Suzuki renova a Burgman 650, aposta na sofisticação e mantém o conjunto
mecânico
por Michael Figueredo
Auto Press
com Carlo Valente
InfoMotori/Itália
A Suzuki Burgman não é uma moto nova. A scooter foi apresentada em 1998,
inicialmente apenas no Japão, e tinha o objetivo de subir na garupa do
sucesso de modelos como a Honda Helix e a Yamaha Majesty. A primeira versão
tinha 400 cc. Em seguida, outras variantes foram criadas, como a de 650 cc.
Nesta configuração, a motocicleta chegou ao mercado europeu dez anos atrás
e, desde então, registra bons números – só na Itália, por exemplo, já vendeu
mais de 83 mil unidades em uma década. Para manter a força na Europa, a
Suzuki promoveu um facelift na moto e no ano passado, durante o Salão de
Colônia, na Alemanha, revelou a renovada Burgman 650. Mecanicamente,
praticamente nada novo. A marca apostou no visual, que ficou ainda mais
requintado.
O plano da Suzuki é bastante claro com a nova Burgman: dar sequência aos
bons resultados obtidos na Europa. Tanto que entregou o projeto nas mãos de
Yoshinori Kohinata, responsável pelas linhas da Hayabusa, de 2008, e da
Gladius, de 2009. O designer se inspirou no mundo automotivo europeu e
deixou a moto mais robusta. Porém, para não perder a sofisticação do visual,
adotou alguns elementos, como faróis maiores e luzes de posição traseiras em
leds. O painel de instrumentos foi outro ponto influenciado pelos carros e
combina mostradores analógicos – como o velocímetro e o conta-giros – e
digitais – como o computador de bordo. O cano do escapamento também foi
renovado, mas manteve a tradicional ponta triangular da marca de Hamamatsu.
Na mecânica, a Suzuki preferiu mexer pouco. Para mover os 275 kg da Burgman
650, a marca manteve o motor de 638 cc, com transmissão CVT controlada
eletronicamente. O bicilíndrico conta com três modos de condução –
automático, com as opções "power" e "drive", e manual. Porém, a fabricante
fez algumas alterações para, por exemplo, reduzir o consumo de combustível.
De acordo com a Suzuki, a nova Burgman 650 consome 15% menos que a versão
anterior e já está em conformidade com as novas normas de controle de
emissões de poluentes da Europa. O propulsor consegue gerar 55 cv de
potência máxima, entregue às 7 mil rpm. O torque máximo, de 6,3 kgfm, é
alcançado aos 6.400 giros.
Se as prestações mecânicas ficaram praticamente intactas, a nova Burgman 650
carrega o luxo como maior argumento de vendas. A Suzuki ampliou todos os
compartimentos, inclusive o localizado atrás do escudo dianteiro, para
melhorar a capacidade de carga. O encosto para a garupa foi redesenhado e o
banco do piloto continua entre os maiores do mercado. Os freios ABS, mais
leves que os da versão anterior, são da Bosch. No campo tecnológico, a
fabricante introduziu o sistema EcoDrive, que dá indicações para o condutor
obter o menor consumo. A Suzuki oferece ainda uma versão topo da Burgman,
chamada de Executive, que conta com punhos, bancos e encostos – do piloto e
do passageiro – aquecidos.
Apesar do sucesso no mercado europeu, no Brasil, a maxi-scooter, ainda na
versão sem o facelift que chega agora ao mercado europeu, não vai tão bem.
Em 2012, foram 94 unidades emplacadas. Neste ano, entre janeiro e fevereiro,
apenas uma moto foi comercializada. O mercado brasileiro de motocicletas
atravessa uma crise geral e o preço – entre R$ 38 mil e R$ 40 mil –
atrapalha. Na Europa, a nova Suzuki Burgman 650 produzida na Espanha é
comercializada por 9.900 euros – o equivalente a R$ 25.500 – em sua versão
de entrada e 10.500 euros – cerca de R$ 27.100 – na variante topo.
Impressões ao pilotar
Imponente praticidade
por Carlo Valente
InfoMotori/Itália
Roma/Itália – A Suzuki Burgman 650 é uma moto que poderia facilmente
aparecer em comitivas presidenciais ou de outras autoridades, tamanha sua
imponência e elegância. E de perto ela continua a chamar a atenção. Não dá
para simplesmente sentar na scooter e começar a pilotar. São muitos
dispositivos que aguçam a curiosidade. No entanto, o conforto do assento
convida para levá-la rapidamente para seu ambiente natural: o trânsito
urbano. E a moto impressiona pela facilidade nas manobras, apesar do tamanho
e do peso.
Na estrada, surgem boas oportunidades para avaliar as possibilidades de
mapeamento do motor. O modo automático deixa a Burgman mais "calma". No
entanto, no manual, é possível fazer com que o propulsor fique muito mais
animado. Na hora de parar, também não há problemas. O sistema de frenagem é
bastante adequado para o tamanho e o peso da scooter. E o ABS é um aliado
poderoso em qualquer situação, mesmo em freadas emergenciais.
Um ponto negativo que merece nota é a quantidade de botões na esquerda do
guidão. No caso da Burgman, todo o aparato tecnológico pode se transformar
em um vilão. São dezenas de comandos que desviam a atenção do condutor, seja
para acionar o para-brisa elétrico, ou o aquecedor dos punhos. O ideal é
estudar – bastante – as posições antes de sair. Porém, a scooter continua
cumprindo sua premissa de sempre. Embora com um olhar mais contemporâneo e
refinado, a Burgman mantém a vocação para a praticidade e o conforto.
Ficha técnica
Suzuki Burgman 650
Motor: A gasolina, quatro tempos, refrigeração líquida, 638 cm³, dois
cilindros em V, duas válvulas por cilindro, injeção eletrônica.
Transmissão: Automática do tipo CVT.
Potência máxima: 55 cv a 7 mil rpm.
Torque máximo: 6,3 kgfm a 6.400 rpm
Diâmetro e curso: 75,7 mm X 71,3 mm. Taxa de compressão: 11,2:1.
Suspensão: Garfo telescópico invertido com amortecimento hidráulico e mola
helicoidal na frente e balança articulada do tipo link de monoamortecimento
hidráulico, mola helicoidal e ajuste de pré-carga da mola atrás..
Pneus: 120/70 R 15" na frente e 160/60 R 14" atrás.
Freios: Disco duplo na frente e disco atrás.
Dimensões: 2,26 metros de comprimento total, 0,81 m de largura, 1,59 m de
distância entre-eixos e 0,75 m de altura do assento.
Peso seco: 275 kg.
Tanque do combustível: 15 litros.
Capacidade de carga: 50 litros.
Produção: Liñares, Espanha.
Lançamento mundial: 2013.
Preço: 9.900 euros, equivalente a R$ 25.500. O modelo com o facelift não é
oferecido no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário