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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Grupo Izzo continua com problemas de pós-vendas

Representante da Ducati e KTM passa por problemas no Brasil

Grupo Izzo continua com problemas de pós-vendas e dificuldades...

Essa matéria foi feita pelo jornalista da Revista Isto É Dinheiro Edição 766
(junho/2012) da Editora Três e publicada no site da revista.

Depois de perder a representação da Harley-Davidson no Brasil, o Grupo Izzo
continua sofrendo com problemas de pós-venda e dificuldades para manter sua
estrutura.

Os dias já foram muito melhores para o empresário Paulo Izzo,
presidente do Grupo Izzo, de São Paulo, até pouco tempo atrás conhecido como
uma das maiores importadoras independentes de motocicletas de luxo do
Brasil. Por suas concessionárias já passaram marcas como Buell, Triumph,
Husqvarna, Polaris, Malaguti, MV Agusta, Benelli e Harley-Davidson. Para os
não aficionados do mundo das duas rodas, basta dizer que todas elas têm
preços que começam a partir de R$ 20 mil e podem ultrapassar a casa dos R$
100 mil. Hoje, no entanto, o grupo está longe de seus dias de glória, que
duraram do início dos anos 2000 até 2008. Agora, Izzo representa apenas duas
marcas: a italiana Ducati e a austríaca KTM.

Com esse portfólio, emplacou menos de mil motos em 2011, um quinto do
resultado de 2008, quando era líder do segmento de alta cilindrada,
representando a Harley-Davidson, da qual era importador desde 1993. Sua
parceria com a montadora contava até com uma fábrica em Manaus, a única
unidade produtiva fora dos Estados Unidos. Os problemas do grupo Izzo
começaram depois que a Harley-Davidson, por meio de uma ação na Justiça,
quebrou o contrato com a empresa brasileira, em 2011. Uma de suas alegações
era de que o importador havia rompido uma das cláusulas do contrato ao
vender motos de concorrentes nas lojas exclusivas da Harley-Davidson.

"Outra prática espúria é que a empresa demorava para emplacar e entregar as
motocicletas, na medida em que empenhava tais veículos a alguns bancos,
dentre eles o Banco Cacique e o Cruzeiro do Sul", registrou o juiz Carlos
Eduardo Borges Fantacini, em sentença proferida em junho de 2010. Uma busca
pelo site Reclame Aqui demonstra que o grupo Izzo ainda enfrenta problemas
com alguns de seus clientes. Em 2010, quando vendeu mais de três mil motos,
foram registradas 12 reclamações. Nos últimos 12 meses, até junho deste ano,
teve mais de 90 queixas. No ano passado, foram vendidas aproximadamente 800
motocicletas. Esse tipo de conduta fez com que o Ministério Público do Rio
Grande do Sul reabrisse um inquérito para apurar "eventuais práticas
comerciais abusivas" do grupo.

De acordo com o promotor Rossano Biazus, da Promotoria de Justiça
Especializada de Porto Alegre, o inquérito havia sido arquivado em 2010,
pois a empresa, por meio de um compromisso de ajustamento, tinha prometido
mudar sua postura. Por conta de novas reclamações, o inquérito voltou a
tramitar em janeiro deste ano. "A maioria das denúncias está ligada à
dificuldade de emplacar as motos", diz Biazus. Esse é o caso do advogado
Marcel de Melo Santos, 39 anos, que comprou uma motocicleta Ducati, em
setembro do ano passado. O pagamento de R$ 34.900, segundo ele, foi feito em
duas vezes. A nota fiscal foi emitida em seu nome. Mesmo assim, até hoje ele
não conseguiu fazer a transferência da moto, pois ela está alienada ao banco
Cruzeiro do Sul.

"O meu sonho de ter uma Ducati virou um pesadelo", diz Santos. Depois de
muitos contatos com o grupo, especialmente com o diretor-comercial Alvaro
Sandre, a empresa emplacou a moto em novembro de 2011, mas a colocou em nome
do próprio Grupo Izzo. "Eles me venderam a moto, não quitaram a alienação
com o banco e ainda continuam como proprietários", afirma Santos, que se
prepara para entrar com uma ação na Justiça pedindo a devolução do dinheiro.
O processo de Santos aumentará uma lista de 17 ações registradas nos últimos
quatro anos contra o Grupo Izzo, no Estado de São Paulo. A mais recente é a
da administradora de imóveis Omar Macksoud.

Em 29 de maio, ela deu entrada no Foro Regional de Santo Amaro a uma ação de
despejo por falta de pagamento de aluguel do prédio em que está instalada a
sede da empresa, na avenida Bandeirantes, zona sul de São Paulo. O valor da
ação é de R$ 1,7 milhão, correspondente a um ano de aluguel. "Eles já estão
negociando para desocupar o imóvel", disse um advogado envolvido nas
tratativas.

Fonte: Site da Revista Isto É Dinheiro (www.istoedinheiro.com.br). Escrita
por Rafael Freire.

Um comentário:

  1. Grupo Izzo deve ter vergonha na cara e parar de estragar o sonhos dos motociclistas. O Paulo é como um rei Midas ao contrario...pega grandes marcas e em pouco tempo ele destrói...

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