Era a porta da estabilidade, representada por duas colunas internas a
porta, que representavam também as colunas sagradas.
O Louco podia sentir os querubins guardando a porta com a espada de
fogo, mas não os viu, podia sentir as vibrações dentro do cômodo,
sentir a força daquele que estava ali, num trono confortável, elevado,
brandindo seu cetro dourado, como se dirigisse uma orquestra celeste.
Mas estranhamente o Louco não se sentiu mal ali. Sentia-se
familiarizado com aquele personagem, podia até ser seu bufão, mesmo
sendo contrário a instalar-se em algum lugar.
Seu destino era vagar, mas aquele homem inspirava-lhe tanta
confiança, que teve vontade de segredar-lhe seus maiores temores, mas
mesmo assim, não o fez, pois foi interrompido pela voz do Imperador,
que tonitroante, soava em seus ouvidos de maneira amorfa, mas em seu
coração, de maneira perfeitamente compreensível.
Existem algumas coisas que devemos escutar com o coração, pensou ele,
e tentando se lembrar do que havia escutado, mais uma vez admirou
aquele que sentia ser o Pai do mundo, o Pai de todas as coisas - o
Grande Arquiteto do Universo.
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