Fiquei sabendo ontem de mais uma maldade humana. Estive na Bósnia em 2014,e ela ainda estava se recuperando da Guerra das Balcãs, ocorrida de 1990 a 1995. Na Bósnia a Guerra foi pior de 1992 a 1996, depois que a Bósnia, seguindo a Croácia, declarou a independência da antiga Yugoslávia, e o exército yugoslavo (na sua maioria sérvio, vindo da capital Belgrado), interveio, tentando manter as repúblicas unidas..
Toda guerra é triste, com desvios de caráter dos dois lados, mas o que tomei conhecimento, beira filme de ficção.
Organizavam-se Safáris Humanos, que davam a oportunidade de ricaços de pagarem ao Exército e Milícias Sérvios o direito de ser sniper (atirador de precisão) por um fim de semana nas colinas de Sarajevo, a capital da Bósnia.
A excursão começava na sexta feira e acabava no domingo. O preço variava conforme o lugar e os civis abatidos. E depois o cidadão voltava para sua vida normal.
Estive lá, a cidade é linda, cercada de colinas - daí os snipers operavam, atirando em civis(!) em uma Avenida principal, a Zmaja od Bosne (Dragão da Bósnia), que acabaram chamado de Avenida dos Snipers.
Vi diversas placas avisando: "Pazi Snajper" (Perigo, Sniper) nessa avenida que liga o Centro Histórico ao Aeroporto. E as pessoas precisavam circular nela para viver na cidade sitiada pelo exército sérvio.
Uma vergonha para quem vendeu os "pacotes" e para quem comprou! Que queimem no inferno!
Triste ato diabólico dos humanos que assim o fizeram. Triste! Fiquei muito chateado com essa notícia, ainda mais porque estive lá e envolve etnias ligadas à minha.
Eu chorei. Chorei de verdade.
"Não havia motivação política ou religiosa. Eles eram pessoas ricas que foram até lá por diversão e satisfação pessoal. Estamos nos referindo a pessoas que amam armas com habilidade em atirar a distância ou em safáris na África."
Ezio Gavazzeni, autor da denúncia, em entrevista ao jornal britânico The Guardian
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