Compilado por Dermivaldo Collinetti
A palavra diácono surgiu a partir do grego diákonos, que significa "atendente" ou "servente". De acordo com a doutrina da Igreja, o diácono católico é o "servo de Deus", espalhando a sua palavra e ajudando a construir o reino de Deus junto aos fiéis na terra.
Na Igreja católica existem três hierarquias ou graus, sendo os bispos, sacerdotes propriamente ditos e os diáconos. A função destes na hierarquia católica é mais administrativa, como porteiros e vigias no momento em que são realizadas as missas.
Nas igrejas protestantes, os diáconos são considerados auxiliares dos pastores na administração da igreja.
No cristianismo primitivo, os Diáconos eram escolhidos pelos apóstolos para servirem aos pobres, tendo como função distribuir esmolas, preparar as refeições ou ágapes, e dar eucaristia aos membros de sua comunidade.
Em Atos dos Apóstolos (6:1,6), vemos uma clara referência a eles. Diferente dos padres, que são obrigatoriamente solteiros, os diáconos podem ser homens casados, solteiros ou viúvos.
A origem dos diáconos na Maçonaria remonta à Maçonaria Operativa, quando existiam os chamados Oficiais de Chão. Quando do início e, posteriormente, o encerramento do trabalhos operativos, havia uma inspeção geral, realizada pelos zeladores, conhecidos como wardens (guardas), depois conhecidos como Vigilantes. Estes, através dos Oficiais de Chão, vendo que os trabalhos estavam justos e perfeitos, faziam essa comunicação ao Mestre.
Outros estudiosos, afirmam que este cargo originou-se na Inglaterra, com as atribuições de mensageiros, já que na Maçonaria Escocesa, esta denominação era dada ao Oficial Chefe, ou seja ao Venerável Mestre. Assim era na Loja de Kilwining até 1735.
Este Oficiais de Chão, por influência da Igreja Católica, passaram a se chamar Diáconos.
De acordo com estudiosos maçônicos não existe menção aos Diáconos antes dos anos de 1740.
O Rito Escocês Antigo e Aceito, para reavivar essa tradição, criou o cargo de Diácono, que tem como função precípua, a transmissão da palavra sagrada, do Venerável Mestre aos Vigilantes, e dar ordens das Luzes aos demais irmãos. Tal fato, para alguns autores é um equívoco pois, no REAA, já existe a figura do Mestre de Cerimônias, tendo ele a função de conduzir os irmãos para dentro e fora da Loja, e seria ele também o responsável por desempenhar outras funções, como levar recomendações de um irmão a outro durante a realização da sessão.
No entanto, devido às inúmeras alterações na ritualística, a figura do Diácono passou a ser utilizada nos trabalhos em Loja.
O Primeiro Diácono, que na Loja, se senta à direita do Venerável Mestre e abaixo do sólio, que significa trono ou assento real, cumpre a sua função transmitindo e executando as ordens deste ao Primeiro Vigilante e a todos Dignitários e Oficiais, bem como tem a incumbência de abrir e fechar o Painel da Loja.
O Segundo Diácono, que se coloca perto e à direita do Primeiro Vigilante, transmite e executa as ordens do Primeiro Vigilante, e cuida para que os Maçons sentados no Ocidente se conservem nas colunas com respeito, disciplina e ordem.
O Diácono tem, como joia, uma pomba com um ramo de folhas no bico, significando sua qualidade de mensageiro
Esse símbolo deve estar na ponta dos bastões que os Diáconos transportam, sendo que o bastão do Primeiro tem na ponta, uma pomba inscrita em um triângulo e a do Segundo uma pomba em voo livre. Cabe esclarecer que a origem dos bastões remonta à férula (designação comum às plantas do gênero. Ferula) que na mitologia grega significa o bastão oco em que o titã Prometeu escondeu o fogo furtado dos deuses, quando passeava pelos céus no carro do sol.
Já a figura da pomba nos faz reportar ao início de nossa civilização, que nos é dada pela Bíblia, onde afirma que à época de Noé, no dia 17 do sétimo mês do dilúvio, a arca pousou sobre os montes de Ararat, sendo que Noé abriu a janela da arca em que estava, e soltou uma pomba para verificar se as águas que haviam provocado o dilúvio, havia secado.
Mas a pomba enviada por ele, não achando onde pousar, voltou para a arca. Passado algum tempo, soltou novamente a pomba, e pela tardinha ela voltou trazendo uma folha de oliveira que tinha arrancado com o bico. Desta maneira, Noé ficou sabendo que as águas tinham baixado sobre a terra. Esperou então mais sete dias, e soltou a pomba novamente, que desta vez não voltou. Daí o simbolismo e o nascimento da pomba com o significado de mensageira.
Lembremos que a pomba, tem até hoje, o significado de mensageira, lembrando que além do exemplo de Noé, temos também que na antiguidade as pombas levavam mensagens de um a outro lugar.
Vale a pena mencionar, que existem ritos em que os Diáconos trabalham como oficiais experientes e atuam principalmente nas cerimônias ritualísticas de Passagem e Elevação, como é o caso do Rito de York, tanto é que, neste Rito, a responsabilidade pelo acendimento das velas e a abertura do L.L. é do Primeiro Diácono.
No Rito de York, existem também dois diáconos, o primeiro e o segundo, não existindo na ritualística a figura do Mestre de Cerimônias, sendo essa função exercida por um irmão somente no caso de Iniciações. Cabe ao Primeiro Diácono neste rito acender as três velas do altar, bem como abrir o Livro da Lei, assim como cabe a ele requerer a apresentação dos Irmãos visitantes. Quanto ao Segundo Diácono, cabe a ele verificar se o Templo está a coberto (função esta do Guarda do Templo no REAA), com o Cobridor Externo, que está fora do Templo, fazendo o Segundo Diácono a função do Guarda do Templo/Cobridor Interno.
A Maçonaria anglo-saxônica não se faz valer de Expertos, como a francesa o faz, sendo que nas Iniciações, Passagem e Elevação, os Diáconos é que atuam nesse ofício.
Compilado por Dermivaldo Collinetti
Dermivaldo é Mestre Maçom da ARLS Rui Barbosa, Nº 46 – GLMMG – Oriente de São Lourenço e, para nossa alegria, um colaborador do blog.
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