Other stuff ->

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Safári humano na Bósnia

Fiquei sabendo ontem de mais uma maldade humana. Estive na Bósnia em 2014,e ela ainda estava se recuperando da Guerra das Balcãs, ocorrida de 1990 a 1995. Na Bósnia a Guerra foi pior de 1992 a 1996, depois que a Bósnia, seguindo a Croácia, declarou a independência da antiga Yugoslávia, e o exército yugoslavo (na sua maioria sérvio, vindo da capital Belgrado), interveio, tentando manter as repúblicas unidas..

Toda guerra é triste, com desvios de caráter dos dois lados, mas o que tomei conhecimento, beira filme de ficção.

Organizavam-se Safáris Humanos, que davam a oportunidade de ricaços de pagarem ao Exército e Milícias Sérvios o direito de ser sniper (atirador de precisão) por um fim de semana nas colinas de Sarajevo, a capital da Bósnia.

A excursão começava na sexta feira e acabava no domingo. O preço variava conforme o lugar e os civis abatidos. E depois o cidadão voltava para sua vida normal.

Estive lá, a cidade é linda, cercada de colinas - daí os snipers operavam, atirando em civis(!) em uma Avenida principal, a Zmaja od Bosne (Dragão da Bósnia), que acabaram chamado de Avenida dos Snipers. 

Vi diversas placas avisando: "Pazi  Snajper" (Perigo, Sniper) nessa avenida que liga o Centro Histórico ao Aeroporto. E as pessoas precisavam circular nela para viver na cidade sitiada pelo exército sérvio.


A justiça italiana está investigando esses safáris, que supostamente partiam de Triste, na Itália, passavam por Belgrado e se dirigiam às colinas de Sarajevo. 

Uma vergonha para quem vendeu os "pacotes" e para quem comprou! Que queimem no inferno!

Triste ato diabólico dos humanos que assim o fizeram. Triste! Fiquei muito chateado com essa notícia, ainda mais porque estive lá e envolve etnias ligadas à minha.

Eu chorei. Chorei de verdade.

"Não havia motivação política ou religiosa. Eles eram pessoas ricas que foram até lá por diversão e satisfação pessoal. Estamos nos referindo a pessoas que amam armas com habilidade em atirar a distância ou em safáris na África."
Ezio Gavazzeni, autor da denúncia, em entrevista ao jornal britânico The Guardian






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate it!