O empresário Abraham Kasinsky faleceu nesta manhã na cidade de São
Paulo. Aos 94 anos, o fundador da empresa de autopeças Cofap e da
fabricante de motocicletas Kasinski teve uma parada cardíaca. Amanhã
(10), o corpo de Kasinsky será velado no Cemitério Israelita do
Butantã, onde será sepultado às 12h.
Kasinsky manteve-se na atividade empresarial até os 92 anos, quando,
já debilitado, vendeu a indústria de motos mantida em Manaus. Quando
decidiu fabricar motos no País em 1999, o empresário, então com 82
anos, foi visto como excêntrico. Na época, recém-saído da Cofap -
empresa fundada por ele que chegou a ocupar o posto de maior
fabricante latino-americana de autopeças - o executivo decidiu voltar
a apostar no setor produtivo. O raro exemplo de persistência num ramo
similar de atividade aliou-se ao desafio de lançar modelos nacionais
num mercado dominado pelas japonesas Honda, com quase 90% de
participação, e Yamaha.
Classificado por seus funcionários de workaholic, Kasinsky não
conseguia ficar parado. Tocava os negócios de seu quartel-general, na
Avenida Pacaembu, em São Paulo. "Ele trabalha o dia todo e ainda leva
a mulher para passear à noite", contou uma assessora.
Na Cofap, que ele presidiu por 50 anos, o executivo se envolvia até na
confecção de crachás para os funcionários. Acabou saindo da empresa em
1996, depois que a Cofap foi vendida para o grupo italiano Magneti
Marelli.
Kasinsky foi o caçula de quatro filhos de um casal de imigrantes
russos. Criado na loja de autopeças do pai - que ele garante ter sido
a primeira do Brasil -, o empresário "aumentou" a idade em dois anos
para poder cursar a faculdade de Economia. Em 1951, ele pressentiu que
a empresa estava com os dias contados se continuasse dependendo de
produtos importados. Convenceu um dos irmãos - o pai já falecera - a
investir numa fábrica e com ele criou a Cofap. No início dos anos 90,
a empresa com sede no ABC paulista chegou a ter 18 unidades (nove
delas no exterior), 35 mil funcionários e faturamento anual de US$ 1
bilhão
O empresário deixa viúva, dona Ivone, e dois filhos.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi),
fundado por ele, emitiu "nota de pesar pelo falecimento de seu
Conselheiro Emérito, símbolo de empresário inovador e pioneiro".
Fonte: http://www.dgabc.com.br
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