Como é do conhecimento de todos, nessa data nós comemoramos o Dia do Maçom,
aqui no Brasil. Tal evento já está consagrado, devendo ser obedecido e
festejado com todo entusiasmo.
O esclarecimento que segue a seguir, foi baseado nos livros e
pesquisas do insubstituível Mestre José Castellani (que na época era
Grande Secretário de Educ. e Cultura do GOB):
o que poucos sabem é que essa data foi erradamente escolhida por
pseudo-historiadores maçônicos, que talvez, na pressa de lançar um
comunicado, ou pelo hábito de não se certificarem da veracidade da
informação, ou mais propriamente, na ânsia de mostrar que a Maçonaria
faz e fez tudo, cometeram uma gafe histórica.
O que aconteceu foi que na 14ª reunião (Loja) do Grande Oriente do
Brasil, naquele tempo, hamado Grande Oriente Brasílico, tendo como
Venerável o Ir.:Joaquim Gonçalves Ledo teve, na abertura da Ata, o
seguinte: "dia 20 (vigésimo dia) do sexto mês de 5822".
O ano nós sabemos ser de 1822, pois basta no caso, tirar 4000 para
passarmos da era da V.: L.: para a E.:V.: Quanto ao mês, também, não
há problema, pois sabemos que o calendário maçônico começa em março.
Do que não se aperceberam, foi que, naquela época o Rito praticado era
o Adonhiramita, que segue, muito próximo, o calendário religioso
hebraico, sendo que o primeiro dia do mês é o dia 21.
Isso é que não foi levado em conta, pois se fizermos as contas (vamos
fazer: do dia 21 de agosto até o dia 31 são 11 dias. Com mais 9 dias,
para completar o vigésimo dia, cai no dia
09 de setembro) veremos que a data em que teve essa Loja foi em 09 de
setembro de 1822.
Tanto é verdade, que no Boletim Oficial do GOB, em 1874, reproduz essa
Ata com a data de 09 de setembro de 1822.
Inclusive, nessa Ata, Ir.: Ledo, ressaltava a importância do evento
acontecido em 07 de setembro, quando D.Pedro, proclamou nossa
independência (lembrem-se que eles estavam no Rio de Janeiro, e a
Independência ocorreu em São Paulo, e o meio de transporte era o
cavalo ou mula).
Como ele não menciona datas na Ata, somente a do dia da mesma, e como
abriu debates sobre o ocorrido, com a intenção de deixar bem claro, a
quem quer que fosse, que a separação de Portugal, era no momento a
melhor alternativa,esses historiadores mais afoitos, concluíram que se
a data era 20 de agosto (erradamente, repito), a Independência do
Brasil tinha sido definida em Loja sendo que o "Grito do Ipiranga" foi
somente uma confirmação do já estava pré determinado.
Pessoas influentes da Maçonaria, acreditando nesse erro, achando que
essa data era especial, proclamaram-na como sendo a do Dia do Maçom.
Escrever que D.Pedro recebeu uma carta, antes da proclamação da
Independência na qual citava que a Maçonaria estava dando respaldo ao
ato, é chutar o balde de leite...com os dois pés.
Hoje é do conhecimento de todos (é só ir procurar nos arquivos da
Biblioteca do GOB) que na data de 20 de agosto de 1822 o Grande
Oriente Brasílico, não tinha se reunido para abertura de Loja, muito
menos para "Sessão Extraordinária".
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
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