e se pode afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio
Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete
Encruzilhadas.
Anteriormente já se fazia o trabalho de guias (pretos velhos,
caboclos, crianças, exus, etc) simples manifestações religiosas
espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos
orixás. Porém, foi através de Zélio que se organizou uma religião com
rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de Umbanda.
Nesta época, não havia liberdade religiosa e todas as religiões que
mostravam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros
destruídos e os praticantes presos.
Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de
Umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas,
obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da
Umbanda.
A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado
pelo fundador passaram a se dizer umbandistas, de forma a fugir da
perseguição policial. Foi nesse momento que a religião começou a
perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos
de manifestações religiosas, de tal forma que hoje a Umbanda genuína é
praticada em pouquíssimas casas.
A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade,
caridade e respeito ao próximo.
Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e
todos. Os "umbandistas" ou "filhos de fé" cultuam divindades
denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias.
Os guias fornecem a orientação espiritual - os guias são espíritos de
uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada
diretamente a um determidado Orixá, que representa um determinado
arquétipo, ou característica de Deus.
Os guias têm a sabedoria e a consciência da natureza humana, podendo
aconselhar para que a humanidade possa evoluir e desenvolver-se para
melhor viver.
Os guias se manifestam através dos médiuns, e a incorporação - ato
pelo qual um médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente,
permite que espíritos falem ou ajam através de seu corpo físico e
mental.
Os guias manifestam diversos arquétipos pelos quais se apresentam
através da incorporação.
Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Como
exemplos dos arquétipos podemos citar:
Pretos-velhos;
Caboclos;
Baianos;
Boiadeiros;
Crianças;
Exus e Pomba-giras, entre outros.
Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se
apresentarem nos terreiros e não espíritos que, necessariamente,
tenham sido escravos, índios ou crianças, embora existam aqueles que
realmente o foram.
Cada terreiro têm a sua forma de interpretar e ritualizar a Religião
de Umbanda. Diversos ritos são utilizados em templos ou terreiros
diferentes, alguns utilizando atabaques, outros não, alguns manifestam
a Umbanda popular, de caráter mais de atendimentos, outrso preferem a
Umbanda Esotérica (a mais complicada e menos manifestada).
Quase sempre as giras iniciam-se com a defumação para a limpeza das
energias deletérias mundanas através de ervas queimadas sobre um
braseiro, e após a limpeza iniciam-se os pontos cantados de cada
entidade e finalmente a incorporação.
As giras variam e podem ser evocadas para o atendimento da
assistência, ou para desenvolvimento dos médiums, para limpeza do
ambiente ou outras finalidades.
Nas giras de atendimento os guias, manifestando-se através dos
médiuns, atendem à audiência provendo conselhos ou passes destinados a
limpeza do campo energético das pessoas (aura).
Nas giras desenvolvimento, os médiuns são desenvolvidos pelos chefes
das casas, firmando seus guias para auxiliar os médiuns a
incorporá-los sem auxílio de outros médiuns, através de treinamento e
de diversos rituais como amacis, boris, etc., que são rituais para
fixação das vibrações dos guias aos médiuns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário