Poesia feita por morador de Jaqueira, em Pernambuco, na zona da Mata, na grafia original, no ano de 2001.
O sertanejo de Jaqueira é uma pessoa muito carinhosa, carente e principalmente observadora. Nos poemas transcritos, mantive a forma escrita original que mostra não só a cadência, a simplicidade, mas também a espontaneidade dos habitantes, que muito nos agradeceram e presentearam com estas pequenas pérolas de amor e humildade.
Meu sertão Pernambucano
Meu Setão do Pajeu
Minha vida fosse bela
Do oeste Norte Sul
Estrelas brilha nu çeu
Lua lumina o serrado
Didia e lar na rroça
A tade e nu cerrado
Plantando macachera
Pra colhe no meis de março
A tarde osol sepoe
Estar na hora de largar
Chegar encasa toma banho
Para comerssa o jantar
Na minha casa chega
Compradi comadre e amigo
Jogamos um domino
Pra fica mais de vertido
Quamdo estar ficamdo tarde
Nos tomamos um cofézinho
Fazemos um cigarro
Pra fica mais gostozinho
Chega a hora de er pra casa
Todo mundo-se dispidem
Até amanha comprade
Nós se encontra sedinho
La na rroça de papai
Quem chegar mais lijeirinho
Dimanham ssedo o galo canta
Minha cordo lijeirinho
Vou minboura trabalha
Pra ganha um trocadinho
Na sexta feira fasso a colheita
Nu sabado á rrumo o trocadinho
Quando acaba a feira
Vou pra casa rrapidinho
Passo na cidade
Vejo como tudo esta barato
Feijão, arros, galinha, banana, melão, farinha
Batata, carne de gado
Vije coiza boua
Tudo que eu queria
Vou quaze chegando em casa
Com amaior a legria
Poronde eu passo e isquisito
Não tem um pé de pessoua
Tem um bucado de cangaçeiro
Do Capitão Lisboua
Vou rrezano pelo meu padrin cicero
Quaze chegando pertinho de casa
Direpente vejo um menino
A senano de lá de casa
Meu cavalo com uma cede
Daquela de arrepia
Quando chegou em casa
Quaze não pode para
Um terra muito quente
E um sol de lasca
Quando eu olho la pra casa
Eu comesso a desmaia
Sertanejo muito fraco
De tanto de trabalha
Trabalha tanto na rroça
Pra pode se alimentar
Mino não tar na escola
Porque e muito destante
Ta cressendo dia e noite
Feito um home jegante
O sertanejo de Jaqueira é uma pessoa muito carinhosa, carente e principalmente observadora. Nos poemas transcritos, mantive a forma escrita original que mostra não só a cadência, a simplicidade, mas também a espontaneidade dos habitantes, que muito nos agradeceram e presentearam com estas pequenas pérolas de amor e humildade.
-----------------------------
Meu sertão Pernambucano
Meu Setão do Pajeu
Minha vida fosse bela
Do oeste Norte Sul
Estrelas brilha nu çeu
Lua lumina o serrado
Didia e lar na rroça
A tade e nu cerrado
Plantando macachera
Pra colhe no meis de março
A tarde osol sepoe
Estar na hora de largar
Chegar encasa toma banho
Para comerssa o jantar
Na minha casa chega
Compradi comadre e amigo
Jogamos um domino
Pra fica mais de vertido
Quamdo estar ficamdo tarde
Nos tomamos um cofézinho
Fazemos um cigarro
Pra fica mais gostozinho
Chega a hora de er pra casa
Todo mundo-se dispidem
Até amanha comprade
Nós se encontra sedinho
La na rroça de papai
Quem chegar mais lijeirinho
Dimanham ssedo o galo canta
Minha cordo lijeirinho
Vou minboura trabalha
Pra ganha um trocadinho
Na sexta feira fasso a colheita
Nu sabado á rrumo o trocadinho
Quando acaba a feira
Vou pra casa rrapidinho
Passo na cidade
Vejo como tudo esta barato
Feijão, arros, galinha, banana, melão, farinha
Batata, carne de gado
Vije coiza boua
Tudo que eu queria
Vou quaze chegando em casa
Com amaior a legria
Poronde eu passo e isquisito
Não tem um pé de pessoua
Tem um bucado de cangaçeiro
Do Capitão Lisboua
Vou rrezano pelo meu padrin cicero
Quaze chegando pertinho de casa
Direpente vejo um menino
A senano de lá de casa
Meu cavalo com uma cede
Daquela de arrepia
Quando chegou em casa
Quaze não pode para
Um terra muito quente
E um sol de lasca
Quando eu olho la pra casa
Eu comesso a desmaia
Sertanejo muito fraco
De tanto de trabalha
Trabalha tanto na rroça
Pra pode se alimentar
Mino não tar na escola
Porque e muito destante
Ta cressendo dia e noite
Feito um home jegante
Tudo taficando difisio
Pa aquele coitado homem
O homem ficou doente
Quamdo o cavalo dele
Morreu omte e omte
Depois du passa du tempo
Foi ficando diferente
O homem ficou tão esperto
Pa aquele coitado homem
O homem ficou doente
Quamdo o cavalo dele
Morreu omte e omte
Depois du passa du tempo
Foi ficando diferente
O homem ficou tão esperto
Que coloucou filho pra frente
O filho muito metido
Não queria trabalha
O pai deu um piza quele comesso a mija
Nu estante pegou a enchada
Comessou a trabalha
Familha foi creçendo
E comessando a trabalha
De tudo queria eles
Em comtrava lá
Meu filho foi ser doutor
Minha filha professoura
Eu e minha velha
Nós ficamos nua boa
O filho muito metido
Não queria trabalha
O pai deu um piza quele comesso a mija
Nu estante pegou a enchada
Comessou a trabalha
Familha foi creçendo
E comessando a trabalha
De tudo queria eles
Em comtrava lá
Meu filho foi ser doutor
Minha filha professoura
Eu e minha velha
Nós ficamos nua boa
Nenhum comentário:
Postar um comentário