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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

COWAN GOTEIRA

COWAN - (GOTEIRA)

"COWAN" é uma palavra desconhecida para uma boa parte da população
maçônica, principalmente da nossa região. "Goteira", porém, muda um
pouco de figura, sendo um termo nosso conhecido e o personagem
considerado perigoso entre os Maçons.

Na Inglaterra também tem o significado de Goteira e de Profano; porém
o termo Covan não figurou na maçonaria Inglesa até ser introduzido
como que oficialmente, pelo Escocês Dr. James Anderson, em seu segundo
"Livro das Constituições", em 1738 (quando da sua reforma).

Se derivado do Grego o termo Cowan significa "CÃO" – devido aos
curiosos e asquerosos hábitos daquele animal. Queriam eles dizer que
cães e porcos estão sempre associados à sujeira.

Um dicionário de linguagem francesa, de Jeiniesom, diz que Cowan é
derivado da palavra francesa "COION" (um companheiro covarde) um
(miserável covarde), sendo para alguns escritores um disparate, esta
colocação.

As pesquisas dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, apontam como
"Covan", um maçom que construía "muro seco" – isto é, muros ou paredes
sem o uso de cimento ou argamassa.

Entendemos que os Maçons da época queriam dizer que aqueles homens (os
Covans) não tinham o principal elemento cultural para ligar,
convenientemente (com argamassa = atributos), as pedras preparadas com
o uso do "Maço" e do "Cinzel", (ferramentas usadas pelos "Canteiros ou
fazedores de cantos em pedras da época); então, construíam, amontoando
e aprumando simplesmente as pedras preparadas".

Diz-se ainda que o termo Covan foi extraído de um documento maçônico,
em 1730, portanto, antes da Reforma da Constituição de Anderson em
1738, quando Samuel Prichard introduziu a referida palavra num diálogo
existente no seu livro "MASONRY DISSECTED":

P. – Onde se assenta o Aprendiz?
R. – No Norte.

P. – Qual a sua ocupação?
R. – Afastar os "COVANS" (curiosos) e bisbilhoteiros.

P. – Se um bisbilhoteiro for apanhado, como deve ser castigado?
R. –Deve ser colocado sob o beiral da casa até que as Goteiras da
chuva, a escorrer pelos seus ombros, saiam pelos sapatos.


Como podemos ver, em 1930, duas palavras conhecidas nossas nos dias de
hoje aparecem no referido livro Inglês.

Levantou-se ainda que a Ata N° 0, da Loja Mãe do Mundo "KILWINNING",
de 1707, antes ainda de 1730, registrou que nenhum Maçom deve empregar
um "Cowan" (Maçom sem a Palavra), para trabalhar. Isto significa que
naquela época quem não tinha uma certa palavra, convencional, não
podia trabalhar para os maçons regulares ou junto com eles. Assim como
nos nossos dias não podemos ter ingresso às Lojas sem a P. ´. Sem.´.,
sabendo, inclusive, como transmiti-la;

A palavra Cowan aparece freqüentemente nos textos Escoceses,
significando: espião, abelhudo, bisbilhoteiro etc., embora seu
significado na Maçonaria não era só isso, podendo dar significação a
um Pedreiro que, após trabalhar determinado tempo e ao final, não
conseguisse renovar o seu contrato, mesmo que trabalhasse sete anos,
este Aprendiz de Pedreiro, somente por este tempo de serviço, poderia
não entrar para a "Fraternidade" (grupo organizado de homens do Maço,
Maçons), passando a ser considerado um Cowan (bisbilhoteiro), um
estranho, um Goteira nos assuntos de Maçonaria.

Seria o mesmo, nos dias de hoje, que um Aprendiz ou Companheiro, ao
final do seu Interstício não conseguisse, por algum motivo, ser
Elevado ou Exaltado, sendo desligado do Quadro e não tendo mais acesso
aos trabalhos e ainda mais, sua aproximação sendo considerada a partir
daí, um ato de curiosidade.

Como dissemos, o termo COWAN entrou oficialmente para a Maçonaria em
1738, significando profano, embora se saiba que esta designação, fora
da Maçonaria signifique uma pessoa estranha às coisas religiosas, um
ignorante às coisas sagradas, etc.

O nosso Irmão Assis Carvalho informa, inclusive, que o cargo de
Cobridor Externo (Tyler em inglês), originou-se devido a presença do
Covan (Goteira), que se aproximava para observar os trabalhos da Loja
e ouvir o que os Maçons falavam ou faziam.

Quando um Cowan (Goteira) se aproximava da Loja ou de um grupo de
Maçons, eles diziam: CHOVE, GOTEIRA; se era uma mulher que se
aproximava, diziam: NEVA, ESTÁ NEVANDO. E imediatamente todos paravam
de falar, pelo menos em assuntos da Maçonaria.

O termo Goteira ou (Cowan em outro idioma) nos chama a atenção até
mesmo na C.´. de Ref.´.: "Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te".
O curioso sempre foi mal visto pelos Maçons.

No passado, na Maçonaria Operativa, o tratamento dado aos Cowans
(Goteiras) era o seguinte: quando se pegava alguém espionando os
trabalhos da Loja, que na verdade funcionavam em tavernas (tabernas),
aplicavam-lhe uma tremenda surra e o colocavam embaixo das goteiras da
chuva para molhar-se todo. Se fosse tempo seco, davam-lhe um bom
banho, isto depois de uma boa surra.

Finalmente, depois de contarmos todos o milagres pesquisados no Livro
"Símbolos Maçônicos" dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, vamos
contar (conforme entendemos), a origem do termo ora estudado, o nosso
famoso "Goteira".

Consta nos velhos escritos ingleses que, durante as reuniões de
Pedreiros alguns curiosos subiam nos telhados das tavernas (tabernas),
penduravam-se nas calhas ou nos beirais, deitavam-se nos telhados e
com as cabeças penduradas como se fossem goteiras da chuva, tentavam
ouvir e ver o que falavam ou faziam os Maçons durante as reuniões.

Quando eram pegos, acontecia tudo aquilo que dissemos anteriormente.
Apanhavam e eram colocados sob a goteira da chuva já que gostavam de
assim se comportarem.

Daí a menção dos escritores de que a presença de um irmão armado de
espada fora dos Templos (Cobridor Externo) originou-se da necessidade
dos Maçons se protegerem dos "Goteiras" daquela época.

O escritor se posiciona em mais de uma vez em sua pesquisa, quanto a
necessidade de termos uma única Pal.´. Sem.´. entre as Potências,
desde que regulares.



Do livro "Símbolos Maçônicos" dos IIr.´. Assis Carvalho & Xico Trolha.

Texto enviado pelo Ir.'. Milton de Souza
Grande Loja de Goiás

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