O elemento mitológico "Fênix" e o símbolo esotérico "Ouroboros"
O "mito", em geral, é uma narração que descreve e retrata em linguagem
simbólica a origem dos elementos e postulados básicos de uma cultura.
É um fenômeno cultural complexo e que pode ser encarado de vários
pontos de vista. Como os mitos se referem a um tempo e lugar
extraordinários, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têm sido
considerados com aspectos de religião.
A Maçonaria, entre outros, refere-se com freqüência, a um mito e a um
símbolo, que descreveremos a seguir:
"Fênix" – ave lendária na região da Arábia, era consumida pelo fogo a
cada período de tempo, e a mesma Fênix, nova e jovem, surgia de suas
próprias cinzas. Deste modo, quando sentia próximo o seu fim, ela
juntava em seu ninho, madeira bem seca e palha, que exposto aos raios
solares se incendiava e, juntamente com a ave, ardia em chamas.
Confiante e a espera da própria ressurreição, pois o fogo que a
consumia não lograva matá-la, surgia do resíduo da combustão de seus
ossos, uma larva, cujo crescimento ocasionava o aparecimento,
novamente, da própria Fênix. Assim, a Fênix é o símbolo da
imortalidade de nossa alma e da materialidade de nossos corpos. Fixa a
idéia de que o "corpo" se reduz a cinzas, enquanto que a "alma" é
eterna.
Há quem vê nesse mito, o caráter cíclico dos acontecimentos, mas
existe um símbolo esotérico, mais apropriado para essa interpretação,
que é o que descrevo a seguir:
"Esoterismo", vocábulo arcaico grego, referia-se aos ensinamentos
reservados, normalmente obras de grandes filósofos, sobre a origem do
mundo, nossa origem e nosso fim, transformando-se em verdadeiros
tratados, dados a pessoas preparadas, ou em preparação, com condições
de absorve-los, conhecidos como "adeptos" ou "iniciados". É o oposto
de "Exoterismo", que referia-se ao conhecimento comum, transmitido ao
público, em geral.
"Ouroboros" – importantíssimo símbolo esotérico, de origem muito
antiga, representada pela serpente que morde a própria cauda, nos dá a
entender o caráter cíclico de todas as coisas. Significando que, como
afirmava Ir\Castellani, "todo começo contém em si o fim e todo fim
contém em si o começo". É o símbolo do tempo e a continuidade da vida.
Os "ciclos" se completam, e conforme os ocultistas, os retornos
promovem a renovação perpétua. Deste modo, como nos dizia o Ir\Varoli
Filho "É possível que tudo o que existe já tenha existido". O
"Eclesiastes" já proclamou que não há nada de novo sob o sol.
Escavações arqueológicas, descobertas de áreas semelhantes a campos de
aviação, mapas antigos como os do almirante turco Piri Reis, revelando
verdades surpreendentes, nos faz crer, que um ciclo semelhante ao
nosso tempo atual, nos precedeu. O Universo está em expansão. Tudo nos
leva a crer (não existe confirmação, só hipótese) que após ela, o
Universo irá se contrair. E depois? Provavelmente, novo "Big Bang" e
nova expansão!
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
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