Saiba as diferenças desse tipo de moto para as comuns.
Rafael Miotto Do G1, em São Paulo
A Harley-Davidson passará a equipar o Batalhão de Choque de São Paulo com a
linha Police 2012, de motocicletas destinadas a atividades militares e
policiais. Além da Road King Police, que será usada no estado, a marca
também importa a Electra Glide Police. Apesar de compartilharem a base com
modelos da linha tradicional, estas motocicletas são construídas
especificamente para exercer este trabalho, por isso são mais pesadas e
contam com acessórios que o consumidor comum não pode ter: sirene, megafone
e giroflex.
"O nosso diferencial é que a moto é pensada do zero para exercer a atividade
policial. Não há adaptações, é tudo original, o que traz mais robustez ao
conjunto", explica Rodrigo Moutinho, gerente de vendas especiais da
Harley-Davidson Brasil. O principal diferencial das motos policiais da marca
é uma bateria extra destinada ao sistema de alerta de sirenes e luzes. "Isto
evita que a bateria principal da moto descarregue e, além disso, o policial
pode deixar os dispositivos funcionando mesmo com o motor da moto
desligado", acrescenta Moutinho.
Além dessas mudanças, em relação ao modelo original, a marca deixou a moto
mais confortável, com assento mais elevado e amortecimento do banco a gás, o
que permite ao policial ou ao militar ficar muitas horas em cima da
motocicleta. O sistema de amortecimento também tem outra calibração e ajuste
a ar -as motos comuns nem costumam ter ajuste. E, mesmo não divulgando
detalhes específicos da ficha técnica, a marca afirma que as motocicletas
policiais têm motor mais forte.
"A moto possui mais potência e torque", diz Moutinho. Esta robustez maior,
segundo a marca, também está presente nos pneus, que são reforçados e podem
rodar alguns quilômetros mesmo furados. Outro artifício empregado pela
fabricante é a tecnologia que desativa o cilindro traseiro da motocicleta
durante longas paradas, o que ajuda na refrigeração do motor.
Entrando em ação
Ainda não há data para as primeiras 10 Road King começarem a rodar por São
Paulo, com o 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar. Em geral, as motos
desse porte são usadas para escolta. O Exército brasileiro já utiliza a Road
King Police, de versão anterior. "Fizemos a escolta do presidente americano,
Barack Obama, durante sua visita ao Brasil no ano passado", lembra o capitão
Fernando César Tanure. Ele é um dos batedores, nome dado aos motociclistas
que fazem as este trabalho.
Segundo Tanure, é preciso ter muita habilidade para conduzir com agilidade e
precisão essas motos, que podem pesar mais de 300 kg. A Road King usada pelo
Exécito tem peso seco declarado de 358,8 kg. "Os iniciantes passam por 8
semanas de treinamento e nosso corpo de instrutores já foi até Milwaukee
(Estados Unidos) para fazer cursos", acrescenta Tanure.
"A vantagem da moto é que ela consegue se infiltrar e chegar na frente,
assim, podemos fazer os bloqueios para que as autoridades passem", explica o
Tanure. "Apesar de ser mais pesada que as motocicletas pequenas, a Road King
dá visibilidade e imponência ao comboio. Algo que não ocorre com as motos
menores", completa.
O Exército possui 193 Harley-Davidson Road King na frota e esta é a mesma
motocicleta utilizada por diversas policias por todo o Brasil, como os
batedores da PM do Estado de São Paulo e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo a Harley-Davidson, existem mais de 1.000 motocicletas da marca norte
americana realizando este tipo de atividade pelo país. A marca tem longa
tradição em motos policiais no mundo inteiro e fornece seus produtos à
polícia norte-americana há mais de 100 anos.
Frota brasileira
De acordo com o Exército Brasileiro, a frota atual da organização é de 699
motocicletas, entre elas, as 193 Road King Police mencionadas e os restante
são motos menores, como 307 Honda e 168 Yamaha. O restante do efetivo do
exército são de motos mais antiga e marcas que nem existem mais, como, por
exemplo, a Agrale. Já a PRF, informa que possui 309 H-D Road King e 62
Yamaha XT 660.
"Enquanto as Harley-Davidson, mais imponentes e fortes, são utilizadas nas
escoltas. As XT 660 são ideais para o patrulhamento. Com sua configuração, a
Yamaha pode superar obstáculos e chegar a locais de difícil acesso", explica
o inspetor Rodrigo Suman, integrante do Corpo de Motociclistas da PRF. A
Polícia Rodoviária Federal é responsável, assim como o exército, pelas
principais escoltas do país. "Já estamos preparando para operações como a
visita do Papa, a Copa do Mundo e as Olimpíadas", informa Suman.
Modelos mais leves
A exemplo das XT 660 utilizadas pela PRF, existem modelo menores que estão
na frota de diversas policias espalhadas pelo país. Desde mais antigas como
a Falcon 400, até mais modernos como a Honda XRE 300 e Yamaha Lander 250.
"Nosso trabalho está focado na escolta de autoridades, equipamentos
eletrônicos e armamentos", explica Daniela Lopes Cordeiro, da Guarda Civil
Metropolitana de São Paulo (GCM)."O grande benefício da moto é a agilidade",
acrescenta. A GCM utiliza motos Honda Tornado em sua frota para fazer as
escoltas e rondas.
Ao contrário dos modelos H-D, estas motos são adaptadas e receberam sistema
de sirenes e baú traseiro. As motos de 150 a 600 cm³ são mais leves e ágeis
e ideais para deslocamentos em trechos urbanos e de bastante tráfego. Além
disso, o segmento trail é o mais indicado para incursões em trechos de terra
e mesmo nos locais de difícil acesso nas favelas. Apesar do foco principal
deste tipo de motocicleta ser o patrulhamento, também pode ser utilizada por
escoltas, como no caso da GCM de São Paulo.
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