Veja dicas para a bateria da moto durar mais
Hábitos simples e check-up periódico aumentam durabilidade.
Instalação de acessórios podem descarregar a bateria mais facilmente.
Fernando Garcia e Rafael Miotto Do G1, em São Paulo
A manutenção da bateria da moto não requer muito trabalho, mas, apesar
disso, é importante ter em mente os cuidados necessários para a sua
vida útil, o que a maioria só lembra no momento de uma pane. Segundo
especialistas, as baterias de moto duram em média três anos, falando
especificamente das seladas, ou livres de manutenção, que são as
utilizadas pelas maiorias das motos atualmente. Nas baterias
convencionais, destinadas principalmente para motos mais antigas, a
durabilidade cai para 1 ano e meio.
Voltímetro mostra se há fuga de corrente em bateria selada, a mais
comum (Foto: Rafael Miotto/ G1)
A instalação de equipamentos, como alarmes e rastreadores, exige
atenção porque eles podem causar a fuga de corrente. "Se isto ocorrer,
a bateria pode não ter força suficiente para fazer a moto ligar",
alerta Edson Esteves, professor de engenharia mecânica automobilística
do Centro Universitário Fundação Educacional Inaciana (FEI). O
engenheiro indica que a instalação seja feita somente em locais de
confiança.
Outra dica é não deixar a moto parada por muito tempo, um problema
para quem usa apenas aos fins de semana, por exemplo. "Se rodar, ao
menos 5 km por dia, pode prolongar a vida útil da bateria para até
quatro anos", acrescenta Esteves. O desuso e a rodagem por curtos
períodos contribuem significativamente para o descarregamento da
bateria, sobretudo das motos equipadas com alarmes e rastreadores, que
acabam consumindo mais energia. "É importante não deixar a moto parada
por uma semana que seja", recomenda Rony Sousa, consultor de
concessionária em São Paulo.
Andar com a moto regularmente aumenta a vida útil da bateria (Foto:
Rafael Miotto/ G1)
Mesmo as motos que não têm tantos acessórios sofrem ao ficarem
paradas. "Com mais de 3 meses sem uso, a bateria já começa a
demonstrar sinais de fadiga", diz Nelson Codonho, dono de loja e
oficina especializada também na capital paulista.
Madeira no pé
Ele sugere o uso de um apoio de madeira ou borracha no "pezinho" que
sustenta a moto quando parada. "Como a peça é de ferro e está em
contato com o chão, cria-se uma corrente - como um fio terra - e toda
a energia da bateria é dissipada. Tomando este cuidado, ela pode durar
até 6 meses sem ser utilizada, já que a peça de apoio isola a corrente
que passa pelo pezinho da moto", explica Codonho.
Ainda há outro artifício para evitar fuga de corrente. "Se a moto
ficar parada por muito tempo, você pode desconectar os cabos da
bateria, impedindo que a energia seja perdida", aconselha Esteves.
Nesse caso, é importante saber a ordem da retirada dos cabos.
"Primeiro, deve-se desconectar o cabo negativo e depois o positivo
(protegido por uma capa de borracha), para que não haja um curto que
prejudique os acessórios elétricos da moto. Na hora da montagem, é o
inverso, primeiro o positivo e depois o negativo", orienta o consultor
Sousa (veja fotos abaixo).
Se for preciso desconectar os cabos, primeiro deve-se desligar o cabo
negativo... (Foto: Fernando Garcia/ G1)
... e depois o cabo positivo, que é coberto por uma capa de borracha
(Foto: Fernando Garcia/ G1)
Outro problema que pode ser resolvido com a desconexão dos cabos é a
oxidação (formação de zinabre) na zona dos terminais ou bornes (polos
positivos e negativos). "Estes depósitos podem dificultar a passagem
da corrente elétrica. Por isso, caso os bornes estejam oxidados, é
necessário remover os cabos e limpá-los com água quente ou uma mistura
de água com querosene", recomenda Sousa.
Check-up periódico
No inverno e em períodos chuvosos a vigilância sobre a bateria deve
ser redobrada. A baixa temperatura faz o motor exigir mais força da
bateria para girá-lo, pois o óleo fica mais grosso. A umidade pode
provocar curto, por exemplo, em lâmpadas, o que fará consumir a carga
erroneamente.
Mesmo que não exista sinais de problemas na bateria, é válido
examiná-la periodicamente. "Se a bateria tem mais de um ano ou vai
utilizá-la em uma viagem longa, o ideal é fazer uma inspenção em uma
oficina", diz o professor Esteves, da FEI. Oficinas especializadas
possuem equipamentos específicos que medem a carga da energia da
bateria e também verificam se existe fuga de corrente.
Este aparelho verifica se a carga da bateria está completa (Foto:
Rafael Miotto/ G1)
Se isso ocorrer, caso a bateria ainda esteja boa para uso, ela poderá
receber uma carga elétrica. Se não houver solução, o recomendado é
trocá-la. Os modelos convencionais custam em média R$ 110, enquanto a
bateria selada tem valor em torno de R$ 150.
Baterias convencionais
Apesar de cada vez mais raras no mercado, algumas motos novas ainda
são equipadas com baterias convencionais e requerem mais trabalho na
manutenção. Elas precisam ser completadas com água destilada para
manter a funcionalidade.
Densímetro mede a densidade da solução da bateria convencional (Foto:
Fernando Garcia/ G1)
De acordo com o especialista André Lorenz, deve-se levar a moto
equipada com esse tipo de bateria a uma oficina de confiança para
avaliação de carga e também para medir a densidade da solução que
existe nela. "Examinar semanalmente o nível da água e, se necessário,
completar com água destilada ou desmineralizada, sem ultrapassar o
nível, é o principal cuidado com este tipo de bateria. Isso vai
garantir uma vida útil prolongada", explica.
E se parar de funcionar?
Caso o motociclista tente ligar a moto e o sistema não funcione, os
especialistas indicam que chame socorro mecânico ou realize a chamada
"chupeta", conectando cabos especiais a uma bateria de outra moto que
esteja em funcionamento.
Como nem todas motos possuem o pedal de partida mecânico, no momento
de pane muitos utilizam o artifício do tranco, que, no entanto, só
deve ser usado em último caso. "Não é recomendável, pois faz o
processo contrário para o funcionamento do sistema e pode danificar a
moto, principalmente as mais novas com injeção eletrônica", explica o
engenheiro Sousa.
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