", ou de "conceito maçônico de Deus".
Contudo, mesmo sem desenvolver qualquer teologia, os landmarks
estabelecem a importância fundamental de estar o Maçom vinculado a uma
religião que admita um princípio criador, cuja caracterização,
entretanto, é função dessas religiões, não da Maçonaria."
Portanto, aos fanáticos religiosos, e a todos aqueles que acham que
"Maçonaria" é a palavra mágica que resolve todos os problemas do
mundo, fique claro que a Maçonaria, em termos de religiosidade tem
suas normas bem definidas, conforme explicado acima.
Ir.'. Alfério Di Giaimo Neto.
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