Guerra do Vietnã
20 de novembro de 2011 | 8h 03
AE - Agência Estado
O aumento da frota de motos em circulação no Brasil se tornou
responsável por uma das piores epidemias que o País já enfrentou.
Foram 65 mil mortes em acidentes com motocicleta nos últimos dez anos
- número equivalente ao total de americanos mortos na
Guerra do Vietnã.
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Desde 2007, moto mata mais que carro
E não é nas grandes metrópoles litorâneas ou do Sudeste que as mortes
têm maior peso nas estatísticas. São as pequenas cidades do interior,
especialmente do Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País, que
concentram as maiores taxas de mortalidade por quantidade de motos ou
motonetas em circulação - em municípios como São Gonçalo do Piauí
(PI), Ribeirãozinho (MT) e Aurora do Tocantins (TO).
Em números absolutos, as mortes em cada uma dessas cidades podem não
impressionar. São duas, três, dez por ano. Por isso, não provocam
tanto barulho. Mas, quando somadas, configuram uma epidemia só
comparável à provocada pelos assassinatos. E as vítimas têm o mesmo
perfil: jovens de 20 a 29 anos, do sexo masculino e de baixa renda.
Nessa faixa etária, nem câncer nem enfarte nem nenhuma outra doença
mata mais do que as motos.
Só as armas de fogo.
Entre as capitais, São Paulo ocupa apenas o 13.º lugar no ranking da
mortalidade envolvendo motociclistas. O Rio fica em 15.º. A campeã,
com uma taxa três vezes maior, é Boa Vista (RR), seguida de perto por
Palmas (TO).
O Ministério da Saúde se diz preocupado com o crescimento das mortes,
mas há poucos programas de abrangência nacional em curso para combater
a epidemia.
O aumento das mortes está diretamente ligado ao avanço da frota sobre
duas rodas que, de 2000 a 2010, cresceu quatro vezes de tamanho. É
exatamente a mesma taxa de crescimento do número de mortes. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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